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Wladimir vence para prefeito

Candidato obteve 121.174 votos e depende agora de uma decisão favorável no TSE para assumir

Campos
Por Marcos Curvello
29 de novembro de 2020 - 23h02

Wladimir Garotinho

Wladimir Garotinho (PSD) foi o candidato a Prefeito de Campos mais votado no segundo turno das eleições municipais, neste domingo (29). Em um pleito acirrado, ele recebeu 121.174 (52,40%) votos, contra 110.094 (47,60%) de seu oponente, Caio Vianna (PDT). Porém, a votação do deputado federal foi computada como anulada sub judice e seu nome aparece como “Não Eleito” no site Resultados, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para assumir o Município, Wladimir depende, agora, de uma decisão da própria Corte Eleitoral sobre o pedido de impugnação de seu vice, Frederico Paes (MDB), movido pelo candidato derrotado Bruno Calil (SD).
A apuração começou com Caio Vianna na frente. Com 0,10% das urnas apuradas, o pedetista tinha a preferência de 69,05% do eleitorado. A vantagem, porém, foi diminuindo de acordo com que a totalização das sessões avançava. Wladimir ultrapassou Caio após 81,95% dos votos contabilizados e ampliou a distância a partir de então.

Promessa de salários em dia
“Essa é a vitória do povo que entendeu as nossas propostas. Agradeço a Deus e toda os eleitores que depositaram confiança em mim e dizer que serei um prefeito de verdade de toda a população. Mais uma vez foi o povo mais humilde e que mais sofreu nos últimos quatro anos que nos deu a vitória”, comentou Wladimir, informando que uma das primeiras ações dele assim que tomar posse em janeiro é colocar os salários dos servidores e dos aposentados e pensionistas em dia.
Wladimir Garotinho, 35 anos, é casado com Tassiana Oliveira, pai da Gabriela e Anthony Neto. É filho dos ex Governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho. Elegeu-se deputado federal em 2018 pelo Estado do Rio de Janeiro, com 39.398 votos. Está entre os 50 deputados mais influentes nas redes sociais.
Nascido e residente em Campos de Goytacazes/RJ, Wladimir formou-se no Curso de Publicidade e Propaganda na Universidade da Cidade (Campus Lagoa), no período em que os pais foram governadores. Depois de formado, empreendeu no segmento de entretenimento.
Na Câmara dos Deputados, destacou-se no trabalho de captação de verbas para o Estado e interior, especialmente a Região Norte/Noroeste Fluminense. Os recursos foram destinados à saúde, segurança, geração de emprego e renda.

Apuração
O resultado final foi conhecido por volta das 19h20 deste domingo e inclui 5.419 votos brancos (2,16%), 14.423 votos nulos (5,74%) e abstenção recorde de 109.516 eleitores (45,74%). A vitória apertada nas urnas, por uma diferença de 5%, mostra que o fôlego da candidatura de Wladimir foi menor do que supunha o deputado federal ao falar em eleição ainda no primeiro turno.
Filho de uma família tradicional da política campista, que já comandou o Município em quatro ocasiões, Wladimir sofreu os efeitos de uma rejeição de dois dígitos, menor apenas que a do atual prefeito, Rafael Diniz (CDN), candidato derrotado à reeleição.
Os números mostram, ainda, uma cidade dividida, em que parte importante do eleitorado disse não aos dois candidatos que chegaram ao segundo turno. Isso obriga, desde cedo, o prefeito eleito ao diálogo. Ele terá como missão não só administrar um Município empobrecido, com problemas nos setores mais importantes, como mostrar que é capaz de fazê-lo para quase 220 mil pessoas que rejeitaram sua visão de cidade.

Terceiro Garotinho na Prefeitura
Filho dos ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro e ex-prefeitos de Campos Anthony e Rosinha Garotinho, Wladimir Garotinho (PSD) será o terceiro membro da família eleito para comandar o Município de Campos.
Tem como vice Frederico Paes (MDB). O empresário enfrenta na Justiça Eleitoral um pedido de impugnação de sua candidatura, que pode resultar no indeferimento de toda a chapa. A ação foi movida pela coligação do Dr. Bruno Calil, que obteve unanimidade pela impugnação no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

Votos sub judice
Wladimir Garotinho e seu vice, Frederico Paes (MDB) tiveram os votos contabilizados, mas divulgados como “anulados sob judice”. Paes é alvo de um pedido de impugnação movido pelo candidato derrotado Dr. Bruno Calil (SD), que alegou que o empresário não se desincompatibilizou da da direção do Hospital dos Plantadores de Cana dentro do prazo. Como o prazo para substituir o vice está encerrado, o resultado da ação pode atingir toda a chapa.
Apesar vitória de Paes em primeira instância, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) confirmou por 6 a 0, o indeferimento do registro do empresário. Um recurso foi impetrado no TSE, em Brasília.
O caso será julgado por um colegiado formado pelos ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros Luis Felipe Salomão e Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e os juristas Tarcísio Vieira e Sérgio Silveira Banhos. Salomão é o relator.
Caso a Corte confirme o entendimento do TRE-RJ, uma nova eleição deve ser convocada.

Caio Vianna (Foto: Carlos Grevi)

Caio Vianna se firma como nova liderança
Embora tenha sido derrotado, Caio Vianna, de 31 anos, contabilizou um aumento expressivo de votos em relação ao primeiro turno, quando teve a preferência de 68.732 eleitores. Foram 41.362 votos a mais no segundo turno, com apenas duas semanas de campanha. Foi quase três vezes mais do que o crescimento registrado por Wladimir, da ordem de 14.648 votos.
A votação revela, também, o crescimento do capital político de Caio desde a primeira vez em que se candidatou a prefeito de Campos, em 2016. Na ocasião, Caio teve 31.360 votos e ficou em terceiro lugar.
Impulsionado pela boa colocação, à frente de nomes conhecidos da política local, Caio se lançou candidato a deputado federal em 2018. Teve, então, a preferência de 21.017 eleitores e ocupou a suplência do PDT em Brasília.
Neste domingo, viu sua votação crescer duas vezes e meia em relação a 2016 e quatro vezes em relação a 2018.

Campanha
Ao contrário de 2016, Caio teve, este ano, o apoio de seu pai, o ex-prefeito Arnaldo Vianna, que participou ativamente da campanha tanto no primeiro quanto no segundo turno. O pedetista protagonizou uma aproximação com o PSL, sigla que indicou a candidata a vice-prefeita Gilmara Gomes para compor a chapa.