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Mudança de hábito, de lugar e de vida

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
10 de janeiro de 2021 - 0h01

Para fugir da Covid e de outros eventuais vírus que poderão surgir, o campista busca cada vez mais fixar residência nas praias de SJB – Grussaí e Atafona, especialmente 

 

De imediato, explica-se que a presente matéria nada tem a ver com praia e verão. Ao contrário, melhor seria se tivesse sido publicada em setembro, ou novembro, ou qualquer outro mês fora da alta temporada. Aliás, trazê-la agora pode até gerar certa confusão para o leitor.

O que se deseja enfatizar, de fato, diz respeito à pandemia e à tendência observada a partir de maio de 2020 quando o contágio do coronavírus acelerou pra valer e o campista, assustado, passou a frequentar cada vez mais as praias da região – Atafona e Grussaí, em especial – tentando fugir da implacável doença.

Num primeiro momento, passando os fins de semana. Logo em seguida, ampliando a permanência nos balneários e, os que puderam, mudando-se praticamente em definitivo. Evidente, cada qual dentro de suas circunstâncias e possibilidades. Uns trouxeram a família e ficaram indo e vindo. Outros, que estavam e estão em regime de home-office, foram pra ficar.

Aulas suspensas, lojas fechadas por mais de 100 dias, atividades públicas-privadas reduzidas ao máximo e, acima de tudo, a busca por maior segurança, para onde o vento corre solto, livre das barreiras dos grandes prédios. Para os que moram em apartamento, nem se fala: elevador, garagens fechadas, áreas comuns de trânsito, corredores, etc.

Cada um a seu modo, o fato é que aumento no volume de pessoas nas praias passou a ser notado a cada esquina e só fez crescer. Evidente, foi mais fácil para quem já tinha residência por lá ou facilidade para alugar uma casa. Quem podia ficar direto, ficava. Quem precisava vir duas ou três vezes por semana a Campos, tinha como única dificuldade os 30 e poucos quilômetros até Grussaí/Chapéu de Sol ou 40 km para chegar a Atafona. Isso, sem falar no enorme contingente dos que moram e Campos, mas já trabalhavam em SJB.

Inclinação natural – Bem entendido, sublinha-se Atafona e Grussaí face à indiscutível afinidade do campista com os referidos balneários de SJB. Afinal, a Praia do Farol é mais distante e por tradição preferida pelos moradores da Baixada. Santa Clara e Guaxindiba também foram opções, mas em menor intensidade.

O que se constatou, portanto, é que a inclinação natural que sempre existiu se viu impulsionada pela grave crise sanitária e as praias sanjoanenses – já tão presentes na vida do campista – foram ‘redescobertas’ pela falta de poluição, temperatura amena, maior segurança, tranquilidade, belezas naturais e tudo o mais que têm a oferecer. De mais a mais, a partir da pandemia, pessoas do mundo todo passaram a optar por localidades interioranas em detrimento das grandes metrópoles.

Aglomerações – Neste período, a preocupação com a falta de distanciamento está mais lá, do que aqui, na cidade. Mas, como dito, não se trata do verão. Portanto, a matéria não fala de banho de mar ou da praia em si. O que se mostra é a mudança de hábito e de vida, algo que já vinha acontecendo e que, agora, parece que ‘veio pra ficar’.

Expansão – O crescimento do comércio, serviços e construção civil é algo que se vê já na entrada de ambas as praias, exibindo visual absolutamente diferente de alguns anos. Nas ‘pistas de chegada’ a Grussaí e Atafona, a proliferação de padarias, açougues, peixarias, lanchonetes, supermercados, farmácias, restaurantes, clínicas, lojas de confecção e utilidade, comércio de material de construção, postos de gasolina e quase tudo – ou tudo – que se precisa para uma vida com qualidade e bem estar.

O número de construções é algo absolutamente fora da curva. São centenas de novas casas sendo erguidas – grande parte de excelente padrão, [confirmando observação antiga de que ‘o campista tem na praia residência melhor do que a de Campos] –, tantas outras reformadas e a cada semana novos pontos comerciais são levantados.

Por fim, que a pandemia vá embora e que a ‘redescoberta’ da qualidade de vida seja a nova realidade ou, como se diz, o ‘novo normal’.