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Dar o nome de “feriadão” foi erro que deveria ter sido evitado. ‘Dias de isolamento’ seria o adequado

Principalmente no Rio a confusão é grande e pode afetar Campos e outros municípios fluminenses

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
25 de março de 2021 - 19h50

Equívocos seguidos de equívocos têm sido a marca de um ano de pandemia. A doença foi minimizada – chegou a ser negada em sua proporção –, a falta de coordenação prevaleceu e até mesmo medidas simples, como uso de máscara e distanciamento social, foram sonegadas. Completando o leque de absurdos, a própria vacinação chegou a ser colocada em xeque.  

Agora, quando a doença se mostra assustadoramente fora de controle, medidas desconectadas e na base do corre-corre são adotadas para tentar conter o avanço da transmissão.  

Sem entrar no mérito da maior ou menor eficácia do lockdown – assunto polêmico, que divide opiniões, mas que diante do colapso hospitalar é recomendado pela maioria das autoridades sanitárias e afigura-se como “solução” emergencial para conter a circulação de pessoas e, por consequência, a aceleração do contágio – o anúncio do “feriadão”, com esse nome, foi um erro. 

Seria prudente que fosse usada outra palavra, porque feriadão não remete a ficar em casa em isolamento, mas sim a dias de folga para que cada um “aproveite” como achar melhor. 

Outro aspecto ainda mais grave e que pode resultar em desfavor de Campos e outras cidades, está na desconexão entre as resoluções do governo estadual e da prefeitura do Rio. Pergunta-se: com um calor de 40º e sendo o carioca aficionado em praia, se na capital fechar tudo, não há o risco de que, “no feriadão”, as pessoas venham para o interior? E caso não feche, as próprias praias do Rio não serão transformadas em áreas de aglomeração? Ou será o prefeito Eduardo Paes vai apelar para a “consciência do carioca”, como fez no carnaval, e deu no que deu? 

Enfim, a iniciativa de antecipar os feriados para ‘segurar’ a circulação pode até ter sido apropriada em momento tão grave. Mas o nome de “feriadão”, que subconscientemente se liga a viagem, diversão, etc., não deveria ser usado.  

Resta aguardar para ver no que vai dar…