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Trigêmeas nascidas na Lília Neves vão para a casa com os pais

Laura, Helena e Valentina precisaram ficar alguns dias na UTI Neonatal Nicola Albano por serem prematuras

Geral
Por Ocinei Trindade
25 de julho de 2020 - 12h29

Ivan e Renata com Laura, Helena e Valentina indo para a casa (Fotos: Divulgação)

As trigêmeas Laura, Helena e Valentina, filhas de Ivan e Renata Câmara Trindade, nascidas no dia 10 na Maternidade Lilia Neves, receberam alta da UTI Neonatal Nicola Albano, e já estão em casa. As meninas nasceram com oito meses de gestação e precisaram de alguns cuidados após o parto. Elas passam bem. A alta hospitalar foi comemorada pela família e por todos que fazem parte da equipe multidisciplinar das duas unidades do Grupo IMNE. As trigêmeas,  alguns depoimentos de médicos e de mães de gêmeos nascidos na Lilia Neves foram destacados em reportagem do Jornal Terceira Via desta semana.

Equipe da Maternidade Lilia Neves comemora com a família das trigêmeas

Faz 35 anos que a Maternidade Lilia Neves é referência em Campos dos Goytacazes por conta de seu serviço de excelência. A instituição que integra o Grupo IMNE faz parte da história de milhares de famílias. A cada nascimento de uma criança são envolvidos muitos profissionais dedicados. A comemoração é inevitável quando um bebê vem ao mundo, mas quando três crianças nascem de uma vez, celebração e cuidados são triplicados. O casal Ivan e Renata Câmara Trindade,  pais de Laura, Helena e Valentina, começou um novo ciclo de vida com a chegada das trigêmeas.

Imagens do casal Ivan e Renata foram compartilhadas por muitos internautas seguidores da Maternidade Lília Neves nas redes sociais. Os registros feitos pela fotógrafa Alessandra Coverloni de momentos antes e após o parto de Laura, Helena e Valentina emocionaram familiares, amigos e muitos desconhecidos que vibraram com o nascimento das trigêmeas. Já virou até expressão popular na web a hashtag “Nasceu na Lília”. As fotografias das meninas divulgadas com autorização de seus pais são mesmo comoventes.

A médica obstetra Manuela Azevedo, responsável pelo parto das meninas não esconde a emoção que sentiu. Disse que o procedimento foi um misto de emoção, felicidade, responsabilidade e ansiedade. Embora considere comum nascimento de gêmeos, o parto trigemelar para foi novidade na profissão.

Médica obstetra Manuela Azevedo

“Me senti honrada por fazer parte desse momento da família. Foi um crescimento profissional para mim. A questão exige muita técnica por se tratarem de três fetos. Há uma sobredistensão intrauterina muito grande da mãe. Os dois últimos meses de gestação foram bem observados. A mãe não conseguiu chegar aos nove meses completos. Portanto, as meninas nasceram com oito meses de formação.  A preocupação com sangramento pós-parto deve ser atentada. A mãe colaborou bastante com sua consciência e preparo. Os profissionais do hospital agiram exemplarmente. Fico emocionada em  poder falar sobre as meninas desejar um futuro lindo para elas. Espero poder acompanhá-las no seu caminhar”, conclui Manuela.

Os seguidores das redes sociais da Maternidade Lília Neves se derretem com as imagens dos recém-nascidos. Nas últimas semanas, vários nascimentos foram divulgados com autorização dos pais no Instagram. Porém, quando Renata Trindade deu à luz  suas filhas, a comoção geral foi maior. No vídeo disponibilizado, o casal Ivan e Renata foi retratado durante momentos antes e após o parto das meninas.  “Estamos muito felizes e comovidos”, expressaram os pais. As fotografias de Alessandra Covernoni mostram toda força e beleza da vida que começou triplamente.

De acordo com Rachel Azevedo, gerente administrativa da Maternidade Lilia Neves, em 2020 a instituição realizou, em média, 75 partos por mês. Sendo assim, quase 500  crianças chegaram ao mundo no ambiente acolhedor da entidade.

