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A arte da ironia

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Opinião
Por Editorial
27 de janeiro de 2021 - 19h23

O que sobrou de valor – e qualquer coisa lá tem valor – do Museu Olavo Cardoso, saqueado no dia 28 de dezembro ano passado, está desde hoje sob a custódia do Museu de Campos, na Praça São Salvador.

Nesta quinta-feira (28) completa um mês do roubo no Museu e a polícia trabalha com a possibilidade de ter sido ação de uma quadrilha especializada ou organizada. Fato é que, pelo que foi coletado e está sendo catalogado, ainda sobrou um pouco.

Sabe-se que os descendentes do empresário Olavo Cardoso, homem de muitas posses, ficaram revoltados com a forma como o imóvel e seu acervo foram tratados, desde o descuido com o prédio até o roubo de seus objetos.

Olavo Cardoso foi um dos homens que doaram patrimônio para o município preocupado com a memória no futuro. Forma um raro par com a rica Finazinha Queiroz que deixou sua mansão no Jardim do Liceu para que a primeira universidade pública se instalasse em Campos, a Villa Maria, hoje Casa de Cultura pertencente à Universidade Estadual do Norte Fluminense.

A ironia desta história é que Olavo Cardoso era dono da usina de Pureza, em São Fidélis e lá ele nunca pensou em um museu. Um forte empresário fidelense, radicado no Rio, acabou comprando a usina. Sem condições de moer por falta de matéria-prima, o atual dono resolveu transformar o espaço em um Museu do Açúcar que deve ser inaugurado esse ano.

Irônico não?