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Guilherme Belido escreve 50 páginas

As pautas são as mais variadas possíveis, passando por todas as editorias e ultrapassando os limites de Campos

Comportamento
Por Redação
6 de julho de 2020 - 17h16

A página ‘Guilherme Belido Escreve’, editada pelo jornalista homônimo, está completando 50 edições no jornal Terceira Via praticamente ao mesmo tempo que chega ao décimo ano de publicação na imprensa de Campos. Com a marca da versatilidade, as matérias discorrem sobre os mais variados temas, sem qualquer fronteira. Campos, Brasil e mundo; política, economia, cultura, saúde, fatos históricos, futebol, cotidiano, entrevistas, crônicas
e, como diz o autor, “o que o momento impuser como pauta”.

Um ano depois, o Terceira Via confirma a expectativa, registrando que a publicação de página inteira vem contribuindo para ampliar a qualidade do jornal impresso e do online, logo, uma parceria que veio ao encontro do Sistema de Comunicação Terceira Via, que tem como metas prioritárias a evolução, a qualificação e o aumento permanente de leitores.

Na entrevista que anunciou sua estreia, o jornal o descreveu como pessoa “sobre a qual quase nada há para ser acrescentado que não seja de todos sabido”, destacando tratar-se de um jornalista completo, com artigos publicados na grande imprensa, e que “conhece a atividade de ponta-cabeça”. “Luta inglória” – Para seu titular, entretanto, a página ainda não cumpre a plenitude: “Mas nunca cumpre, não é?” – comenta.

Guilherme recorda que há alguns anos, terminada uma palestra de Mino Carta, em São Paulo, o fundador da CartaCapital deu uma canja, falando com um e outro, enquanto autografava o livro ‘O Brasil’. — Conversei um pouquinho com Mino, disse que atuava em jornal (olha a pretensão), etc., e ele, generoso, me deu alguma atenção, comentando que fazer jornal “era uma luta inglória”. Bem humorado, contou que quando fechava a capa do JT [Jornal da Tarde, que lançara nos anos 60, com grande sucesso], fi cava com mais dois ou três da redação procurando por algum erro… que só aparecia mesmo no dia seguinte.

Belido lembra que antes já havia ouvido o mesmo comentário, e que chega a ser até engraçado: “É a mesma coisa. A gente revisa, revisa, e nada. Quando sai no jornal, tá lá o erro.” Para ele, a página precisa melhorar sempre, tanto na comunicação visual, quanto na parte editorial – no conteúdo: “Não se pode achar que alcançou a plenitude. A plenitude deve ser uma busca incessante, mas com o olhar de  inalcançável”. Se não for assim, surgem as rugas do desleixo. Chegar ao 10º ano é um marco, mas também uma responsabilidade”.

Conexão com o jornal on-line

O conteúdo do impresso de ‘Guilherme Belido Escreve’ vai também para o jornal online e, neste particular, o autor quer afi nar melhor as plataformas no sentido de tornar mais atrativa a matéria no site. — A mesma matéria que escrevo no impresso, já ‘enxugo’ para o site, mas dá para aprimorar. No jornal, a página se mostra por inteiro ao leitor, de ‘cara’. O título pode até ter uma única palavra, porque é autoexplicativo: Fotos, ‘chapéu’, subtítulos, destaques de ‘olho’, box com informações complementares, etc.

O conjunto deixa o quadro completo. Já no site é diferente: vem a matéria e a foto, por exemplo, só aparece na medida que vai ‘descendo’ a leitura. Então, de imediato, o que se vê é um ‘montueiro’ de texto, que pode desanimar o leitor. Assim, via de regra, convém levar para o online algo menor. Por isso edito para que tenha menos texto. Ajuste – Guilherme Belido aponta que independente da atualidade ou não, a matéria do jornal não deve ficar vários dias no online. Para ele, apesar de na maioria das vezes não perder  a oportunidade, é bom que seja substituída depois de 2 ou 3 dias ou, sendo o caso, atualizada. — Minha intenção é, independente da página, escrever matérias só para o online, 6/8 por semana, particularmente aquelas de cunho noticioso ou que remetem a datas marcantes. Isso cheguei até a começar, mas vamos fazer uma sintonia fi na para melhor aproveitamento.

Da interpretação à análise

Como dito desde a estreia, a página de Belido traz análises, comentários, textos puramente opinativos e até noticiosos. O titular lembra que, ao contrário do que possa parecer, o Terceira Via não é um jornal apenas de matérias atemporais, lembrando que o factual não se restringe apenas a um tempo imediato mas, também, dentro de um determinado período que acontece. — Se o jornal trata da abertura ou não do comércio, do cenário político ou da pandemia, aborda temas factuais. Portanto, não só a notícia ‘da hora’, como a vitória de Bolsonaro ou a conquista da Libertadores pelo Flamengo (que foram publicados aqui) são factuais. Diferente de atemporal, que é a matéria que pode sair hoje, ou daqui a dois anos, que não faz diferença. A estreia da página aqui no Terceira Via teve o título ‘Destrava Brasil’ – sobre a reforma da Previdência que havia sido aprovada 19 horas de uma sexta-feira. Guilherme cita um exemplo atual. “O caso do advogado Frederick Wassef, que hospedou o Fabrício Queiróz, foi abordado por todos os sites horas depois da prisão do ex-assessor. Mas isso não impediu que a Veja, uma semana depois, trouxesse toda a história, esmiuçada… e que todos quiseram ler”.

Entrevista

Em 2019, quando do anúncio de Belido no Terceira Via, a foto de uma entrevista com o cineasta Cacá Diegues ilustrou a matéria. Disse, então, que pretendia retomar a modalidade, o que não foi possível. Para ele, a situação difícil de Campos, a greve dos médicos, o impasse do 13º e, depois, a pandemia, atrapalharam. Mas pretende colocar em prática. — É algo que gosto de fazer. Já está até repetitivo dizer que entrevistei presidentes, governadores, ministros de Estado, artistas, etc. Tenho algumas até feitas, e não publicadas, como uma com o comentarias Téo José. Mas quero fazer, sim. É curioso… fiz centenas, e uma das que mais gosto durou 20 minutos, com Ariano Suassuna, figura excepcional, todo atencioso e cordial para com um jornalista ‘da roça’.