Ou o peso de uma brevidade ?
Desde que nascemos, já começamos a morrer. Os primeiros segundos se transformam em minutos; as horas em dias: as semanas em meses; os anos em décadas e assim por diante, conduzindo séculos em milênios tão remotos e tão breves como a própria história da vida de cada um de nós, filhos, pais, avós…
Parece que foi ontem, mas, ao mesmo tempo, não nos reconhecemos tão brevemente como a mesma pessoa. Aquela menina que brincava de Casinha e Boneca, cresceu, morreu para o que viveu ou apenas adormeceu cansada, embalada por Cantigas que a roda do mundo teimou fazê-la dançar em meias voltas de Ciranda e Cirandinha; no Crazy Dance do Carrossel da existência do Vamos todos cirandar ?
Se não há mais como trocar o agora pelo ontem, em qual velocidade o roda-pião que brincava girando ao redor de nós, deve girar, dentro da brevidade sem tempo a perder, na responsabilidade de nosso mundo moderno de portas-giratórias e Jogos de Sombras…?
Pique-Esconde, um, dois, três …ontem mocinhas e mocinhos que se procuravam no primário. Hoje, delinquentes reincidentes no Passa Anel; foragidos no picadeiro da lei.
Bolinhas de Gude espalhadas pelas calçadas…Balebas convertidas, cederam lugar às bolas de golfe, às reuniões privadas e ao ambicioso e restrito círculo do poder da retangulalizacão de milhões cifrados, por vezes corruptos .
Jogos de Botão…? Atualmente, somente presos às camisas, não de clubes de futebol com jogadores disputando partidas e campeonatos, sonho de realização entre muitos meninos. Vestidos dentro do campo de ternos e jalecos do mercado competitivo Brasileiro ou Internacional; por profissionais graduados com mestrado e doutorado, driblando competentes adversários.
Empinando Pipas, Aeroplanos… o céu é ilimitado e os desejos são preparatórios para um vôo maior. É bem melhor tirar brevê para conduzir o proprio avião ou helicóptero, para sentir-se próximo das nuvens; que já foram de algodão, antes do cerol cortante que as fizeram sangrar pescoços.
Perna de Pau…desafio e equilíbrio que surgiram da arte do circo se transformaram em cinismo e cara de pau. Para muitos políticos que consideram o povo Palhaço e abusam cinicamente das rasteiras com as mãos; no meu, no seu; na lona dos nossos bolsos.
Pulando Corda…mãos em cada uma das pontas, girava-se a corda por cima da cabeça, passando-a por debaixo dos pés. Neste momento, o pulo para o futuro de uma depressão. Mais tarde, um breve salto de desespero para a Corda-Bamba da morte; enforcado pelo Trem Fantasma do suicídio.
Queimado. Correndo, Rodando pneus de bicicleta ou Bambolê, com varinhas que não são do mundo do faz de conta de contas para pagar …
Despertamos, olhando para a ampulheta que marcou o tempo das Amarelinhas da nossa infância e, a doce inocência e suas lembranças como tickets de um Parque de Diversões. Depois o Elástico da adolescência e, a maturidade em Balanços. E passamos um espaço de tempo nos perdendo em derrotas como Cabras-Cegas e, outro nos encontrando nas vitórias da Caça ao Tesouro, disputado em brincadeiras mais sérias e suas consequências. Laranjas amarelinhas, lavando dinheiro sujo do crime organizado, com um Amigo Oculto escondido dentro de uma tela de videogame. Ferrorama e Trem Bala. Detetive e Mistério. Violência e Morte. Tabuleiro de investigação. A Barca com iscas e trajetórias inversas. O ponteiro reverso do relógio e o peso pesado na consciência.
…Uma Pescaria e Salada Mista.
Brevidades para um café. Até breve.