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Amazonas decreta toque de recolher devido à covid-19

Com hospitais lotados, pacientes são transferidos para outros estados

País
Por Redação
15 de janeiro de 2021 - 11h10

A doutora Luciana Souza compara duas radiografias de tórax diferentes de um paciente enquanto conversa com um colega de um hospital de campanha criado para tratar pacientes que sofrem da doença de coronavírus (COVID-19) em Guarulhos, São Paulo

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou, nessa quinta-feira (14), novas medidas para tentar conter a disseminação do novo coronavírus e o consequente aumento do número de casos da Covid-19 no estado. Entre as restrições está a proibição da circulação de pessoas nas ruas de todo o Amazonas, das 19h às 6h.

O governo estadual também já começou a transferir pacientes diagnosticados com a Covid-19 para hospitais de outras seis unidades da federação (Goiás, Piauí, Maranhão, Distrito Federal, Paraíba e Rio Grande do Norte) e recorreu à Justiça para que a empresa White Martins seja obrigada a fornecer todo o oxigênio hospitalar de que a rede pública de saúde do estado precisar.

“Estamos decretando o fechamento das atividades de circulação de pessoas entre 19h e 6h da manhã, exceto de atividades e transporte de produtos essenciais à vida”, informou o governador nas redes sociais.

Lima explicou que o toque de recolher não atinge quem trabalha em atividades estratégicas e essenciais, como saúde e segurança pública, nem profissionais de imprensa. Farmácias também poderão atender os clientes, mas apenas por meio de entrega em domicílio.

A medida será detalhada em um decreto a ser publicado no Diário Oficial do estado. O decreto também proibirá o transporte coletivo de passageiros por estradas ou barcos.

Quanto à remoção de pacientes para outras unidades da federação, Lima garantiu que, além do traslado, o governo estadual vai oferecer apoio psicossocial para atender aos doentes e a seus parentes. “Estamos montando um grupo de apoio para esses pacientes e familiares que irão ser deslocados para os outros estados”, disse o governador.

“Também já entramos com uma ação na Justiça contra a empresa [White Martins] para garantir que ela abasteça [com oxigênio medicinal] em quantidade suficiente a rede hospitalar para atender nossos irmãos acometidos da Covid-19”, acrescentou Lima, que disse que tem conversado com os ministros da Saúde, Eduardo Pazuello; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, sobre os riscos do desabastecimento do produto.

Na quarta (13), a demanda por oxigênio em estabelecimentos hospitalares públicos de saúde do Amazonas superou em mais de 11 vezes a média diária de consumo da terça-feira (12). Os hospitais particulares também já enfrentam dificuldades de abastecimento.

Nos últimos dois dias, a Justiça estadual deu decisões favoráveis a estabelecimentos privados para que as empresas White Martins e Nitron da Amazônia sejam obrigadas a manter o fornecimento de uma quantidade mínima do produto.

“Estamos numa operação de guerra, onde os insumos, sobretudo a questão do oxigênio nas unidades hospitalares, é o produto mais consumido diante dessa pandemia”, disse o governador Wilson Lima.

Frentes
De acordo com o governo estadual, até quarta à tarde, o Amazonas contabilizava 219.544 casos confirmados da Covid-19 e 5.879 óbitos, com 540 pacientes internados com a suspeita de terem sido infectados pelo novo coronavírus.

No início da semana, o governo estadual já tinha proibido o transporte fluvial e rodoviário intermunicipal de passageiros. A suspensão desses serviços foi estabelecida por decreto publicado na terça-feira (12), e vai vigorar até 17 de janeiro.

No mesmo decreto, foram suspensas o funcionamento de marinas para atividades de lazer e de academias, centros de ginástica e estabelecimentos semelhantes. Também devido aos reflexos da Covid-19, o governo estendeu até 31 de janeiro a determinação para que os órgãos e entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo estadual que não estejam diretamente envolvidos com o enfrentamento da pandemia mantenham no mínimo 70% de seus servidores e empregados em trabalho remoto.

A gravidade da situação no Amazonas motivou o governo do Pará a proibir a entrada em seu território de embarcações de passageiros provenientes do Amazonas, em vigor a partir de quinta (14).