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Caso Ana Paula: família da vítima vê com indignação nova suspensão do julgamento de Luana

Júri ocorreria em 19 de outubro, mas defesa dos réus pediu que crime seja julgado em outra comarca

Campos
Por Redação
22 de setembro de 2020 - 17h19

O júri popular dos envolvidos na morte da universitária Ana Paula Ramos, 25 anos, assassinada em 19 de agosto de 2017, foi retirado de pauta, o que causou indignação na família da vítima. Com a nova decisão, Luana Sales, cunhada de Ana Paula, apontada pelo Ministério Público como a mandante do crime; os dois executores Wermison Carlos Sigmaringa Ribeiro e Igor Magalhães de Souza, e o terceiro acusado, Marcelo Damasceno Medeiros — que seria o responsável pela contratação de Igor e Wermison —, não têm data para serem julgados. Isso porque a Defensoria Pública instaurou um Incidente de Desaforamento de Julgamento. Trata-se de uma solicitação para que o júri seja transferido de Campos para outra comarca.

A universitária foi assassinada numa simulação de assalto (Foto:Divulgação)

Sob o argumento de que o caso teve muita repercussão no município, a Defensoria Pública (responsável pela defesa de Igor e Marcelo) pediu para que o julgamento seja realizado em outra cidade. Por isso, a sessão, que ocorreria no Fórum Maria Tereza Gusmão de Andrade, em Campos, saiu da pauta. Enquanto a Justiça não decide o local da audiência, o caso segue sem data para ser julgado.

Márcia Ramos, mãe de Ana Paula, conta que recebeu a notícia com surpresa e indignação. Pela sexta vez a família lida com a incerteza de uma data para o julgamento. Ela disse ao Jornal Terceira Via que aguarda o desfecho do caso com ansiedade, mas que as inúmeras tentativas da defesa para adiar o julgamento tornam-se um sofrimento a mais para a família, além do próprio crime.

“Não bastasse conviver com a dor da perda da minha filha, vivo o sofrimento causado por toda essa incerteza. Queremos encerrar esse capítulo triste de nossas vidas de uma vez. Essa notícia do adiamento veio com uma mistura de indignação e decepção, já chorei muito, pois estão tentando adiar o julgamento mais uma vez. Eles querem ganhar tempo e não vejo motivo para que o júri aconteça em outra cidade. Minha filha viveu aqui (Campos), foi morta aqui e a acusada do crime também é daqui. Oro a Deus para que a Justiça não aceite esse pedido e que tudo aconteça o mais rápido possível”, desabafou a mãe de Ana Paula.

Antes de ser retirado de pauta, o julgamento havia sido transferido de 18 de junho para 19 de outubro.

Suspeitos de participação no crime (Foto: Arquivo/ Silvana Rust)

Relembre o caso
A universitária foi baleada no dia 19 de agosto de 2017, no final da tarde, em uma praça no Parque Rio Branco, em Guarus, mais precisamente na rua Comendador Pinto. Ana Paula levou quatro tiros — um deles acertou a cabeça — e morreu quatro dias depois, no Hospital Ferreira Machado (HFM).

A princípio, a polícia chegou a suspeitar de latrocínio (roubo seguido de morte. Contudo, à medida que as investigações conduzidas pela 146ª Delegacia Policial (Guarus) avançavam, foi revelada a trama de um homicídio premeditado envolvendo quatro pessoas.

Luana, bancária, que era cunhada, amiga desde a adolescência e seria madrinha de casamento de Ana Paula, teria oferecido R$ 2,5 mil para que Wermison Carlos e Igor cometessem o crime. O contato com os assassinos teria sido intermediado por Marcelo, que era namorado de uma amiga de Luana. Antes do atentado, a cunhada da vítima já teria acertado R$ 2 mil e o restante seria pago após o crime.

De acordo com a acusação apresentada pelo Ministério Público, “o crime foi uma emboscada que, por sua vez, tornou impossível a defesa da vítima, na medida em que Ana Paula foi atraída pela primeira denunciada (Luana), sua cunhada, para o local da execução do crime, ocasião em que foi atingida pelos disparos feitos pelo terceiro e quarto denunciados, sem possibilidade de defesa. Consta nos autos que a primeira denunciada era cunhada da vítima Ana Paula e, como desejava a execução desta, contratou o segundo denunciado que, por conseguinte, ajustou com os executores, terceiro e quarto denunciados acerca do crime, ficando acertado também que deveria ser simulada a prática de um crime de roubo”, conta o processo.

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