Que o mês de Junho é sinônimo de festas juninas e aguardado com expectativa por quem gosta de tudo que envolve essa tradicional celebração, todo mundo sabe. O que talvez poucos saibam, é que em Campos as mais tradicionais festas são promovidas por instituições que esperam pelos dias de Santo Antônio, São Pedro e São João, ansiosos com a oportunidade para levantar recursos para complementar a renda dessas associações.
Asilo do Carmo, Asilo Monsenhor Severino e Coesa (Comissão das Entidades Sociais e Assistenciais de Campos) são algumas das entidades que vão sentir na pele, este ano, a ausência das festas juninas. “Já estamos com o orçamento bastante comprometido e sabemos que vamos levar um bom tempo para nos recuperarmos”, a fala é do presidente do Asilo do Carmo, Marcelo Azevedo.
Em 2019, o Asilo do Carmo arrecadou aproximadamente 20 mil reais com a festa, entre bilheteria, patrocínio, venda de ingressos, barracas e estacionamento. O dinheiro, já esperado, é lançado sempre como forma de reduzir as despesas da casa que giram em torno de 66 mil reais mensais. Essa é a primeira vez em 50 anos que a festa não vai acontecer.
Em uma das edições já se chegou à marca de um público de 10 mil pessoas. Mas além de ser complemento nas finanças, a festa também vai deixar os idosos carentes de diversão e lazer. “Os idosos gostam demais desse evento, nós sabemos a alegria que a festa traz para todos, independente do resultado financeiro. Isso nos causa muita tristeza”, revela Marcelo.
Outra tradicional festa que não vai acontecer é a Rancheirada da Coesa que este ano estaria em sua 43ª edição e aconteceria nos dias 27 e 28 deste mês. A diretora, Rosa Morisson, que está à frente da instituição desde a primeira festa em 1978, conta que é uma tristeza saber que pela 1ª vez, tantas pessoas deixarão de ser ajudadas. “A sensação é péssima! Mas Deus nos fez uma chamada e devemos obedecer com rigor o isolamento social para que tudo isso passe logo”, diz Rosa.
O presidente Ricardo Araújo conta que além da festa junina a instituição também não terá este ano a tradicional “festa retrô” que acontece anualmente e o baile semanal, às quintas. “Nossas despesas são muito altas e a dificuldade é grande. Agora temos mais gastos com luvas, álcool em gel e material de limpeza. Nossos impostos são altos e a folha de pagamento também. Vai nos fazer muita falta”, lamenta Ricardo.