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A saúde do Presidente interessa tanto quanto a de qualquer brasileiro

Devemos torcer pela plena recuperação dele, mas ninguém pode negar que ele contribuiu para todos esses desencontros

Opinião
Por Editorial
7 de julho de 2020 - 16h45

Presidente da República em encontro de trabalho (Foto: Isac Nóbrega/PR)

É mesmo uma ironia do destino o fato do Presidente Jair Bolsonaro testar positivo para o Covid-19. Isso porque como é sabido, desde o primeiro momento, o presidente reagiu contrário ao isolamento social, e se comportou de forma contrária às recomendações para evitar o contágio. Acabou provocando aglomerações em Brasília e raramente utilizava a máscara, além de ter recentemente baixado um decreto confuso não mais tornando obrigatório o seu uso.

Soma-se a isso as críticas feitas à Organização Mundial de Saúde, e as demissões de dois ministros da Saúde que discordavam claramente do Presidente quanto às medidas de prevenção ao Covid-19. Para agravar ainda mais a situação, houve o polêmico episódio da cloroquina, que foi inserida no tratamento da doença pelo Ministério da Saúde e em seguida a partir de um estudo dos Estados Unidos condenada pela OMS.

É necessário acrescentar os desencontros do Presidente com governadores, o que pode ser ilustrado com a declaração de inimizade a partir de então entre Bolsonaro e Jorge Dória, de São Paulo. É preciso colocar neste caldeirão o diminutivo da Covid-19 inventado pelo Presidente, ou seja, “gripezinha”.

Todos devemos torcer pela plena recuperação do Presidente, mas ninguém pode negar que ele contribuiu muito para todos esses desencontros. No momento ele divulga com força máxima que testou positivo, mas vamos lembrar que mesmo sob ordem do Supremo ele custou para entregar o resultado de um primeiro teste.

Em suma, a saúde do Presidente da República interessa a todos, assim como interessa a saúde de qualquer brasileiro.