De lá para cá, Witzel foi afastado pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, sendo o afastamento confirmado dias depois pela Corte Especial do STJ. Na sequência, a terceira derrota: no dia 10 de setembro, o Supremo Tribunal Federal rejeitou o pedido da defesa para suspender a decisão do STJ e manteve de Witzel fora da chefia do executivo fluminense.
Na quinta-feira (17), a Comissão Especial de Impeachment da Alerj aprovou por unanimidade o prosseguimento do processo contra o governador, configurando, assim, um duplo afastamento: jurídico e político.
Para deixar ainda mais grave a situação de Witzel, a PGR apresentou na segunda-feira (14) nova acusação ao STJ contra o governador-afastado, desta vez por organização criminosa. O pastor Everaldo e a mulher de Witzel, Helena Witzel, também foram alvo da mesma denúncia.
Não volta mais
Diante do quadro adverso, imaginar uma reversão que traria o governador-afastado de volta ao cargo, é apostar nos píncaros do imponderável. Witzel não volta mais.
Candidato desconhecido, o ex-juiz federal saiu de 2% nas pesquisas, pegou carona na onda bolsonarista e venceu as eleições de 2018. De imediato, a imagem de bufão emergiu: Witzel tomou posse usando uma faixa azul que ele próprio mandou confeccionar e com ela realizou a primeira reunião de secretariado.
Faltou pouco para que se ouvisse ‘que rufem os tambores’.
O episódio na Ponte Rio-Niterói, em que desceu do helicóptero e comemorou aos saltos a morte de um criminoso abatido após sequestrar um ônibus, foi o mesmo que transformar uma cena lamentável num evento festivo. Sequestrador ou não, não há que se comemorar a morte com a vibração de quem marcou um gol.
Picado pela mosca azul, Witzel chegou a pavonear-se como potencial candidato à Presidência da República.
Mas, enfim, quem tinha planos de subir a rampa do Planalto, acabou obrigado a descer as escadas do Planalto. E bem antes da hora.