A praia de Atafona, em São João da Barra, e sua antiga luta contra o mar voltaram a ser destaque na imprensa nacional esta semana. A matéria com o título “A dança de Atafona (RJ): a cidade que se move conforme o mar avança”, publicada no último domingo (28), pelo site de notícias Uol, traz relatos de moradores conhecidos no balneário, além de dar ênfase ao Museu Ambulante, que circula sob uma bicicleta adaptada pelas ruas de Atafona levando a história local de porta em porta.
“Memória é tema sensível por ali. Há 70 anos o distrito de 6.779 habitantes vem perdendo seu território para o mar. Um violento processo de erosão marinha já engoliu oito quarteirões e cerca de 500 edificações, entre casas, comércios, um posto de gasolina e até um edifício de quatro andares. O museu ambulante foi produzido pela Casa Duna, um centro de arte e pesquisa que busca guardar algo desse passado”, conta a reportagem assinada pela jornalista Mariana Costa.
E continua: “As imagens de destruição produzem cenas impressionantes, mas elas também escondem o esforço de uma Atafona que segue em constante movimento. Conforme o mar avança, a população vai caminhando para trás e para os lados, em uma coreografia dramática, um tango entre as águas e os moradores”.
A matéria é concluída com a história de Nina, mulher trans, que vive sozinha com um gato e dois cachorros em Atafona. Morava em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas há 12 anos resolveu voltar para a região onde nasceu. “Não sinto saudade. Pode me oferecer casa, apartamento que eu não volto”, afirma. Os meses mais difíceis são agosto e setembro, quando ela tem que vedar as janelas com plástico. “Quando o vento muda, tudo muda. É a natureza.”
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