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Opinião: O rosto de um drama

Com a economia sequelada pelos efeitos colaterais da pandemia, a insegurança é a única certeza.

Editorial
Por Editorial
21 de setembro de 2020 - 0h01

(Foto: Carlos Grevi)

A reportagem Especial desta edição mostra o rosto, no sentido figurado, de milhões de brasileiros que estão sobrevivendo à pandemia graças ao auxilio emergencial do governo federal que era de R$ 600/mês e que agora minguou para R$ 300/mês, sendo que tem prazo de validade: termina em dezembro. Na verdade, o rosto, no sentido figurado daqueles que enfrentam gigantescas filas em busca do benefício, é um rosto desfigurado, com os traços da preocupação do dia seguinte, do mês seguinte e do próximo ano. Com a economia sequelada pelos efeitos colaterais da pandemia, a insegurança é a única certeza. Fica constatado que o auxílio emergencial dado pelo governo federal foi uma decisão acertada, que garantiu a sobrevivência destas pessoas vulneráveis e também do comércio. Não se deve politizar o auxílio emergencial, embora ele tenha dado musculatura à popularidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, a exemplo do que outros programas sociais provocaram na popularidade de presidentes anteriores. Sem esse auxílio, poderíamos estar vivendo, não só os vulneráveis, mas toda a sociedade em um quadro caótico. As expectativas econômicas para o próximo ano são adversas. Mesmo que a tão esperada vacina contra a Covid-19 saia ainda no primeiro semestre, a recuperação econômica será lenta, e o governo acena fortemente com a impossibilidade de manter esse auxílio emergencial para 2021.