“Só este ano houve cinco partos de gêmeos. Em 2015, a Lilia Neves também realizou um parto de trigêmeos. É sempre muito emocionante. Não foi diferente com Laura, Helena e Valentina. Procuramos oferecer às mães e familiares todo o apoio e conforto que podem ser conferidos em nossas redes sociais.  Além do álbum de fotos, somos a única instituição a fornecer o face shield (viseira de proteção hospitalar) para os bebês. Também eternizamos o momento do nascimento utilizando a placenta e o cordão umbilical que são pintados e transferidos para uma folha especial que vira uma tela e pode ser emoldurada”, conta Rachel.

Aumento de gestação gemelar

Dr. Francisco Colucci (Foto: Centro de Infertilidade e MedicinaFetal do Norte Fluminense)

De acordo com Francisco Colucci, médico especialista em Reprodução Humana, Embriologia e Genética, a incidência de fertilização in vitro cresceu bastante no Brasil. São 44 mil ciclos no país, segundo a Anvisa. Número considerável em um país em desenvolvimento. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram a procura por reprodução assistida. Dr. Colucci lembra que  a ciência entendia que o maior número de embriões transferidos para o útero, elevariam  a chance de engravidar. Isto fez com que muitas mulheres passassem a ter gestações gemelares.

“Em 2008, a Europa passou a mudar essa conduta. Há países que transferir mais de um embrião não é permitida legalmente. Outros, do ponto de vista técnico que não se faça. Nos EUA e Europa, um dos controles de critérios é evitar a gestação gemelar com a fertilização in vitro. As mulheres querem engravidar cada vez mais tarde.  Anvisa e Conselho Federal de Medicina recomendam transferir até dois embriões nesse tipo de tentativa de fertilização laboratorial mulheres com até 35 anos. Em mulheres de 35 a 40 anos até três embriões. Acima dos 40 anos, mulheres podem receber até quatro embriões. Quanto mais idade tem a mulher, menor é a chance de engravidar”, explica.

Em  Campos, desde 2006, o Centro de Infertilidade e Medicina Fetal  faz a transferência de apenas um embrião. “Temos registros entre 500 casos apenas de uma gestação de trigêmeos, poucas de gêmeos e 87% de gestação de apenas um feto. Isto é motivo de satisfação e reconhecimento científico e da Vigilância Sanitária, em Brasília”, comenta.

Memórias de mães de gêmeos

Há 27 anos, a esteticista Ivete Freitas deu à luz Paula e Fernanda Freitas na Maternidade Lília Neves. “Foi cesariana. Fui muito feliz para maternidade. Lembro que a recepcionista  disse que nunca tinha visto uma grávida chegar tão  radiante. Fui muito bem assistida. Tinha  uma enfermeira  maravilhosa  que deu de mamar para minhas filhas. Ser mãe  de gêmeos  é  um presente de Deus.  O trabalho  foi  grande, mas  a recompensa vinha logo com um sorriso Gratidão  a Deus  por tudo. Só tenho orgulho”, diz.

Quem tem memórias marcantes com o nascimento das filhas gêmeas Lívia e Júlia é a professora e empresária Daisy Bravo. Nascidas prematuras, elas necessitaram ficar vários dias na UTI Neonatal Nicola Albano, que funcionava nas instalações da Maternidade Lília Neves há quase 25 anos. “Foram dias difíceis. Era a minha primeira gestação. Apesar da apreensão, deu tudo certo e elas estão bem e com saúde já formadas. Cuidar de gêmeos exige ainda mais. Tenho outro filho, Gabriel, além das gêmeas, sou pai e mãe por muito tempo. Estão encaminhados e educados para seguirem pela a vida com responsabilidade”, conclui.

Galeria de Fotos

Ivete Freitas com as filhas gêmeas Paula e Fernanda bebês

Aos 27 anos, as engenheiras Paula e Fernanda vivem em São Paulo, mas visitam a mãe em Campos

Daisy Bravo amamenta Júlia e Lívia pouco depois de nascidas em 1995

Lívia Bravo e Júlia Bravo são atrizes formadas e vivem no Rio atualmente