×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Confusão e incertezas marcam virada do ano. Mas com muita esperança

.

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
28 de dezembro de 2020 - 11h34

Mesmo com atrasos e dúvidas, programa de vacinação é a boa notícia 

 

Nos próximos dias, entre 30 e 31, o jornal on-line Terceira Via repercute alguns dos assuntos que foram destaque ao longo de 2020, reproduzindo página dupla-central publicada na edição impressa que está circulando desde o domingo (27).

Trata-se de despretensiosa e resumidíssima síntese, na qual se pincelou aspectos relevantes do ano, em detrimento de tantos outros que ficaram de fora. O mais importante, naturalmente, foi a pandemia do novo coronavírus, que virou o mundo e o ano que ora se finda de ponta cabeça.

Para este apagar de luzes – última semana de 2020 – o que se vê é um turbilhão de informações desencontradas e, infelizmente, com notícias mais negativas do que favoráveis sobre a maior crise sanitária dos últimos 100 anos.

As más notícias – muitas já incorporadas ao nosso dia-a-dia – dizem respeito à segunda onda de transmissão do vírus, que está ‘batendo forte’ no finalzinho do ano através do aumento da média móvel de óbitos, do número alarmante de novos casos, da taxa de ocupação de UTIs próxima do estrangulamento e, no geral, da aceleração do contágio da doença quando fazíamos contas, há dois ou três meses, que chegaríamos no fim do ano com a doença arrefecida.

Surpresas e vacinas – Com a maioria dos estados registrando alta na taxa de transmissão; várias cidades na bandeira vermelha em vias de novo lockdown; casos de reinfecção, nova cepa e outras questões desafiadoras, temos uma luz no fim do longo túnel: a vacina.

Sobre o programa de imunização há mais desinformação do que informação. Existem diferentes estágios, não se sabe quais vacinas estarão sendo liberadas e quando, efetivamente, a campanha terá início.  Mas, seja como for, é alguma coisa… E se der certo (tem tudo para dar) ‘muita coisa’.

Ainda sobre a vacina, para alguns foi pouco proveitosa a decisão do STF de permitir que a União, os estados e municípios declarem, se assim desejarem, o caráter obrigatório da vacina. Como lembrou a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência e articulista de O Globo, a discursão foi negativa porque pode aumentar o medo nas pessoas: “A população pode ficar desconfiada e não perceber que a vacinação no Brasil sempre foi indiretamente obrigatória”.

Opinião de quem sabe – Em recente declaração, o ex-ministro Nelson Teich deu uma deixa da situação: “É preciso entender que colocamos na pauta hoje o que aprendemos ontem”. Ou seja, é tudo muito incerto.

Sábado passado (26), em entrevista dada pelo infectologista paulista Marco Aurélio Sáfadi ao GloboNews, uma telespectadora perguntou ao renomado médico qual das vacinas [porque existem diferenças no desenvolvimento desses imunizantes] seria a mais apropriada.

Respondeu Marco Aurélio: “A que estiver disponível. Nesta fase inicial, a melhor vacina é a que for oferecida”. E concluiu que depois, quando a situação estiver mais controlada, poderemos direcionar quais vacinas são mais apropriados para este ou aquele grupo. Ou seja, nas entrelinhas, vê-se que a vacinação é necessária, é a solução emergencial, mas ao menos parcialmente não será ministrada de forma ideal.

Enfim, seja como for, estamos fechando 2020 com anúncios desencontrados, mas com a esperança da notícia que merece manchete de capa, que é a vacinação.