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Candidatos a prefeito falam sobre o aumento da miséria em Campos

Cenas de população em situação de rua cada vez mais comuns no município que já foi um dos mais ricos do país

Cidade
Por Redação
25 de outubro de 2020 - 0h01

Centro | Imagem captada no dia 22/10, na esquina da rua Ten-Cel. Cardoso com a Beira Valão. (Foto: Carlos Grevi)

Basta caminhar um pouco pelas ruas do Centro de Campos para perceber o grande número de pessoas em situação de rua. O problema vem sendo notícia nas páginas do Jornal Terceira Via desde abril. Enquanto isso, a cada dia a situação parece estar mais longe de ser solucionada. Este é um dos desafios que o novo prefeito de Campos terá pelos próximos quatro anos.

Para a assistente social, professora e pesquisadora da UFF Campos, Leda Barros, vários são os possíveis motivos para este cenário. “Em Campos, a progressiva expulsão socioeconômica do homem do campo, a oscilação das atividades produtivas, a baixa escolaridade e a negação silenciosa institucional dos setores produtivos acerca de sua existência, contribuem para fiquem e tenham a rua como a última alternativa, passando a se constituir em suas referências de vida”.

Na visão da pesquisadora, qualquer agente público deve, sobretudo em contextos de profundas crises econômicas, inverter as prioridades. “O foco maior deve ser a leitura dos diagnósticos, pesquisas produzidas e a escuta ampliada desta população. É preciso enfrentar a extrema pobreza e a pobreza, com políticas públicas de assistência social a curto e a médio prazos, com serviços seguros de  saúde, moradia social, inclusão produtiva, capacitação profissional contínua, educação formal, com processos de acessos e permanência assegurados”.

Alexandre Tadeu Tô Contigo

“O aumento da população de rua em Campos é resultado da falta de uma política séria de geração de empregos na cidade. Vou criar oportunidades para essas pessoas, garantindo a elas capacitação e qualificação para que possam assumir vagas em empresas e indústrias que se instalarão no município. Vou criar também a Horta Municipal, que vai garantir trabalho para grande parte dessa camada da população. O campista merece muito mais que um prato de comida a 1 real, merece emprego, salário e dignidade.”

Bruno Calil

O grande número de pessoas em situação de rua merece nossa máxima atenção. Ampliar a rede de acolhimento ajuda a minimizar a situação. Mas é preciso devolver a dignidade a quem vive nesta situação. Vamos realizar um mapeamento detalhado das condições de cada um dos moradores para entender a melhor forma de ajudá-los, seja através da inclusão do programa bolsa família, seja pela reinserção familiar ou pela criação de programa de retorno dos imigrantes para sua terra natal. Além disso, pretendemos criar um programa de inclusão de crianças oriundas de famílias de baixa renda e cadastrados no bolsa família para que os pais possam lutar por um emprego digno, garantindo a qualificação para que essas pessoas hoje excluídas possam se reinserir no mercado profissional.

Caio Vianna

Campos tem 45 mil famílias em situação de extrema pobreza. Quem tem fome, tem pressa, por isso, uma das  medidas do meu governo será reabrir o Restaurante Popular imediatamente, que foi fechado pela gestão atual. Vou implantar o programa Cozinha Solidária para garantir segurança alimentar e renda para cozinheiras de comunidades cadastradas no programa. Além disso, vamos usar a produção local de alimentos. Vou fortalecer e aprimorar o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento para População em Situação de Rua de Campos (CIAMP-RUA). Também vou implantar o Hotel Urbano e criar política pública específica para população de rua em parceria com entidades e sociedade, para conjugar esforços e recursos e acolher essas pessoas.

Cláudio Rangel

Tenho como estratégia de gestão criar o Instituto Sonhar, onde todos os moradores de rua vão poder se inscrever no projeto onde terão possibilidades de trabalho e moradia no nosso município. Quero que a cidade fique bonita para todos, inclusive para aqueles que estão em situação de rua. Mobilizar para mudar!

 

Jonathan Paes

Em nossa cidade, por muitos anos, governantes impuseram um sistema assistencialista que alimentou a pobreza do cidadão, não criando alternativas para que saísse da situação calamitosa e marginalizada. Para combater a desigualdade social criaremos um programa de ressocialização, seja por forma de projetos educativos, profissionalizantes ou de moradia. Queremos investir também em programas de reabilitação, dando oportunidade aos dependentes químicos de serem  inseridos na sociedade como um todo, inclusive ao mercado de trabalho e também para ex-presidiários. Em nosso governo, cuidar das pessoas é prioridade, isso deve ser rotina para que em um curto e médio prazo venhamos alcançar êxito. Cuidar do próximo é uma missão.

