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Moradores de Serrinha e localidades próximas estão há 9 dias sem transporte público municipal

Alguns estariam perdendo o emprego por não conseguirem se deslocar de casa para o trabalho; IMTT já notificou empresa responsável pela linha

Campos
Por Redação
21 de janeiro de 2021 - 11h37

Linha Serrinha concedida à Rogil (Foto: Anderson Pessanha / Ônibus Brasil)

Moradores do distrito de Serrinha e de outras localidades próximas (Caxeta, Sentinela do Imbé, Ibitioca, entre outras) estão há 9 dias sem transporte público. As mudanças na prestação desse serviço público decorrentes das trocas de gestão da prefeitura teriam ocasionado o problema. Agora, a população vem sofrendo as consequências; alguns moradores, inclusive, estariam perdendo o emprego por não conseguirem se deslocar de casa para o trabalho. Diante dessa situação, eles estão fazendo um abaixo-assinado a ser encaminhado ao Ministério Público.

Morador de Serrinha, Sanderson Vieira explicou que a concessão da linha que atende a esse distrito e localidades é da empresa Rogil. Contudo, foi firmado um acordo com a Viação Jacarandá que há 10 anos atendia à população dessa região “sem que houvesse qualquer problema”.

No governo Rafael Diniz, com a reformulação do transporte público municipal, a linha Serrinha foi oferecida às vans, que não aceitaram a proposta devido à distância. Nesse ínterim, o acordo entre a Jacarandá e a Rogil foi rompido e a empresa proprietária dessa concessão voltou a atender o distrito, mas, segundo Sanderson, “de forma muito precária”.

“A Rogil nos atendia com ônibus quebrados, em horários confusos, com atraso… Muito diferente do serviço prestado pela Jacarandá antes da mudança no transporte municipal”, contou.

Mas o problema tornou-se mais grave no dia 12 de janeiro quando, sem prestar esclarecimentos, a Rogil retirou todos os ônibus que faziam a linha Serrinha.

Na semana passada, um grupo de moradores conseguiu se reunir com representantes do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) que garantiram colocar uma linha emergencial para atender a região. Contrataram, então, uma empresa do Rio de Janeiro, a Transleal, que, com apenas um veículo, circulava em três horários.

“Mas o ônibus também começou a dar problema. Por ser apenas um veículo, ele ia e voltava para Campos nesses três horários. Começou a faltar combustível e a apresentar problemas mecânicos. Até que hoje, nesta quinta-feira, a Transleal também se retirou, alegando que não recebe o repasse da Prefeitura e não tem como arcar com os custos”, denunciou o morador.

Sem a linha oficial e sem ônibus emergencial, os moradores de Serrinha estão sem transporte público e não podem ir trabalhar. “São poucos os que têm carro e podem se deslocar. A maioria não pode sair de casa, muitos estão perdendo o emprego, consultas médicas”, disse Sanderson.

Já os moradores de outras localidades que também eram atendidas por essa linha – Caxeta, Sentinela do Imbé e Ibitioca – estão à mercê das vans que, de acordo com Sanderson, “vão quando querem”.

Sanderson contou ainda que a Viação Jacarandá ainda teria o interesse em prestar o serviço, mas somente mediante a cessão de todas as linhas por parte da Rogil que, por sua vez, não teria aceitado esse acordo.

No Diário Oficial do Município do dia 19 de janeiro, o vice-presidente do IMTT, Davi Alcântara Bonates, notificou a empresa Rogil a retomar, no prazo de 24h, os serviços de transporte coletivo na linha Rodoviária X Serrinha.

Na notificação, consta ainda que, em caso de descumprimento, “o IMTT promoverá as medidas necessárias para que haja prestação dos serviços na linha citada, até mesmo por operação de outras concessionárias, sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis”.

O prazo determinado pelo órgão já se encerrou.

A reportagem tentou contato com a Rogil por meio do telefone, mas não obteve resposta.

Os moradores estão recolhendo assinaturas para um abaixo-assinado que deve ser encaminhado ao Ministério Público. “Já procuramos a prefeitura, não somos atendidos, o IMTT não resolve… Precisamos do transporte e vamos correr atrás dos nossos direitos”, concluiu.

Em nota, a prefeitura de Campos disse que “a empresa Rogil abandonou a operação das linhas de Serrinha e Sentinela do Imbé. O IMTT notificou a empresa a retomar o serviço por ofício e diário oficial, através da portaria 01/2021, e a mesma não respondeu. Os demais consórcios foram convidados a assumir a linha e emergencialmente a empresa Cidade de Mendes assumiu a operação até que um novo processo de chamamento público seja finalizado. Quanto a denúncia da não circulação de ônibus nesta manhã, o IMTT estará averiguando junto a empresa. Será feita Fiscalização”, finaliza a nota.