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Manifestantes monarquistas fazem ato cívico em Campos

Eles defenderam Memorial da Abolição e História Nacional na Praça do Canhão, área central da cidade

Cidade
Por Ocinei Trindade
4 de julho de 2020 - 16h29

Integrantes do Círculo Monárquico de Campos dos Goytacazes em ato cívico

Nos últimos meses, um grupo de Campos tem se encontrado para estudar e difundir ideais monarquistas e o sistema parlamentar constitucional de governo. O Círculo Monárquico de Campos dos Goytacazes RJ realizou neste sábado (4), um ato Cívico em defesa do Memorial da Abolição e da História Nacional, na área conhecida como Praça do Canhão, na Avenida Alberto Torres. O grupo tem chamado a atenção por onde passa também por portar a antiga bandeira do Brasil Império, que durou de 1822 a 1889, quando houve a Proclamação da República, e o monarca Dom Pedro II foi banido do país e exilado com a família na Europa.

De acordo com o chanceler do Círculo Monárquico de Campos dos Goytacazes, Evandro Monteiro de Barros, o resultado do ato cívico deste sábado foi satisfatório. “Há cidadãos interessados em temas como tradição, conservadorismo e afins. Nos reunimos na Praça do Canhão, onde fica a estátua da Princesa Isabel, a  Redentora. O objetivo é preservar a imagem da estadista e impedir que ela seja destruída. Queremos dialogar sobre o futuro do Brasil”, explicou.

Monumento da Abolição em Campos, na Avenida Alberto Torres

O grupo de monarquistas campistas tem conseguido adeptos. Eles consideram a volta da monarquia e a adoção de um sistema parlamentarista de governo como uma possibilidade para o Brasil se tornar melhor que o sistema republicano vigente. Outras manifestações públicas já foram realizadas em diferentes locais de Campos, como a Praça São Salvador e a antiga sede da Estação Ferroviária, onde funciona atualmente a Secretaria Municipal de Educação. “O CMCG visa o resgate dos heróis nacionais com planos para o futuro do Brasil. Em todos os os eventos registramos em ata nossas ações como associação civil”, diz Evandro.

 

Herdeiro do Trono

Evandro Monteiro de Barros com a bandeira do Brasil Império (1822 a 1889)

A iniciativa do Círculo Monárquico de Campos do Goytacazes faz com que as pessoas sejam despertadas para voltar a estudar a História do Brasil. O país possui em seus registros históricos movimentos separatistas de algumas regiões que não foram à frente. Desde que o sistema de governo republicano foi  implantado no Brasil, em 1889, alguns herdeiros da Família Imperial não abandonaram a ideia ou possibilidade de restaurar a monarquia brasileira. O último imperador foi Dom Pedro II. Sua sucessora natural seria a Princesa Isabel que ficou conhecida nos livros de História por assinar a Lei da Abolição dos escravos no país, a Lei Áurea.

“A Família Orleans e Bragança possui dois ramos nas cidades de Petrópolis e Vassouras. Os herdeiros de Petrópolis não teriam direito à sucessão do trono de Pedro II, mas sim, os herdeiros de Vassouras. O bisneto da Princesa Isabel, Dom Luiz de Orleans e Bragança, seria o imperador, caso a monarquia fosse restabelecida no país, pois faz parte da origem dinástica. Ele assumiria o trono. Dom Luis mora em São Paulo, em uma casa alugada, não recebe laudêmio nem benefícios. É um ramo simples”, pontua Evandro Monteiro de Barros.

Plebiscito no Brasil

Monarquistas na Praça São Salvador

Vários países da Europa mantêm monarquias. A mais conhecida é a do Reino Unido, onde a rainha Elizabeth II é a monarca mais antiga, desde 1952. Ela é chefe de Estado, mas não governa. Este papel compete ao primeiro-ministro, posto atualmente ocupado por Boris Johnson. Países como Holanda, Dinamarca, Suécia, além dos asiáticos Japão e Tailândia mantêm suas monarquias funcionando. A Espanha, depois de um período de ditadura de quase 40 anos sob o regime do general Francisco Franco, conhecido pelo hostil e antidemocrático movimento franquista, teve sua monarquia restaurada. Após a morte do ditador Franco, quem reassumiu o trono espanhol foi o Rei Juan Carlos I.

No dia 21 de abril de 1993 o Brasil realizou um plebiscito para determinar a forma e o sistema de governo do país. Após a redemocratização em 1985 , uma emenda da Constituição de 1988 determinava a realização de uma consulta popular. Os brasileiros deveriam decidir se o país adotaria os regimes republicano ou monarquista, e se estes seriam presidencialista ou parlamentarista. O presidente Itamar Franco ocupava o cargo no Palácio do Planalto à época.  A maioria dos eleitores brasileiros votou favorável ao regime republicano e ao sistema presidencialista, mantendo, assim, o mesmo desde que foi proclamada a República do Brasil, em 1889.