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A tempestade e a bonança

A estimativa é de que pelo menos R$ 47,6 bilhões sejam gerados em indenizações entre 2021 e 2024

Editorial
Por Aloysio Balbi
11 de outubro de 2020 - 0h01

Vista aérea de Campos dos Goytacazes: menos royalties a partir de 2021

A reportagem Especial desta edição, assinada pelos jornalistas Thiago Gomes e Mariane Pessanha, mostra que enquanto vários municípios brasileiros, incluindo alguns do Rio de Janeiro, aguardam para os próximos quatro anos uma nova onda lucrativa de royalties provenientes da exploração do pré-sal, os municípios da região, como Campos, não nutrem grandes expectativas de retomar o tempo. A tempestade perfeita – falta de dinheiro e sobra de custos – nem terá bonança em curto prazo.

Para a Região Norte Fluminense não deve chegar sequer uma marola desta segunda onda dos royalties prevista. A estimativa é de que pelo menos R$ 47,6 bilhões sejam gerados em indenizações entre 2021 e 2024. A reportagem afirma que, por isso, a prova de fogo para quem ocupar a Prefeitura de Campos no próximo mandato será redirecionar a economia local para fora do mar que a cidade vem navegando há décadas: a dependência dos recursos da exploração de petróleo.

Os valores tendem a permanecer baixos, porém estáveis. E nada é tão ruim que não possa piorar, caso o Superior Tribunal Federal (STF) decida partilhar os royalties do petróleo com todas as cidades do país. O julgamento da questão, que já foi adiado várias vezes, está marcado para 3 de dezembro.

Existe porém uma linha de otimismo. Na análise de especialistas, Campos é um polo de serviços e, por ter essa característica, tem capacidade de se recuperar. Isso pode começar a acontecer assim que a pandemia tenha um desfecho mais equilibrado, o que deve acontecer mediante a chegada da vacina ou de uma medicação ou tratamento que combata a Covid-19.

Em suma, o nosso mar não está para royalties e o barco da nossa economia está remando contra o vento. A tempestade vai continuar à espera da bonança que parece se esconder por enquanto no horizonte.