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A representatividade feminina na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes

Por Eliana Garcia

BLOG
Por Eliana Garcia
23 de novembro de 2020 - 14h08

Os 25 vereadores eleitos em Campos são homens (Foto: Carlos Grevi)

No Brasil, de acordo com a PNAD ( Pesquisa Nacional por amostra de domicílios contínua – 2019), o número de mulheres (51,8%) é superior ao de homens(48,2%). Somos
maioria. Porém, apesar da Constituição rezar igualdade de direitos entre todos os cidadãos brasileiros, a mulher, muitas vezes, possui mais direitos no papel do que na prática.
O voto feminino nacional foi instituído, no país, em 1932, no governo do presidente Getúlio Vargas. Nessa época, já havia igualdade política entre homens e mulheres em muitos outros países. Por aqui, o processo foi mais demorado e difícil.

Um dado que me chamou atenção é não haver representatividade feminina na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes eleita em 2020. Vinte e cinco senhores eleitos
vereadores terão as atribuições de fiscalizar a aplicação do dinheiro público, legislar em favor do bem coletivo e representar a comunidade a partir de primeiro de janeiro
de 2021. Onde estão as mulheres? Por que não estão representadas na Câmara? Qual a quantidade de eleitoras?

Ainda existe mulher que vota em quem o marido manda? Mulher vota em mulher? Grande parte das respostas para essas perguntas possuem razões históricas na nossa sociedade patriarcal. Por exemplo, até 1962, a mulher precisava de autorização do marido para trabalhar fora, receber herança e requerer a guarda dos filhos, em caso de separação. Precisamos ficar atentos às questões políticas, como a representatividade na sociedade e a presença feminina em cargos de comando, porque influenciam diretamente na vida de todos. O olhar feminino sobre os fatos, a narrativa feminina fazem falta tanto na Câmara como em outras casas e instituições. Não quero dizer com isso, que a pauta das mulheres deixará de ser atendida. Deseja-se que sim.

Outro fato é a ausência de vereadores/vereadoras que representem os professores na Câmara Municipal. Vários se candidataram e não foram eleitos, segundo informações obtidas até o momento. A profissão dos professores é a mais numerosa do Brasil de acordo com o Censo Escolar de 2018 e precisa ter representatividade política, não só na Câmara Municipal, como na Estadual e no Congresso. A Educação necessita de avanços para que o país se desenvolva. O Brasil tem perdido de ano, nessa matéria, seguidas vezes. O tempo urge e o abismo educacional é imenso. Faltam políticas públicas de qualidade, valorização do profissional, infraestrutura decente, vontade política, estímulo ao protagonismo do aluno, etc etc.

Muito ainda temos que caminhar para que nossa voz seja melhor ouvida. Muito ainda temos que refletir sobre o nosso papel na sociedade e sobre sua importância. União é o
caminho.