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“Dando água a quem tem sede, dando pão a quem tem fome”

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Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
20 de dezembro de 2020 - 0h01

Esta página, que circula na imprensa ininterruptamente desde meados de 2011, completa neste difícil dezembro de 2020 dez publicações. Como lembrado ano passado, ainda não completou 10 anos – foi lançada em junho – mas soma dez natais.

Por tradição, mantém a mesma belíssima e iluminada imagem de Jesus Cristo na Manjedoura, como forma de lembrar a todos que é tempo de Natal, de fraternidade e de solidariedade para com o próximo; de perdoar e dar graças pela saúde, pela comida em nossa mesa e pelo teto que nos guarda – os quais, só por vontade e permissão de Deus, nos é conferido.

Ao longo desse período, os textos escritos nesta época versaram ora sobre assuntos favoráveis e promissores, ora a respeito de temas desafortunados, como crise política, corrupção, governos desmoronando, recessão econômica, violência desenfreada, danos provocados por climas extremos, aumento da desigualdade com ampliação desumana da miséria, e outros tantos ligados a questões de infortúnio e flagelo.

Contudo, por mais nefasta que fosse a situação vigente naqueles períodos de fins de dezembro, nenhuma outra, nem de longe, pode, minimamente, ser comparada à provação que se está passando em 2020 e que, infelizmente, alcança a época de Natal, impedindo que a data seja comemorada como mister acontece nesta que é a fase mais bonita do ano.

São tempos de dores e sofrimento como poucas vezes o mundo presenciou e, no caso do Brasil – exceto pela ‘Gripe Espanhola’ ocorrida há 100 anos – sem precedentes.

Período de aflições 

O ano de 2020 está sendo marcado a ferro, fogo e mortes pela pandemia do novo coronavírus que atinge todo o mundo em escalada meteórica de contágio. A Covid é uma doença cruel. Quando branda, pode passar assintomática ou resultar em reações leves. Em tese, nesses casos não é conhecido da possibilidade de retorno ou danos futuros. Mas quando a doença ‘entra’ de forma mais agressiva, provoca dores e sofrimento. Pode deixar sequelas ou matar, sendo que o Brasil amarga o penoso número de 185 mil mortes e mais de 7 milhões de pessoas infectadas.

O País, como alguns outros mundo afora, tratou mal a doença, atrasou o tratamento e negligenciou as medidas de restrição. Em atitude negacionista, o próprio governo federal cruzou os braços ante as aglomerações e politizou a pandemia, o que possivelmente fez aumentar o número de vítimas. Sem o exemplo que deveria vir de cima, parte da população não faz sua parte, minimiza a doença e contribui para sua aceleração.

Agora, quando a vacina surge como luz no fim do longo túnel, também sua aplicação gera polêmica. Enquanto o Supremo autorizou que a União, estados e municípios possam determinar a obrigatoriedade da vacinação (o que, por óbvio, será decisão do governo Central e dos entes federativos optarem ou não por implantar o caráter obrigatório) alguns questionam a segurança de algumas dessas vacinas aprovadas em tempo recorde e usam como exemplo ilustrativo alguém ser obrigado a tomar determinado remédio cuja bula alerta para possíveis danos colaterais. Enfim, tudo muito nebuloso.

Renovação 

Se neste espaço, em todos os períodos de Natal, foram pregados votos de recomeço, lembrando que o dia do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo é o tempo certo para a verdadeira renovação, tendo em vista que Sua palavra e Seus ensinamentos é que nos conduzirão à verdadeira transformação  –  cada qual buscando em si mesmo tornar-se uma pessoa melhor – mais ainda em tempos de angústia, como o de agora, devemos buscar a Cristo e Nele depositar todas as nossas esperanças em dias melhores.

De propósito – conforme dito no início do texto – repete-se a mesma bela ilustração de todos os anos, acrescentando-se os versos de Ivan Lins das letras de ‘Bandeira do Divino’ e ‘Guarde nos olhos’, apropriados ao momento.

Bom Natal para todos. E que daqui a 12 meses possamos agradecer pela pandemia ter ido embora.

BANDEIRA DO DIVINO 

Os devotos do Divino
Vão abrir sua morada
Pra bandeira do menino
Ser bem-vinda, ser louvada, ai ai

Deus nos salve, esse devoto
Pela esmola em vosso nome
Dando água a quem tem sede
Dando pão a quem tem fome, ai ai

A bandeira acredita
Que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta
Que essa casa seja santa, ai ai

Que o perdão seja sagrado
Que a fé seja infinita
Que o homem seja livre
Que a justiça sobreviva, ai ai

Assim, como os três reis magos
Que seguiram a estrela-guia
A bandeira segue em frente
Atrás de melhores dias, ai ai

No estandarte, vai escrito
Que ele voltará de novo
E o Rei será bendito
Ele nascerá do povo, ai ai

GUARDE NOS OLHOS 

Guarde nos olhos
A água mais pura da fonte
Beba esse horizonte
Toque nessas manhãs

Guarde nos olhos
A gota de orvalho chorado
Guarde o cheiro do cravo
Do jasmim, do hortelã

Guarde o riso
Como nunca se fez
Corra os campos
Pela última vez

Guarde nos olhos
A chuva que faz as enchentes
Vai um pouco com a gente
Rumo a capital

 

Vai dentro da gente

Vamos pra capital

Tá nos olhos da gente

Vamos pra capital