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Junho sem arraiá

Entidades filantrópicas estão preocupadas com o cancelamento das tradicionais festas

Cultura
Por Redação
26 de junho de 2020 - 15h11

Marcelo Azevedo | Presidente do Asilo do Carmo lamenta a perda de recursos e a diversão dos idosos

Que o mês de Junho é sinônimo de festas juninas e aguardado com expectativa por quem gosta de tudo que envolve essa tradicional celebração, todo mundo sabe. O que talvez poucos saibam, é que em Campos as mais tradicionais festas são promovidas por instituições que esperam pelos dias de Santo Antônio, São Pedro e São João, ansiosos com a oportunidade para levantar recursos para complementar a renda dessas associações.

Asilo do Carmo, Asilo Monsenhor Severino e Coesa (Comissão das Entidades Sociais e Assistenciais de Campos) são algumas das entidades que vão sentir na pele, este ano, a ausência das festas juninas. “Já estamos com o orçamento bastante comprometido e sabemos que vamos levar um bom tempo para nos recuperarmos”, a fala é do presidente do Asilo do Carmo, Marcelo Azevedo.

Em 2019, o Asilo do Carmo arrecadou aproximadamente 20 mil reais com a festa, entre bilheteria, patrocínio, venda de ingressos, barracas e estacionamento. O dinheiro, já esperado, é lançado sempre como forma de reduzir as despesas da casa que giram em torno de 66 mil reais mensais. Essa é a primeira vez em 50 anos que a festa não vai acontecer.

Em uma das edições já se chegou à marca de um público de 10 mil pessoas. Mas além de ser complemento nas finanças, a festa também vai deixar os idosos carentes de diversão e lazer. “Os idosos gostam demais desse evento, nós sabemos a alegria que a festa traz para todos, independente do resultado financeiro. Isso nos causa muita tristeza”, revela Marcelo.

Asilo do Carmo | Há 50 anos a instituição realiza uma das festas juninas mais tradicionais da cidade que reunia cerca de dez mil pessoas

Outra tradicional festa que não vai acontecer é a Rancheirada da Coesa que este ano estaria em sua 43ª edição e aconteceria nos dias 27 e 28 deste mês. A diretora, Rosa Morisson, que está à frente da instituição desde a primeira festa em 1978, conta que é uma tristeza saber que pela 1ª vez, tantas pessoas deixarão de ser ajudadas. “A sensação é péssima! Mas Deus nos fez uma chamada e devemos obedecer com rigor o isolamento social para que tudo isso passe logo”, diz Rosa.

O jornalista Antônio Filho apresentou as últimas 11 edições da Rancheirada como voluntário e diz que a sensação é estranha, mas é para o bem de todos. “Nos últimos sete anos, tive a alegria de colaborar como apresentador da festa, sempre autorizado pela Prefeitura de Campos, pela qual tenho grande gratidão por essa  oportunidade. É uma festa bonita, que te cativa a colaborar, assim como fazem os membros das obras sociais que participam. Toda essa corrente do bem, vem de Rosa Morisson, exemplo de servidora pública e de voluntária na difusão da solidariedade”, lembra Antônio. No Asilo Monsenhor Severino não é diferente.

Quadrilhas | Danças típicas faziam parte da animada festa que atraía grande público

O presidente Ricardo Araújo conta que além da festa junina a instituição também não terá este ano a tradicional “festa retrô” que acontece anualmente e o baile semanal, às quintas. “Nossas despesas são muito altas e a dificuldade é grande. Agora temos mais gastos com luvas, álcool em gel e material de limpeza. Nossos impostos são altos e a folha de pagamento também. Vai nos fazer muita falta”, lamenta Ricardo.