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Quatro entraves emperram Distrito Industrial de Campos

Um dos principais problemas é a falta de isenção fiscal no IPTU e ISS

Economia
Por Aloysio Balbi
19 de outubro de 2020 - 0h01

Foto: (Carlos Grevi)

O Distrito Industrial da CODIN – Companhia de Desenvolvimento Industrial – em Campos, que foi montado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro na década de 70, assim como a economia do país está em uma gangorra. Até muito recentemente, o distrito que acabou virando nome de bairro em Guarus, gerava quatro mil empregos diretos e hoje esse número gira em torno de mil. Com uma boa infraestrutura, que conta até com estação de tratamento de água e esgoto e com uma localização privilegiada em termos de logística, a pergunta que se faz é por que o distrito não decola, mesmo estando tão próximo ao aeroporto Bartolomeu Lizandro?

O presidente da Associação das Indústrias da CODIN e de Guarus, Lucas Vieira, responde apontando para quatro gargalos: o acesso ao distrito, que é precário; a questão tributária do município, que não incentiva empresas prestadoras de serviços; a questão da legalização de áreas que pertencem a própria CODIN e a manutenção da infraestrutura do distrito que, aos poucos, vai sendo comprometida. Segundo ele, se isso for feito, o Distrito Industrial poderá, em curto prazo, ganhar fôlego já que existem várias prospecções feitas por grandes empresas para ocupar espaços nele.

“O acesso à CODIN é precário. O DER tinha firmado um convênio com a companhia para resolver esse problema de suma importância, mas nada foi feito até agora. A melhoria do acesso é fundamental”, disse o presidente da associação.

Lucas Vieira também coloca como ponto de dificuldade a decisão da Secretaria de Fazenda do município que decidiu não conceder isenção de ISS e IPTU para empresas prestadoras de serviços e várias têm intenção de se instalar no distrito.

“No entendimento do município essa isenção beneficia somente as indústrias e não as empresas prestadoras de serviços. Existem outros entendimentos sobre isso e chegamos a dialogar com a prefeitura, mas a conversa não avançou”, disse Lucas.

O terceiro entrave se refere a muitas áreas que não estão legalizadas dentro do Distrito Industrial que tem 750 mil metros quadrados. Para Lucas, essa é uma questão burocrática cuja solução pode ser dada pela própria companhia.

Já o quarto entrave é a precarização dos equipamentos que formam a infraestrutura do distrito, um dos mais bem montados do Estado mas que não está tendo a devida manutenção, e isso poderá ser um forte complicador em breve.

Hoje são 16 empresas

O Distrito Industrial de Campos, apesar desses desarranjos, tem hoje funcionando 16 empresas, entre elas, a pioneira Machado Viana. Mas também tem construtoras, fábricas de argamassa, isopor, entre outras, como a Schulz, que continua operando na área de distribuição.

Esse ano se instalaram na CODIN a Cozivip, uma forte empresa da área de alimentação off-Shore e uma outra do setor de compostagem.

“Hoje o perfil de empresas interessadas em se instalar no distrito é de prestação de serviços, para atender demandas do Porto do Açu. Mas a prefeitura não concede a isenção de ISS e de IPTU, o que não estimula essas empresas. Não fosse isso, certamente teríamos muitas outras”, disse o presidente da associação.