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Partidos começam a definir nomes para a corrida eleitoral

Candidatos reinventam o velho corpo a corpo enquanto os partidos correm para fechar nomes à Prefeitura e à Câmara

Eleições 2020
Por Marcos Curvello
30 de agosto de 2020 - 0h01

Às vésperas da abertura do prazo para as convenções partidárias, Campos tem 15 prefeitáveis, ou seja, pré-candidatos que terão que ter seus nomes homologados pelos partidos em nominatas das quais constarão, também, os candidatos às 25 cadeiras da Câmara de Vereadores. Para os analistas, destes 15 nomes que circulam no noticiário, muitos já se desidrataram. De certo mesmo pode se afirmar que o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) será candidato à reeleição, com vice a ser definido na convenção. Outra chapa dada como certa é a do deputado Federal Wladimir Garotinho (PSD), tendo como vice o empresário Frederico Paes. Destaque também para Caio Vianna (PDT), que deve escolher seu vice entre o desembargador José Mota Filho e o médico César Ronald, ambos do PL.

Esse cenário mostra que a disputa para a Prefeitura de Campos será acirrada, independentemente da quantidade de candidatos. Por ser uma eleição atípica, que teve sua data adiada por causa da pandemia do coronavírus, todos consideraram o segundo turno inevitável. Até aqui, são 15 pré-candidatos, sendo 13 homens e duas mulheres. Em comum, todos têm partidos definidos. Nos bastidores das siglas menores, circulam conversas sobre alianças no segundo turno. Ainda não existem indicadores, como pesquisas, que apontem favoritismo de qualquer um dos prefeitáveis.

Rafael Diniz, mesmo com o desgaste de uma administração com pouco recursos, é um candidato considerável. Caio Vianna e Wladimir Garotinho representam duas famílias políticas, antes aliadas, mas que brigaram e se alternaram no poder nos últimos 20 anos. Esses dois, que contam com cabos eleitorais fortes como os ex-prefeitos Arnaldo Vianna, no caso de Caio, e Anthony e Rosinha Garotinho, no que se refere a Wladimir, são considerados fortes.

Completam a lista de concorrentes: Alexandre Tadeu (REP), Bruno Calil (SD), Carlos Alberto Boa Morte (DC), Cláudio Rangel (PMN), Coronel Fabiano (PSL), João Damásio (REDE), Jonathan Paes (PMB), Lesley Beethoven (PSDB), Marcelo Mérida (PSC), Natália Soares (PSOL), Odisséia Carvalho (PT) e Roberto Henriques (PCdoB).

A equipe de reportagem do jornal Terceira Via tentou contato telefônico com os 15 pré-candidatos entre a tarde a noite desta sexta-feira. Marcelo Mérida e Beethoven não responderam. Wladimir afirmou que só falará após as convenções. Já Rafael confirmou sua intenção de concorrer à reeleição e respondeu pontualmente sobre o processo de escolha de seu vice. Veja as falas dos demais abaixo.

Convenções

O mês de agosto se encerra com a abertura de novos prazos eleitorais. Nesta segunda-feira (31), serão abertas as janelas de 17 dias para realização das convenções partidárias e de 27 dias para o registro das candidaturas para as eleições municipais, que vão acontecer em novembro, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com isso, os partidos começam a se movimentar para fecharem alianças, definir vices e marcar não só as datas, como o formato das reuniões, que, com a emergência sanitária causada pela covid-19, poderão ser feitas de forma remota ou presencial.

Nas convenções partidárias, filiados avaliam e escolhem, por meio de voto, os membros do partido que concorrerão, no próximo dia 15 de novembro, aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, em uma espécie de eleição interna, em que são avaliados o currículo, a conduta e as crenças dos pré-candidatos. Uma vez escolhido quem representará a legenda nas urnas, a nominata é registrada em documento que servirá para dar início ao processo de registro das candidaturas.

Além da dimensão burocrática, as convenções partidárias têm, também, uma importância política, já que servem, tradicionalmente, como plataforma de lançamento das chapas e oportunidade de mobilização das bases eleitorais. É nestas reuniões que os escolhidos pela sigla discursam pela primeira vez como candidatos.

(Foto: Divulgação)

Um vírus no meio do caminho

Com o fim das coligações para cargos proporcionais, as legendas trabalham para apresentar listas fechadas de nomes à Câmara, o que deve aumentar consideravelmente o número de candidaturas este ano. Paralelamente, costuram alianças para a Prefeitura, o que vem mantendo em aberto a composição de parte importante das chapas enquanto as negociações entram na reta final.

