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Viajar ou ficar em casa no feriadão dividem opiniões

Apesar do cancelamento oficial do Carnaval, há quem pretenda sair durante o período de pandemia

Comportamento
Por Ocinei Trindade
8 de fevereiro de 2021 - 0h01

Viagem para a Bahia | Marlon, Diovana e Tom decidiram passar o Carnaval longe de Campos (Acervo Pessoal)

Há décadas uma marchinha de Carnaval faz sucesso na festa brasileira de maior popularidade. A letra diz “Este não ano vai ser igual àquele que passou. Eu não brinquei, você também não brincou. Aquela fantasia que eu comprei ficou guardada e a sua também”. A canção combina com o Carnaval de 2021, cancelado da programação oficial de muitas cidades. E o que fazer sem folia? Alguns pretendem viajar, mas há quem prefira ficar em casa para não se arriscar a contrair a Covid-19. Em Campos, há milhares de infectados e quase 700 mortes.

Em uma enquete realizada no Facebook, o Jornal Terceira Via quis saber dos leitores e internautas o que pretendem no feriadão: viajar ou ficar em casa. Pelo menos de acordo com as respostas, a maioria disse que ficará em suas residências. Porém, há quem defenda a possibilidade de viajar, como Andresa Boliveira.

“Não tem ninguém em casa nesse momento. Caso tenha, irá morrer de depressão e fome. Tenho que trabalhar, pegar transporte público lotado durante a semana, aí vamos ficar em casa num domingo ensolarado? Não será a praia que trará resultados negativos. Vamos fazer um passeio dentro das normas do Ministério da Saúde”, comentou.

O empresário Marlon Hudson e a relações públicas Diovana Fonseca são pais de Tom, de um ano e meio. Eles decidiram viajar para a Bahia na segunda-feira de Carnaval. A família vai se hospedar em um resort em Praia do Forte, próximo a Salvador. Dizem não estar preocupados, mas prudentes por causa da pandemia e que tomarão os cuidados de higiene e proteção devidos.

“Não somos adeptos às festas de Carnaval, preferimos o retiro e o sossego.  Com a questão da pandemia, o Carnaval de Salvador foi cancelado.  Daí, os custos de passagens aéreas e hotéis ficaram mais atrativos. Nós amamos o Nordeste e escolhemos o solo baiano dessa vez para desfrutar a  natureza de Deus”, explicam.

Para o agente de viagens Hernon Braga, muita gente procura informação e faz cotação de passeios, mas não fecha contrato. “Há pessoas com medo, receosas pela Covid-19”, diz. Viagens bastante procuradas para Maragogi (AL) e Jericoacoara (CE) custam em média R$5 mil por pessoa o pacote. Vários destinos internacionais estão impedidos, pois muitos países fecharam as fronteiras para pessoas vindas do Brasil, devido ao número de infectados e a nova variante do coronavírus.

“O turismo nacional ganhou preferência, mas ainda há pouca gente disposta a viajar. “Em Campos, pessoas estão optando por alugar casas nas praias da região, além de Búzios e Guarapari para passar os dias de Carnaval”, destaca.

Riscos em viagens

Epidemiologista | Elizabeth Tudesco vê riscos (Foto: Arquivo)

A médica epidemiologista Elizabeth Tudesco só considera viagens neste momento em casos de urgência ou trabalho, se não tiver como adiar. “Não é boa hora para turismo e passeio. O pior é o ambiente fechado. Mesmo de carro, quando se desloca, tem a possibilidade de levar o vírus. Ônibus e avião dificultam a proteção. O ambiente teria que estar muito higienizado. Todo o ambiente pode ficar contaminado. Correr o risco não é recomendável”, define.

De acordo com a médica, o período de Carnaval, mesmo sem festejos, pode provocar algum tipo de aglomeração. Bebidas alcoólicas e a possibilidade de abraços aumentam a chance de infecção. “Numa situação crítica que estamos é insustentável. Ainda teremos vários carnavais para nos divertir. A vacinação de toda a população ainda vai demorar. Este Carnaval é para pensar em saúde individual e coletiva, reduzir a circulação viral.  Os profissionais de saúde estão cansados de lutar pela vida e contra a morte. Ninguém se diverte sem saúde”, avalia.

                                                                                                           

Ficar em casa

Ficar em casa | Júlia Bravo é carnavalesca o ano inteiro, mas prefere se proteger da Covid-19

O internauta Célio Marins diz que não pretende sair. “Fiquei em casa no Natal e na virada do ano. Não fui à praia um dia sequer deste ano. No Carnaval, meu plano é ficar em casa”, revela. A atriz e empresária Júlia Bravo também optou em se fechar para evitar contágio.

“Eu amo o Carnaval. Sou totalmente carnavalesca, mas a festa foi cancelada. Então, eu nem consigo pensar nisso com Covid-19 e sem a vacina. Eu vou ficar em casa por questão de segurança. Para mim e para o próximo. Não é o momento de aglomeração ou festa. Mas de proteger quem a gente ama”, diz.

Ações em Campos
As tratativas sobre o período de Carnaval estão na pauta do Gabinete de Crise da Covid-19,  que se reúne nesta segunda-feira (8) para definir ações. Parques, praças, praias, lagoas e cachoeiras continuam sendo fiscalizadas pela Vigilância Sanitária e a Guarda Civil Municipal para que seja cumprido o protocolo “Regras da Vida”, inclusive com barreira sanitária na praia de Farol de São Thomé.

De acordo com a Secretaria de Saúde, na semana passada, a taxa de ocupação na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) era 67,22%. Quanto aos leitos de Clínica Médica a taxa foi de 39,45%