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A vitória de Wladimir Garotinho

Desafio adiante será o de construir alianças tendo em mente que os vencidos de hoje serão os opositores de amanhã

Guilherme Belido Escreve
Por Guilherme Belido
30 de novembro de 2020 - 8h39

Desafio adiante será o de construir alianças tendo em mente que os vencidos de hoje serão os opositores de amanhã

Confirmando o que via de regra se vê quando no 1º turno o candidato vitorioso obtém ampla diferença de votos sobre o segundo colocado, o deputado federal Wladimir Garotinho, do PSD, é o novo prefeito eleito de Campos, somando 121.174 votos (52,40%), contra 110.094 (47,60%) de Caio Vianna, do PDT.

A diferença de pouco mais de 11 mil votos (menos de 5%) mostra resultado relativamente apertado se comparado aos números do 1º turno, quando Wladimir alcançou 40 mil de vantagem – mais de 15 pontos percentuais. Contudo, manteve a escrita de que viradas são pouco prováveis em margens acentuadas.

Em Campos, só as eleições de 2004 (anulada) e 2006 tiveram viradas, mas em ambas as vantagens no 1º turno foram, respectivamente, de 5,76% e 2,0% em favor do então candidato Geraldo Pudim. Logo, foram percentuais bem estreitos.

Para ilustrar, temos os exemplos das eleições presidenciais pós-redemocratização no Brasil, acerca das quais todos os vitoriosos no 1º turno foram eleitos: Fernando Collor (1989) Lula da Silva (2002 e 2006), Dilma Rousseff (2010 e 2014) e, em 2018, Bolsonaro. Nos pleitos de 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso liquidou a fatura logo no primeiro turno.

Apenas como registro, das últimas três pesquisas realizadas em Campos, apenas o Ibope acertou o resultado final, ainda assim errando nos percentuais ao projetar 57% para Wladimir e 43% para Caio.

O próximo desafio de Wladimir Garotinho será junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que irá decidir pendência baseada no pedido de impugnação da chapa feito pelo candidato Bruno Calil, do SD.

Futuro – À frente do executivo municipal, o hoje deputado terá a missão de administrar deixando para trás as diferenças acentuadas durante a campanha e, acima de tudo, governar para e com todos. O município encontra-se em dificuldade financeira e não há espaço para divisões. Wladimir vai precisar fazer alianças e conquistar novos aliados para assegurar a governabilidade. Há que se levar em conta que os vencidos de hoje serão seus opositores de amanhã, e que no 1º turno, quando o leque aberto abraçou todas as opções, se mais de 106 mil eleitores votaram nele, mais de 140 mil optaram pelos outros candidatos.

Reproduzindo adiante pequeno trecho de texto escrito há alguns anos… sem âncoras ou amarras, deve içar tantas velas quantas forem possíveis, sem limites, posto que todos que ajudarem seu governo, irão efetivamente ajudar; e todos que atrapalharem, irão inapelavelmente atrapalhar.

Em termos eleitorais, Wladimir tem a chance de fazer história e emplacar para sua família até seis mandatos para a Prefeitura de Campos. O pai, Anthony Garotinho foi prefeito duas vezes; a mãe, Rosinha outras duas; e ele, agora eleito, soma cinco vitórias. Caso dispute o próximo pleito e se reeleja, será a sexta passagem da família pelo executivo local.

Mas, até que tal possibilidade possa, se for o caso, vir a se tornar realidade, tem um longo caminho pela frente. O primeiro passo é trabalhar pela cidade e cumprir as promessas feitas ao povo de Campos o qual, a partir de 2021, terá como empregador.