O estado de emergência sanitária em que Campos se encontra desde meados de março, em decorrência da pandemia, coloca pressão adicional sobre os partidos. Enquanto tentam descobrir uma forma de conduzir uma campanha sem o tradicional corpo-a-corpo, as siglas precisam decidir se as covenções acontecerão de forma presencial ou remota — escolha que diz respeito à saúde e segurança de cada membro.

No início de junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, de forma unânime, a possibilidade de os partidos políticos realizarem convenções partidárias por meio virtual para a escolha dos candidatos que disputarão as Eleições 2020. A Corte concedeu às legendas autonomia para utilizarem as ferramentas tecnológicas que entenderem mais adequadas para suas convenções.

Hora da escolha

Divididos entre os cuidados sanitários e a possibilidade de esvaziamento político das convenções, os diretórios municipais dos partidos discutem o melhor formato para a reunião. Parte das siglas vem optando pela segurança proporcionada pela tecnologia. Outras, apostam no velho formato presencial, adaptado de forma a cumprir as medidas de distanciamento social implementadas pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. O restante ainda discute que caminho seguir.

Entre os partidos com que a equipe do Jornal Terceira Via conseguiu contato durante a produção desta reportagem, Psol, PT, Republicanos e PMN haviam optado por promover suas convenções de forma remota. O PCdoB deve seguir pelo mesmo caminho. Em comum, a justificativa: não há perspectiva de que o quadro geral da pandemia sofrerá qualquer alteração importante até 16 de setembro.

O PMB já se decidiu pela convenção presencial. De acordo com o partido, serão adotadas medidas preventivas, com vistas a garantir a integridade dos presentes. O formato também deverá ser adotado pelo Cidadania, que deve limitar o acesso ao evento somente à cúpula do partido no Município e aos pré-candidatos.

Já o PSD e siglas aliadas, como o PROS, ainda debatem internamente as opções. Embora conte com uma plataforma digital e autorização dos caciques para fazer a convenção de forma remota, o PSDB também discute que formato adotar.

CANDIDATOS

Alexandre Tadeu (REP)

“Minha expectativa é a melhor possível, porque o eleitor campista vai ter a grande oportunidade de se livrar do modelo ultrapassado de administração, implantado há décadas na cidade por famílias dominantes, que se revezam no poder, atrasando o desenvolvimento do município e empobrecendo cada vez mais a população. Campos precisa de uma administração Republicana, que prega a preservação de valores, da família e defende uma economia liberal.”

 

Bruno Calil (SD)

“Espero tornar Campos uma cidade mais justa para todos, oferecendo Saúde de qualidade, transporte público digno e uma educação melhor. Ainda não posso falar sobre minhas propostas. Sou médico e é a primeira vez que vou concorrer a um cargo público e o que me motiva é saber que posso contribuir para fazer uma cidade melhor para nossa população.”

 

 

Caio Vianna (PDT)

“Fui candidato à Prefeitura de Campos em 2016 e fiquei em terceiro lugar com 32 mil votos. Em 2018, na última hora, em uma campanha de 15 dias, fui candidato a deputado federal e recebi 22 mil votos, o que me colocou na primeira suplência. Venho por um partido histórico, que é o PDT, e acho que estou credenciado. Vou apresentar propostas que irão me levar a uma disputa no segundo turno.”

 

Carlos Alberto Boa Morte (DC)

“Minhas expectativas são as melhores possíveis. A eleição hoje é aberta. Graças a Deus temos internet para as pessoas conhecerem os candidatos e as propostas na palma da mão. E estamos numa fase diferente de quando o eleitor tinha contato com liderança local. Hoje, os eleitores não estão caindo mais em mentiras e em falsas promessas. Vou focar em atrair recursos para a cidade. Somos um povo só, não temos que levantar só algumas bandeiras.”

 

 

Cláudio Rangel (PMN)

“Estamos bem confiantes, trabalhando para uma vitória em primeiro turno. Quero gerar empregos para Campos. A população está passando por um momento difícil, de crise. A pandemia causou muito desemprego, quero atrair indústrias. Nunca tive cargo público, mas em 1988 fui candidato a vereador em Campos, e, em 1996, me candidatei a prefeito de São João da Barra pelo Prona. Fiquei em terceiro lugar na disputa e me orgulho disso.”

 

Coronel Fabiano (PSL)

“A expectativa é de êxito. Esperamos uma grande surpresa no primeiro turno, mas com muito pé no chão, sem deslumbre. Temos consciência do que estamos enfrentando e, por isso, estamos focando em muito trabalho. O país hoje tem visibilidade do que é o conservadorismo. Como cristão, defendo a família e a liberdade econômica. Nos dois anos que estive à frente do 8º BPM, maior do estado, atingimos o primeiro lugar no RJ em redução dos índices criminais.”

