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MP monta força-tarefa para atuar nas investigações das mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes

A promotora de Justiça Simone Sibilio vai coordenar os trabalhos, auxiliada pela promotora Letícia Emile e equipe

Justiça
Por Redação
4 de março de 2021 - 14h42
Marielle Franco era vereadora no Rio (Foto: Guilherme Cunha/Alerj)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) criou uma Força-Tarefa (FT) para atuar na continuidade das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. A Força-Tarefa foi anunciada pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (4). A promotora de Justiça Simone Sibilio vai coordenar os trabalhos, auxiliada pela promotora de Justiça Letícia Emile e equipe.

A Resolução GPGJ Nº 2.403 publicada no Diário Oficial Eletrônico desta quinta-feira (4) delibera sobre a fusão do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). As mudanças se antecipam ao prazo de 60 dias estabelecido pela Resolução anterior, que determinou a reorganização da atuação coletiva na instituição. O artigo 6º reestrutura o GAECO/MPRJ em dois núcleos temáticos: o Núcleo de Combate à Criminalidade Organizada; e o Núcleo de Combate à Corrupção. O GAECO/MPRJ conta com total autonomia de seus membros nas investigações.

As duas resoluções assinadas pelo procurador-geral de Justiça são norteadas pela constatação de que o princípio constitucional da independência funcional se aperfeiçoa a partir da valorização da figura do promotor natural e da cultura de atuação coletiva – uma das bandeiras da campanha de Luciano Mattos, o mais votado na eleição de 11 de dezembro de 2020, e empossado no dia 15 de janeiro deste ano.

Cabe à Coordenação-Geral de Atuação Coletiva Especializada, exercida pelo promotor de Justiça Davi Francisco Faria, a edição das resoluções de regência do grupo e a designação das equipes. A coordenação do GAECO/MPRJ será exercida pelo promotor de Justiça Bruno Gangôni.

Caso Marielle Franco e Anderson Gomes

Nos dois últimos meses, durante a reestruturação que está sendo promovida nos grupos, a investigação do caso Marielle e Anderson continuou sob a condução do GAECO/MPRJ, que cumpriu todos os prazos processuais e exerceu o controle externo de todos os atos policiais.Com a resolução publicada nesta quinta-feira, as investigações que buscam identificar os mandantes dos assassinatos voltam para o comando da promotora de Justiça Simone Sibilio, que atuou desde a primeira fase e foi responsável pela denúncia oferecida em março de 2019 contra os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.

“Este caso sempre foi prioridade para o Ministério Público. E continuará sendo, razão pela qual aceitamos o convite de retornar para esta investigação, na certeza de que toda a estrutura será oferecida para que a elucidação do caso aconteça. Gostaria de ressaltar o meu total compromisso com a sociedade e com os familiares das vítimas no empenho e dedicação a este caso”, afirmou a promotora de Justiça Simone Sibílio.

Coordenadora do GAECO/MPRJ até janeiro de 2021, Simone também atuou em diversos atos investigatórios para apurar a identificação dos mandantes do crime. Entre as ações que acompanhou estão oitivas de mais de duas centenas de testemunhas, manejo de diversas medidas cautelares autorizadas judicialmente, acareações, buscas e apreensões, perícias técnicas, tudo com o único e firme propósito de elucidar o envolvimento de outros partícipes no crime. A investigação é pautada pela responsabilidade e seriedade, com checagens rigorosas de todas as informações obtidas que devem ser provadas tecnicamente.

A promotora de Justiça Simone Sibilio do Nascimento ingressou no MPRJ em 2003 e, durante 13 anos, atuou junto ao Tribunal do Júri. Formada pela PUC-Rio, foi coordenadora do GAECO/MPRJ entre 2018 e janeiro de 2021, período em que esteve à frente das investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Antes de ingressar no Ministério Público, foi capitã da Policial Militar e delegada da Polícia Civil.

Fonte MPRJ