×
Copyright 2024 - Desenvolvido por Hesea Tecnologia e Sistemas

Debate é como futebol

Como era de se esperar, os candidatos se atacaram mutuamente, denúncias foram levantadas, acusações feitas e pouco debate sobre propostas

Blog dos Jornalistas
Por Editorial
26 de novembro de 2020 - 16h47

Comentar resultado de futebol, doutrinas religiosas ou preferências sexuais, é sempre uma função ingrata, pois são campos onde as paixões falam mais alto que os fatos. Agora, opinar sobre o resultado de um debate eleitoral em uma cidade rachada, é entrar num verdadeiro campo minado. Todavia, é dever de todo jornalista, dar sua opinião, mesmo sabendo que não irá agradar nem a gregos e nem a troianos, no caso local, nem os Vianna ou os Garotinhos.

Mas alguns aspectos com certeza foram observados pelo telespectador atento no debate promovido pela TV Record, o primeiro com a participação dos dois candidatos. Caio Vianna pareceu um pouco mais à vontade e tranquilo, passando a impressão que tinha se preparado mais para o embate. Wladimir Garotinho, foi atrapalhado pela falha técnica no seu microfone que insistia em picotar sua voz, mas também teve seus bons momentos.

Como era de se esperar, os candidatos se atacaram mutuamente, denúncias foram levantadas, acusações feitas e pouco debate sobre os programas de governo, mas o fato curioso foi que Rafael Diniz, atual prefeito e candidato derrotado nas últimas eleições, foi quase mais citado que os próprios candidatos. Parecia aquele jogo da batata quente, onde um jogava para o outro com a preocupação de não terminar o tempo com o pepino (batata) nas mãos.

No mais, o debate foi a comprovação de que esta é uma eleição de não apenas um candidato, mas dos grupos que cada qual representa. Pois é impossível dissociar Caio de seus pais Arnaldo Vianna e Ilsan, assim como não dá pra esquecer que Garotinho e Rosinha são os pais de Wladimir. Está previsto mais um debate em TV aberta (Intertv) antes do pleito, e se nada de impactante ocorrer antes desse encontro, provavelmente o telespectador verá mais do mesmo.

O importante nesse processo é que o eleitor é soberano nessa escolha, e uma vez feita nas urnas, é o que vai valer para os próximos quatro anos, lembrando que, assim como no futebol quando um time perde o campeonato por poucos pontos, não adianta espernear, mas sim se preparar melhor para a próxima disputa.