 

João Damásio (REDE)

“Coloquei meu nome como pré-candidato a prefeito e, na convenção, os membros decidirão o que é melhor para o partido. Saindo vitoriosos desse processo, começaremos a consolidar nosso nome como produto de uma construção coletiva. O eleitor campista se tornou mais exigente, aprendeu a cobrar e espera o debate para decidir. É lá que teremos a chance de nos apresentarmos como uma alternativa nunca visto, comprometida com a população, o servidor, a cultura e a igualdade racial.”

 

Jonathan Paes (PMB)

“Acreditamos que o país está em plena mudança política. E nós fazemos parte desse seleto grupo que representa a mudança não só para Campos mas para o país. Praticamos uma política séria, honesta, voltada ao que é correto. Tendo em vista que a maioria dos políticos está envolvida em atos reprováveis, nossos nomes, tanto o meu quando do dr. Constantino Ferreira, meu vice, vêm se destacando por uma conduta ética e moral e nosso compromisso com a população”.

 

Nathália Soares (PSOL)

“Minha expectativa é que outras mulheres e meninas possam se reconhecer na nossa candidatura. Pensamos em um programa inclusivo, que escute pessoas mais vulneráveis. Como assistente social, estou na luta há mais de 10 anos e consigo evidenciar nesse trabalho a carência absurda das pessoas. Mesmo quando Campos viveu uma fase de muitos recursos, isso nunca alterou a qualidade de vida da população. Pensamos em amenizar as desigualdades que ainda existem na cidade.”

 

Odisséia Carvalho (PT)

“Os candidatos que estão se apresentando são, em sua maioria, netos e filhos de políticos que tiveram a oportunidade de transformar Campos. Tiveram muito dinheiro, mas não reverteram isso em qualidade de vida para a população. Apesar de tudo, ainda somos o quinto orçamento por habitante do Brasil. Temos um orçamento de capital. E nós, apesentamos não promessas, mas propostas viáveis para que a cidade saia da situação em que se encontra.”

 

Rafael Diniz (Cidadania)

“Sou candidato a reeleição e o vice será homologado na convenção do nosso partido.”

 

 

Roberto Henriques (PCdoB)

“De minha parte, vou brindar a população de Campos com eleições do mais alto nível, com discussões no campo das ideias, sobre todos os assuntos do mais alto interesse da população. Espero humildemente e saberei respeitar a decisão soberana do eleitor. Vou trabalhar com toda minha energia para chegar ao segundo turno. Caso a população confirme meu nome para governar a cidade, o farei com o zelo, o apreço e a experiência que a trajetória me deu.”

 

Wladimir Garotinho (PSD)

Prefere se manifestar após convenção do partido.

 

 

 

Convenções – Remota ou presencial?

Partidos já começaram a definir datas e formato das convenções.

PMN
Deve acontecer no dia 2 de setembro, de forma remota.

REP
Deve acontecer no dia 3 de setembro, de forma remota.

PMB
Acontece no dia 4 de setembro, de forma presencial, com medidas preventivas.

CDN
Acontece no dia 5 de setembro, de forma presencial, com entrada limitada e uso obrigatório de máscaras.

PSD, PSC, Podemos, PRTB, PROS
Deve acontecer no 14 de setembro, com medidas preventivas.

PCdoB, PSOL, PT e Rede
Data ainda será definida, mas formato será remoto.

Juiz eleitoral, Ralph Manhães (Foto: Carlos Grevi)

Calendário Eleitoral

31 de agosto a 16 de setembro: período destinado às convenções partidárias e à definição sobre coligações;
26 de setembro: prazo para registro das candidaturas;
A partir de 26 de setembro: prazo para que a Justiça Eleitoral convoque partidos e representação das emissoras de rádio e TV para elaborarem plano de mídia;
Após 26 de setembro: início da propaganda eleitoral, também na internet;
27 de outubro: prazo para partidos políticos, coligações e candidatos divulgarem relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral), os recursos em dinheiro e os estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados;
15 de novembro: primeiro turno da eleição;
29 de novembro: segundo turno da eleição;
Até 15 de dezembro: para o encaminhamento à Justiça Eleitoral do conjunto das prestações de contas de campanha dos candidatos e dos partidos políticos, relativamente ao primeiro turno e, onde houver, ao segundo turno das eleições;
Até 18 de dezembro: será realizada a diplomação dos candidatos eleitos em todo país, salvo nos casos em que as eleições ainda não tiverem sido realizadas.