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Pesquisa financiada pela Faperj identifica nova linhagem do Sars-Cov-2

Estudo teve colaboração do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, das secretarias de Saúde de Maricá e do Rio de Janeiro e do Lacen

Tudo sobre coronavírus
Por ASCOM
6 de janeiro de 2021 - 8h19

(Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

Financiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, uma pesquisa do Laboratório Nacional de Computação Científico sequenciou 180 genomas do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, provenientes de amostras do Estado do Rio de Janeiro. O grupo de estudos analisou os resultados em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), secretarias de Saúde de Maricá e do Rio de Janeiro e Laboratório Central Noel Nutels (Lacen).

Foram identificadas cinco mutações caracterizando uma possível nova linhagem originária da B.1.1.28, que já circulava no Brasil, no início do ano. As mutações são no C100U, C28253U, G28628U, G28975U e C29754U. Além dessas cinco, a mutação G23012A (E484K), no domínio de ligação ao receptor da proteína Spike, está amplamente espalhado nos genomas dessa linhagem. A E484K foi anteriormente associada ao escape de anticorpos neutralizantes contra o Sars-CoV-2.

A pesquisadora Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos, do Laboratório Nacional de Computação Científica, explica que, de acordo com as análises filogenéticas, o surgimento desta nova linhagem ocorreu em julho de 2020 e foi identificada, principalmente, no Rio de Janeiro, Cabo Frio, Niterói e Duque de Caxias.

As análises indicam que a linhagem B.1.1.28 aparece como emergente, sendo identificada em 38 dos 180 genomas sequenciados. Por outro lado, os pesquisadores apontam que a linhagem B.1.1.33 está em declínio. O trabalho foi submetido em 20 de dezembro à plataforma MedRxiv.

Segundo Ana Tereza, não existe indicação de que essa linhagem seja mais transmissível ou que possa interferir na efetividade das vacinas que estão sendo desenvolvidas. Entretanto, ela ressalta a importância de estudos contínuos de vigilância genômica para análise da dispersão dessa nova linhagem e na identificação de novas variantes do Sars-CoV-2 no estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

A Faperj é a agência de fomento à ciência, à tecnologia e à inovação do Estado do Rio de Janeiro. Vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, a agência visa estimular atividades nas áreas científica e tecnológica e apoiar de maneira ampla projetos e programas de instituições acadêmicas e de pesquisa sediadas no Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro