e, como diz o autor, “o que o momento impuser como pauta”.
Um ano depois, o Terceira Via confirma a expectativa, registrando que a publicação de página inteira vem contribuindo para ampliar a qualidade do jornal impresso e do online, logo, uma parceria que veio ao encontro do Sistema de Comunicação Terceira Via, que tem como metas prioritárias a evolução, a qualificação e o aumento permanente de leitores.
Na entrevista que anunciou sua estreia, o jornal o descreveu como pessoa “sobre a qual quase nada há para ser acrescentado que não seja de todos sabido”, destacando tratar-se de um jornalista completo, com artigos publicados na grande imprensa, e que “conhece a atividade de ponta-cabeça”. “Luta inglória” – Para seu titular, entretanto, a página ainda não cumpre a plenitude: “Mas nunca cumpre, não é?” – comenta.
Guilherme recorda que há alguns anos, terminada uma palestra de Mino Carta, em São Paulo, o fundador da CartaCapital deu uma canja, falando com um e outro, enquanto autografava o livro ‘O Brasil’. — Conversei um pouquinho com Mino, disse que atuava em jornal (olha a pretensão), etc., e ele, generoso, me deu alguma atenção, comentando que fazer jornal “era uma luta inglória”. Bem humorado, contou que quando fechava a capa do JT [Jornal da Tarde, que lançara nos anos 60, com grande sucesso], fi cava com mais dois ou três da redação procurando por algum erro… que só aparecia mesmo no dia seguinte.
Conexão com o jornal on-line
O conteúdo do impresso de ‘Guilherme Belido Escreve’ vai também para o jornal online e, neste particular, o autor quer afi nar melhor as plataformas no sentido de tornar mais atrativa a matéria no site. — A mesma matéria que escrevo no impresso, já ‘enxugo’ para o site, mas dá para aprimorar. No jornal, a página se mostra por inteiro ao leitor, de ‘cara’. O título pode até ter uma única palavra, porque é autoexplicativo: Fotos, ‘chapéu’, subtítulos, destaques de ‘olho’, box com informações complementares, etc.
O conjunto deixa o quadro completo. Já no site é diferente: vem a matéria e a foto, por exemplo, só aparece na medida que vai ‘descendo’ a leitura. Então, de imediato, o que se vê é um ‘montueiro’ de texto, que pode desanimar o leitor. Assim, via de regra, convém levar para o online algo menor. Por isso edito para que tenha menos texto. Ajuste – Guilherme Belido aponta que independente da atualidade ou não, a matéria do jornal não deve ficar vários dias no online. Para ele, apesar de na maioria das vezes não perder a oportunidade, é bom que seja substituída depois de 2 ou 3 dias ou, sendo o caso, atualizada. — Minha intenção é, independente da página, escrever matérias só para o online, 6/8 por semana, particularmente aquelas de cunho noticioso ou que remetem a datas marcantes. Isso cheguei até a começar, mas vamos fazer uma sintonia fi na para melhor aproveitamento.
Como dito desde a estreia, a página de Belido traz análises, comentários, textos puramente opinativos e até noticiosos. O titular lembra que, ao contrário do que possa parecer, o Terceira Via não é um jornal apenas de matérias atemporais, lembrando que o factual não se restringe apenas a um tempo imediato mas, também, dentro de um determinado período que acontece. — Se o jornal trata da abertura ou não do comércio, do cenário político ou da pandemia, aborda temas factuais. Portanto, não só a notícia ‘da hora’, como a vitória de Bolsonaro ou a conquista da Libertadores pelo Flamengo (que foram publicados aqui) são factuais. Diferente de atemporal, que é a matéria que pode sair hoje, ou daqui a dois anos, que não faz diferença. A estreia da página aqui no Terceira Via teve o título ‘Destrava Brasil’ – sobre a reforma da Previdência que havia sido aprovada 19 horas de uma sexta-feira. Guilherme cita um exemplo atual. “O caso do advogado Frederick Wassef, que hospedou o Fabrício Queiróz, foi abordado por todos os sites horas depois da prisão do ex-assessor. Mas isso não impediu que a Veja, uma semana depois, trouxesse toda a história, esmiuçada… e que todos quiseram ler”.
Entrevista
Em 2019, quando do anúncio de Belido no Terceira Via, a foto de uma entrevista com o cineasta Cacá Diegues ilustrou a matéria. Disse, então, que pretendia retomar a modalidade, o que não foi possível. Para ele, a situação difícil de Campos, a greve dos médicos, o impasse do 13º e, depois, a pandemia, atrapalharam. Mas pretende colocar em prática. — É algo que gosto de fazer. Já está até repetitivo dizer que entrevistei presidentes, governadores, ministros de Estado, artistas, etc. Tenho algumas até feitas, e não publicadas, como uma com o comentarias Téo José. Mas quero fazer, sim. É curioso… fiz centenas, e uma das que mais gosto durou 20 minutos, com Ariano Suassuna, figura excepcional, todo atencioso e cordial para com um jornalista ‘da roça’.