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Governo do estado lança programa hídrico que abrange transposição do Rio Paraíba do Sul

Intenção é garantir segurança no abastecimento e qualidade de água para todo o estado; autoridades de Campos participaram do programa

Estado do RJ
Por Redação
26 de fevereiro de 2021 - 16h11
Rio Paraíba do Sul, em Campos (Foto: Leon Júnior)

O Governo do Estado do Rio de Janeiro lançou, nesta sexta-feira (26), o Programa de Segurança Hídrica (Prosegh) para aumentar a oferta de água, garantir a conservação dos mananciais e reduzir riscos de secas, inundações e acidentes ambientais. A iniciativa inclui projetos dos setores público e privado, como a obra para a construção do túnel bypass (passagem) com a transposição de água da Bacia do Rio Paraíba do Sul para o Rio Guandu. A intervenção é realizada pela Light para ampliar a segurança na geração de energia elétrica distribuída a 31 municípios da Região Metropolitana. 

Autoridades ambientais de Campos participaram tanto da elaboração quanto do lançamento do projeto. De acordo com o diretor-presidente do Comitê do Baixo Paraíba e pesquisador da Uenf , João de Siqueira, a região Norte Fluminense será beneficiada com o projeto já que a intenção é aumentar a vazão do Rio Paraíba do Sul, melhorar a qualidade da água e garantir a distribuição por todo o estado.

“Nós acompanhamos tudo e estamos de acordo com todo o projeto. Esperamos que tudo se cumpra e que os investimentos, principalmente financeiros, cheguem ao interior conforme é necessário, e não fiquem só na capital”, disse.

O assunto começou a ser discutido cerca de 10 anos atrás e teve a participação do Ministério Público Federal (MPF) para evitar prejuízos ao meio ambiente e a distribuição igualitária de água.

Licenciada pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente), a obra do túnel da Light vai interligar os reservatórios de Vigário, no alto da Serra das Araras, e Ponte Coberta, em Piraí. O túnel terá comprimento de 3,8km, diâmetro máximo de 5,8m e um desnível de 310m entre os reservatórios. Hoje, as águas do Rio Paraíba do Sul passam pelas usinas da Light e são utilizadas para produzir eletricidade. O novo sistema terá capacidade equivalente ao atual e fornecerá uma vazão de 120 m³/s, suficiente para encher 120 caixas d`água de 1 mil litros a cada segundo. 

“Estamos inaugurando um novo tempo no Rio de Janeiro, tirando coisas do papel e trabalhando com parcerias. Queremos que o serviço público chegue às pessoas. O Prosegh é uma importante ação ambiental, que vai diminuir a vulnerabilidade hídrica e assegurar a disponibilidade de água, em quantidade e qualidade para a população fluminense. A ideia é o Estado juntar foças com a sociedade civil e a iniciativa privada para melhorar a oferta hídrica. Estamos dando mais um passo na nossa missão, garantindo água para a população”, ressaltou o governador em exercício, Cláudio Castro.

Com duração de um ano e três meses, a obra conta com investimento de R$ 400 milhões da Light. O sistema funcionará em paralelo ao atual circuito hídrico e será, também, uma alternativa de abastecimento para a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, onde a Cedae capta e trata a maior parte da água consumida na Região Metropolitana do Rio. 

“Estruturas do porte das usinas hidrelétricas da Light na Serra das Araras requerem manutenção constante e, muitas vezes, precisam ser paralisadas para verificação integral das condições de operação. O túnel será uma importante ferramenta para que a Light continue a prestar o serviço de geração de energia elétrica de forma contínua e segura”, explicou o presidente da Light, Raimundo Nonato Alencar de Castro.

Auxílio para planejamento dos investimentos

Através do Programa de Segurança Hídrica, o Governo do Estado vai oferecer auxílio para o planejamento dos investimentos e das ações, identificando possíveis fontes de financiamento. O planejamento tem previsão de ações para os próximos 22 anos. Além disso, um grupo técnico interinstitucional permanente vai acompanhar a segurança hídrica da região do Guandu. A equipe vai discutir e propor ações preventivas e mitigadoras em relação à qualidade de água.

“Hoje, há uma vulnerabilidade dos sistemas hídricos em decorrência das mudanças climáticas. É preciso ainda conter a poluição dos rios que chegam na tomada d´agua da ETA Guandu, que abastece cerca de 10 milhões de pessoas da Região Metropolitana. Além disso, esse programa tem papel ímpar no estado, pois tem uma visão de desenvolvimento, já que garante a todas as frentes que querem investir no estado que não faltarão recursos hídricos”, afirmou o secretário do Ambiente, Thiago Pampolha.

*Com informações do Governo do Estado do Rio