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A MARVADA CARNE – II da mediocridade à diplomação!

por Cláudia Cunha

BLOG
Por Redação
2 de agosto de 2020 - 0h01

A existência do ser humano sempre esteve ligada ao consumo de carnes e, é de sua natureza carnívora e seu apetite voraz, a contribuição para perpetuar a própria espécime ou simplesmente exterminar a vida de outras e, está na ponta da lingua que, “Num Careci di muitu tutânu pra podê nóis intendê não.

Em extinção, carnes de mãos honestas que se rendem às armadas bandidas, que levam às vezes, até mesmo a intimidade da profundeza de suas entranhas. Nem mesmo a de bacharéis se isentam do julgo doloso em troca do vil metal e movendo diretrizes tão infiéis quanto fraudulentas onde réus são inocentados, garfam a própria carne para queimarem algemadas nas perpétuas brasas gradeadas da prisão da consciência. “Os homi dotô, tamêm vivi si vendendu mesmu…!

Tantas estão congeladas há tanto tempo que nem mesmo o calor de um fogo de chão ou de uma chapa quente conseguem derreter o gelo hipotermizante presente no interior de quem possui tripa no lugar do coração e, auto imune aos nobres sentimentos vão surrando e socando como um martelo a carne do mais próximo;
sussurrando em cada batida que isso é somente para amacia-la. E diante de tanta frieza, o golpe no fígado; mais que a mágoa da carne, a nódoa da alma. “Oceis mi discurpi, maisi só farta afiá a narvalha i dispois preparár a sarmora.

Anabolizadas, se alimentam de uma pastagem hormonal sintética e siliconadas das protuberâncias até ao abduzido cérebro por futilidades, fazem render como lotes em série , as parcas parcelas das concorridas carnes da carne. “É pramórdi ficá, todu mundu ingual i mais bunitim.

Quantas de identidade duvidosa e desconhecida para a inspeção de todas as vigilâncias. De sangue vertido, esquartejadas, degoladas, desossadas. Abatidas como queima de arquivo no picadinho de matadouros de desova. Na calada da noite, ao raiar do dia. “Ara ara, ninguém sabi, i nóis tamêm num viu nada.

No meio da estrada , tecidos rompidos, rasgados, dilacerados e estendidos como bifes de tira no chão do asfalto fatiado de mais de 101 BRs da vida que não se levantarão e nunca voltarão pra casa, para contar os ossos do oficio de suas historias. “Si passá i ultrapassá, vá cum Deus, si ficá, adeus.

A respeito das com a data de validade avançada, deterioradas, fétidas pela metástase do tempo e da doença, invasão da dor e do cansaço e tantas esquecidas em asilos, orfanadas , exiladas do amor da família e sempre assombradas pelo desprezo como o patinho feio, à despeito da sociedade preconceituosa. Agonizantes, esperam apenas a visita da morte para virar presunto e o descanse em paz da biografia de suas flácidas carnes. “Amanhã podi acuntecê cum oçê i mais eu tamêm, óia óia…!

Da mediocridade à diplomação ou ao contraponto dos termos , Premium, gordurosas , magras, frescas, maturadas, todas revestidas por tecidos e compostas por fibras que às vezes resistem as pressões e permanecem incorruptíveis na sua forma. Mas, que na maioria, se rompe e se corrompe, perdem o seu caráter e alteram o feitio de suas nobres características primárias . “Porquê, no finar, a certeza é uma só…
Um dia as nossas perecíveis carnes serão material inútil e sem valor , que se unirão à terra famulenta, apenas para o benefício e regozijo do paladar de um batalhão de vermes . Aqueles outros, que moram debaixo da terra, mas, que também vivem se alimentando e vivendo da podridão que vem daqui de cima.

Mardita! Marvada!