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Passagem de satélites em sequência chama a atenção de moradores da região Norte de Campos

Fenômeno foi relatado nos céus dos distritos de Santo Eduardo e Santa Maria, na noite de sábado

Ciência
Por Thiago Gomes
2 de maio de 2021 - 13h59
Satélites foram vistos na noite de sábado a olho nu (Foto: Divulgação/ Clube de Astronomia)

Moradores da região Norte de Campos, como os distritos de Santo Eduardo e Santa Maria, na divisa com o Espírito Santo, se surpreenderam no início da noite desse sábado (1º) ao olharem para o céu e se depararem com pontos brilhantes se movendo rapidamente. Os tais pontos, na verdade, eram alguns satélites Starlink passando pelo Brasil. Foram pelo menos 58 satélites em sequência e, de acordo com o presidente do Clube de Astronomia Louis Cruls de Campos dos Goytacazes, o físico Marcelo Oliveira, o fenômeno tem assustado muita gente e deve ser observado nos céus novamente neste domingo (2) em outras regiões da cidade.

Marcelo explica que Starlink é o nome de um projeto da SpaceX para oferecer acesso rápido à Internet em qualquer lugar do mundo por meio de satélites. Ao contrário dos serviços atuais de Internet via satélite, que cobrem em regiões específicas, o objetivo da Starlink é oferecer cobertura global, saturando uma órbita baixa com satélites suficientes para servir a cada canto do planeta.

“Os painéis solares refletem a luz do Sol, permitindo a observação a partir da Terra em regiões específicas, no início da noite. A possibilidade de observação em determinada região do planeta é prevista com antecedência”, explicou Marcelo.

Ainda segundo o presidente do Clube de Astronomia, recentemente mais satélites Starlink foram lançados ao espaço. “Estão assustando muita gente, como foi o caso de Santo Eduardo e Santa Maria ontem”.

Atualmente, a Starlink já tem 1.380 satélites em operação a uma altitude de 550 km. Após completar a primeira camada, a SpaceX planeja outras, a 384 km e 1.200 km de altitude.

Ainda de acordo com o físico, os satélites irão atrapalhar a Astronomia. “Interferirão nas observações a partir da Terra. É uma quantidade muito grande de satélites em órbita baixa. Existe uma campanha para que eles usem uma pintura e materiais que não reflitam tanto a luz do Sol. Já foram lançados muitos Starlinks, então teremos que estar preparados para relatos cada vez mais frequentes de observação”, pontuou.