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Vacinação evita contágio da meningite

Nova vacina para tipo ACWY está disponível na rede pública para crianças de 11 e 12 anos

Saúde
Por Redação
2 de julho de 2020 - 16h29

Nélio Artiles, médico infectologista (Foto: Silvana Rust)

A maioria das mães de crianças pequenas e bebês recém-nascidos sabe da importância da vacinação infantil, logo nos primeiros anos de vida. Entre as
doses prioritariamente recomendadas pelo sistema de saúde e pelos profissionais, está a vacina meningocócica C (conjugada) (MenC), que protege contra um tipo de meningite.

Essa doença, porém, pode acometer pessoas de todas as faixas-etárias. Considerada rara pelas autoridades especialistas por ter menos de 150 mil casos anuais no Brasil, trata-se de uma manifestação clínica perigosa e delicada, que requer diagnóstico rápido para assim evitar sequelas e até a morte. É o que o infectologista Dr. Nélio Artiles pontua.

Segundo ele, a meningite é uma inflamação que ocorre nas membranas que envolvem o cérebro e todo o sistema nervoso. Geralmente, essa inflamação é causada por bactérias, vírus, protozoários e fungos. “O que causa mais preocupação é o meningococo, uma bactéria de grau de contágio muito grande entre uma pessoa e outra. Se transmite por gotículas no ar e está relacionada com a proximidade. Outra bactéria é o pneumococo que não é contagiosa,mas pode acometer qualquer pessoa, geralmente em complicações de uma otite ou de uma sinusite”, explica.

Sintomas e fatores de risco

O médico esclarece que as crianças têm mais chances de serem acometidas pela meningite, justamente porque a sua proteção imunológica é menor, assim como a barreira que protege o cérebro. Entre os primeiros sinais da doença estão febre, dores no corpo, mal estar e a dor de cabeça, que vai aumentando e pode estar associada a um quadro de vômito, sem enjoo. “Os fatores de risco são vários, mas qualquer pessoa pode ter meningite, principalmente a do tipo viral e a do tipo meningocócica.

São mais suscetíveis algumas pessoas com a imunidade alterada, com doenças relacionadas ao baço, com anemia crônica, com anemia falciforme ou doenças da hemoglobina, diabéticos e pacientes com outras imunodeficiências. O mais importante é que esse paciente procure o médico imediatamente, pois a doença evolui muito rápido, em poucas horas, porque trata-se de uma infecção no corpo que envolve o cérebro. Na demora do início do tratamento,
podem surgir sequelas e até resultar na morte”, comenta.

Proteção
O especialista faz questão de frisar a importância da proteção de crianças, adultos e idosos com as vacinas. Hoje em dia, existem doses que imunizam
contra todos os tipos de meningite. Logo no primeiro ano de vida, os bebês devem se proteger contra vários tipos dessa doença. A dose que combate a bactéria pneumococo também é feita nos primeiros doze meses de nascimento.

Essa bactéria também pode acometer os idosos, que muitas vezes nem sabem da necessidade da vacinação. “Hoje, todas as crianças tomam a vacina contra meningite do tipo C, porque a rede pública oferece e está pra ser colocada a dose para os tipos ACWY. Além destas proteções, existe o meningococo B, mas a vacina para esse tipo só está disponível na rede privada. É importante que todos saibam que existe essa outra dose. Se você vacina o seu filho contra o tipo C e os tipos ACWY, vai faltar o tipo B. Espero que essa nova dose esteja à disposição da população logo, mas isso pode demorar porqueo custo é elevado. Existe vacina para todos os tipos de meningite, mas nem todas estão presentes na rede pública”, recomenda.

Incorporada ao esquema de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), desde o dia 23 de abril deste ano, devido ao aumento no número de óbitos causados pela doença no país, a nova vacina ACWY é destinada aos adolescentes entre 11 e 12 anos 11 meses e 29 dias de idade. Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza a vacina meningocócica C (conjugada) (MenC) na rotina de vacinação para  as crianças menores de cinco anos e agora faz esta implementação.

Segundo a diretora de programas especiais da Secretaria Municipal de Saúde, Suellen André de Souza, Campos recebe doses da vacina mensalmente e há uma central telefônica que segue disponível para agendamento de vacinação de rotina com o objetivo de evitar  aglomeração neste período de quarentena. “O agendamento pode ser feito através dos números: (22) 981750366, 981793658 e 981751876, 98168-2340, 98119-2675 e 98175-1278, de segunda a sexta, das 9h às 16h. Os números disponíveis exclusivamente para a UBS Lagamar são: (22) 98168 9722 e 99881 8054.

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) que disponibilizam a rotina de vacinação contra a meningite são Morro do Coco, Penha, IPS, Parque Prazeres, Lagamar, no Farol de São Thomé e o Centro de Saúde de Guarus. É necessário levar a caderneta de vacinação para atualização das doses”, diz.

Além disso, a vacina ACWY está disponível em Campos para crianças menores de 05 anos exclusivamente pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) com apresentação de laudo médico, para pacientes com Hemoglobinúria Paroxistica Noturna (HPN) em uso de Eculizumabe. Somente quem tem essa doença tem direito a fazer a vacina na infância. O Crie está localizado na Rua Gil de Gois, nº 157, Centro.