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“Governaremos para todos”, diz candidata a prefeita, Carla Waleska

Médica encabeça chapa tucana e promete políticas públicas para Saúde, Educação e Emprego

Entrevista
Por Marcos Curvello
8 de novembro de 2020 - 0h01

Carla Waleska é a candidata pelo PSDB à prefeitura de Campos

Carioca, radicada em Campos há três décadas, Carla Waleska (PSDB) se tornou candidata a prefeita por uma daquelas coisas do destino. Assumiu a cabeça da chapa tucana após a Justiça Eleitoral indeferir o registro de Lesley Beethoven, de quem era vice até então. A decisão foi mais um movimento da legenda para se manter na disputa, após discordâncias internas e judicialização da convenção partidária.

Acionada na emergência, a médica assumiu a incumbência com compromisso hipocrático. E para combater os males de Campos, prescreve um coquetel de “seriedade, transparência e honestidade”. Admite que o tratamento pode ser amargo em um primeiro momento, mas faz prognóstico de “resultados benéficos futuros”.

Do jaleco às vestes de pessoa pública, que começa a experimentar na campanha feita entre um plantão e outro, guia-se por uma perspectiva de cidadã sobre o lugar que fez seu e onde teve sua única filha. “Testemunhei a transformação da cidade e todas as mazelas oriundas do crescimento desordenado”, crava.

Seu olhar clínico, porém, não está só na Saúde, que promete organizar com “intervenção imediata”, caso seja eleita. Ela garante ações na Educação, na Segurança Pública, área em que conta com o vice Leo Fernandes Vigilante, e na geração de emprego e renda.

Você nasceu no Rio. Por que se candidatar a prefeita de Campos?

Apesar de carioca, a minha história sempre esteve ligada a Campos dos Goytacazes. Grande parte da minha família e amigos é campista. As melhores lembranças de minha infância aconteceram aqui. Na juventude, passei a residir na cidade, onde cursei o antigo segundo grau no Colégio Batista Fluminense. Posteriormente, fui aprovada no vestibular para a Faculdade de Medicina de Campos, uma instituição do qual muito me orgulho. Trabalhei como acadêmica no Hospital Ferreira Machado, local que me concursei poucos anos depois. Como servidora pública municipal, pude colaborar na Saúde Pública em diversos locais do município, tais como Três Vendas, Farol de São Thomé, Goitacazes, Jardim Carioca, Parque Lebret, dentre outros. Há mais de 30 anos resido na cidade, local onde passei e presenciei grandes transformações pessoais e profissionais. No lado pessoal, foi aqui que me casei e tive minha única filha. Como cidadã, testemunhei a transformação da cidade e todas as mazelas oriundas do crescimento desordenado. Como médica, pude acompanhar de perto a precarização da saúde pública. Essas seriam as principais motivações para tornar Campos um lugar bom para se viver.

A princípio, você era vice de Lesley Beethoven e passou à cabeça da chapa quando ele renunciou à disputa, após a Justiça Eleitoral indeferir o registro da candidatura. Você imaginava que pudesse acabar como candidata a prefeita? Se sente preparada para o desafio?

Realmente foi uma surpresa o indeferimento do registro da candidatura do então postulante ao cargo de prefeito, visto que o PSDB Campos sempre prezou pela lisura do processo eleitoral. No entanto, uma das características da profissão médica é que sempre estamos preparados para os mais variados desafios e adversidades. O plano de governo sempre foi elaborado de modo colaborativo, fruto de um intenso debate em nosso partido. Este modo democrático de trabalho nos permite ter o pleno conhecimento do que iremos fazer nos próximos 4 anos em nossa cidade.

Essa não foi a primeira dificuldade que a chapa do PSDB enfrentou nas eleições deste ano. Antes, houve a intervenção do diretório estadual da legenda, que tentou invalidar a convenção que aprovou seu nome e o de Beethoven. O que motivou essa interferência?

Existiram divergências entre o diretório estadual e o municipal quanto a uma candidatura majoritária própria, uma característica comum de uma democracia. Mas o PSDB Campos sempre teve a convicção que o crescimento do partido no município estaria fortemente atrelado a uma candidatura própria à Prefeitura.

Fale sobre seu vice, Leo Fernandes Vigilante. Como foi a escolha do nome que a acompanharia na chapa?

O Leo Fernandes é uma pessoa muito focada e com grande conhecimento na área de segurança. Assim como a Saúde, a Segurança Pública é um dos pilares para gestão nas diversas esferas de governo. O seu relacionamento com os diferentes segmentos da Segurança Pública pode contribuir na melhora da sensação da proteção aos cidadãos de nossa cidade.

Você é médica. Qual remédio receitaria para os males de Campos?

Seriedade, transparência e honestidade. Mesmos que esses remédios fossem inicialmente amargos, seriam administrados com a intenção de resultados benéficos futuros.

Como pretende lidar com a Saúde?

Conforme nosso plano de governo, intervenção imediata na Saúde com a aquisição de insumos, reabertura dos postos de saúde e reorganização dos recursos humanos.

E a pandemia do novo coronavírus? O enfrentamento à Covid-19 ainda deve mobilizar esforços dos governos Municipal, Estadual e Federal nos primeiros meses de 2021.

Acredito que temos que manter esta postura até que tenhamos uma vacina eficaz contra à Covid-19.

Você é à favor da vacinação obrigatória?

Seguiremos sempre em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde.

Acha que a pandemia vai diminuir o comparecimento às urnas?

Creio que haverá uma diminuição significativa entre os idosos e demais pessoas que fazem parte do grupo de risco.

Sua estreia na política acontece em uma eleição atípica. Como você vem fazendo campanha em meio a uma emergência sanitária?

Uma das nossas principais preocupações é justamente fazer uma campanha evitando aglomerações e seguindo o protocolo mínimo de segurança, como o uso de máscaras e higienização das mãos. O uso das tecnologias e mídias digitais tem sido uma importante ferramenta de visibilidade, uma vez que continuo em atividade profissional, um compromisso previamente firmado com meu partido.

Vinte dias são suficientes para mostrar suas propostas? E o tempo de TV?

As propostas para o município já estavam elaboradas e vinham sendo apresentadas em campanha. Realmente, o período para que o eleitor me conheça é insuficiente, mas faremos o melhor possível com o tempo de TV disponibilizado, juntamente com as mídias digitais e encontros pontuais com os eleitores.

Você é uma das três candidatas mulheres à Prefeitura de Campos. Se preocupa com questões de gênero?

Governaremos para todos! Porém, sabemos que nós, mulheres, temos condições de ocupar posições de destaque em nossa sociedade. Por isso, devemos sempre oportunizar políticas públicas voltadas para a Saúde, Educação e Emprego.