Lesley Beethoven

Logo nos primeiros 90 dias do nosso governo, vamos criar o Centro Municipal de Acolhimento. Além da alimentação que será servida, como café da manhã, almoço e jantar, esse local contará com a consulta de assistentes sociais, médicos, dentistas e demais especialidades na área de saúde e social. Uma triagem criteriosa será feita. Principalmente os dependentes químicos, serão encaminhados para tratamento especializado. Igrejas e ONGs que desejarem participar como parceiras, serão muito bem vindas. Nós acreditamos que as ações devem ter como objetivo a assistência social e a evolução do ser humano. Por isso, as ações serão coordenadas, com comando da prefeitura, para não permitirmos o ‘incentivo’ a permanência do cidadão como morador de rua.

Odisseia Carvalho

A população em situação de rua tem crescido nos últimos anos e temos como principais motivos a diminuição do bolsa família e o fechamento do Restaurante Popular, aumentando o número de pessoas em busca de alimento ao redor do Jardim São  Benedito. Desde o começo dos casos e do agravamento da pandemia no Brasil, um grupo formado por servidores públicos, professores, estudantes e trabalhadores em geral constituiu um Comitê de Solidariedade. Entre as tarefas desempenhadas por este Comitê, está a fiscalização do cotidiano no local onde a população de rua foi abrigada, pois há uma compreensão de que sua vulnerabilidade merece atenção especial do Estado e da sociedade civil. Precisamos, com urgência, estabelecer políticas públicas com uma rede de proteção e criar condições  que volte a dar dignidade de vida às pessoas em situação  de rua.

Professora Nathália

Certamente um dos fatores que colaborou para o aumento do número de pessoas em situação de rua em Campos foi a extinção de programas sociais no município, que garantiam direitos básicos da população mais carente. Além disso, muitas pessoas que vêm pra cidade de Campos em busca de trabalho e não conseguem, acabam ficando pelas ruas. O nosso Programa de Governo incorpora como uma das ações da assistência social o fornecimento de passagens para que essa pessoa retorne ao município de origem. Nós também queremos aumentar os Centro Pop’s, local que atende a população de rua. Mas o mais importante, pretendemos retornar os programas sociais, como o restaurante popular e a passagem social, e ampliar a assistência social. Bem como uma política pública de geração de trabalho e renda, por meio da diversificação econômica e valorização de empreendimentos populares.

Rafael Diniz

Oferecemos assistência para todas essas pessoas. Nossas equipes acompanham para cursos profissionalizantes, mercado de trabalho e fazem reinserção familiar. O trabalho em Campos é todo pautado em marcos legais  que regem o país. Sendo assim, não posso mentir, e afirmar que se for eleito vou retirar as pessoas da rua, pois é ilegal essa ação. Eles têm o direito de estar nas ruas e confio nas nossas equipes que fazem um trabalho diário de ofertar serviços, mas cabe à pessoa aceitar. Nossa proposta é fortalecer os vínculos familiares rompidos, assim como os comunitários. Ampliar os serviços de atendimento de saúde para tratamentos de doenças e de dependência química. Atuar constantemente na emissão de documentos, encaminhamento para cursos profissionalizantes e acesso a vagas de emprego ou ações de geração de renda, através das habilidades que cada um possua.

Roberto Henriques

A vulnerabilidade das pessoas em situação de rua requer uma atuação contínua dos Órgãos de Assistência Social e Promoção Humana. Não podemos naturalizar esse quadro de sofrimento dessas pessoas. No meu governo, estaremos atentos para esta situação e buscaremos resgatar o vínculo familiar das pessoas em situação de rua e a sua reintegração a uma vida social com participação nas atividades da vida em comunidade. O estudo de cada caso pelo Serviço Social indicará a intervenção correta a ser tomada a favor do resgate da dignidade de cada pessoa.

Wladimir Garotinho

O número de pessoas em situação de rua em Campos cresceu assustadoramente e, com ele, também o número de pessoas com fome. Prova disso são as enormes filas que se formam em frente ao Mosteiro das Freiras no Jardim São Benedito. Entre nossas ações imediatas está a reabertura do Restaurante Popular e, ainda, reestruturar os equipamentos sociais (casas de apoio) ligados à prefeitura. Também vou implementar ações integradas entre as secretarias municipais e instituições socioassistenciais como resposta ao agravamento do problema, buscar articulação com políticas públicas para garantir segurança alimentar e habitacional, restabelecer vínculos familiares, ofertar amparo jurídico, qualificação profissional e oportunidades de trabalho e renda.