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Opinião: À espera da adoção

Os números até agosto deste ano mostram que 122 crianças e adolescentes aguardam nas oito casas de acolhimento institucional de Campos.

Editorial
Por Aloysio Balbi
18 de outubro de 2020 - 0h04

Foto: (Silvana Rust – Arquivo)

A reportagem Especial desta edição assinada pelo jornalista Thiago Gomes, trata do problema das adoções de crianças e retrata como ele se desenrola em Campos. Segundo apurou o jornalista, existe uma fila de crianças para adoção e outra de pais à espera de um encontro que possa mudar suas vidas.
Meninas, com idades entre 0 e 3 anos, brancas, são as preferidas. No entanto, existe uma divergência entre a preferência dos futuros pais e a realidade das crianças aptas à adoção. No município, no momento, não há uma única criança que se encaixe em tal descrição. Enquanto isso, aquelas fora do padrão de predileção dos pretendentes aguardam nas unidades de acolhimento e, à medida que os anos passam, veem o sonho de ganhar um novo lar ficar cada vez mais distante.
Os números até agosto deste ano mostram que 122 crianças e adolescentes aguardam nas oito casas de acolhimento institucional de Campos. Destas, 40 estão disponíveis para adoção. As outras 82 ainda podem ser reintroduzidas em suas próprias famílias, pois não perderam totalmente o vínculo familiar. Das 40 disponíveis para adoção, apenas oito estão na faixa etária de 0 a 10 anos, o que representa 20% do quantitativo. Só 7 são brancos (17%). Há 18 pretos (45%) e 15 pardos (38%).
Essa é uma questão delicada, de muitas implicações e de variadas vertentes que quando confrontadas produzem resultados que acabam se estabelecendo tarde demais, frisando que nunca é tarde para se adotar uma criança ou jovem. Em suma, por fatores diversos, esse gesto de amor está meio, no mínimo, imobilizado.