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No silêncio do lockdown e brigando contra as aglomerações

Campos completa 186 anos e assinalar a data é preservar suas tradições

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
28 de março de 2021 - 5h01

Um aniversário sui-generis e triste, silenciado entre o lockdown polêmico, mas necessário tendo em vista o colapso do sistema de saúde, e a paralisação de 10 dias que o governador do Estado do Rio tenta desvincular da palavra “feriadão”, – só que após a expressão ter ganho as ruas.

Depois de um ano de aglomerações, desobediência das regras restritivas e resistência ao uso da máscara, veio o que faltava: o “Carnaval da Covid”. Não apenas em Campos – onde as praias da região abusaram dos ajuntamentos e das festas clandestinas – mas Brasil afora.

Assim, 3 ou 4 semanas depois, a pandemia explodiu e bateu todos os recordes, obrigando que desordenadamente fossem adotadas medidas extremas.

O 28 de março assinala a emancipação política de Campos, que em 1835 passou de Villa à categoria de município. Contudo, neste 2021, a importante conquista vai passar praticamente em branco, e até mesmo a circulação de pessoas em vias públicas está sob severa restrição. Trata-se de cenário que ninguém imaginava, que ofusca data da mais alta relevância para Campos, mas que se faz necessário para conter o avanço da doença.

Resta torcer para que prevaleça o bom senso e não ocorram aglomerações. Não se trata de “feriadão”, como chegou a ser chamado e cujo termo está ligado a passeios, diversão, lazer e reunião com amigos. Trata-se, como alertam os especialistas, de “recesso sanitário”. Esperemos que desta feita se enxergue a gravidade do momento.

Lembrança histórica – A impossibilidade de se comemorar os 186 anos de cidade não retira a importância singular que a data exprime. Ao contrário, deve ser lembrada à altura de sua tradição, de sua longa história e do destacado lugar que ocupa no cenário nacional. Afinal, trata-se de 400 anos de pujança econômica e prestígio político, que remonta aos tempos de Capitania e, logo em seguida, de Villa de São Salvador.

Terra fértil, feita rica pelos verdes canaviais, daqui saíram grandes vultos históricos e figuras de notoriedade, nascidas ou que adotaram a bela planície como terra natal.

(*) À guisa de homenagem, na próxima matéria se irá trazer, em resumido apanhado, alguns nomes – figuras públicas – que em suas respectivas épocas deram notável contribuição ao desenvolvimento de Campos.