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Editorial: prudência na volta ao novo normal

Não podemos criticar a retomada da atividade econômica, mas temos que admitir que algumas medidas são equivocadas

Editorial
Por Editorial
12 de junho de 2020 - 9h20

É preocupante, sob qualquer ponto de vista, o número de mortos de Covid-19 no Brasil, divulgado na quinta-feira (11), quando alcançamos a perda de 40 mil vidas, conforme números divulgados pelo consórcio formado pelos principais grupos de comunicação do país.

Hoje, sexta-feira (12), existe a infeliz expectativa de que o Brasil ultrapasse o número de mortos no Reino Unido, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Como a doença avança no hemisfério Sul, tudo indica que que o Brasil poderá ser o campeão desta triste estatística.

A estratégia de combate ao coronavírus no Brasil é um desastre total, e contribuiu para isso os desencontros entre os governos federais e os governadores. A Saúde Pública e a rede de proteção social entraram em colapso. Faltam UTIs e a ajuda aos mais vulneráveis chega lenta demais, enquanto o vírus é veloz.

O relaxamento social nas grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, iniciado essa semana, parece que vai agravar a situação. No feriado de ontem, dia de sol, as praias da Zona Sul do Rio registraram aglomerações; o mesmo no comércio em São Paulo.

Obviamente, todos defendem a retomada da economia depois de 70 dias de quarentena, mas o risco é alto, muito alto. Focando no território fluminense, a preocupação se espalha pelo interior, onde o número de casos e mortes segue crescendo.

Setenta dias deveriam ter sido suficientes para que uma grande parcela da população em isolamento social estivesse preparada para a retomada das atividades de trabalho, observando todo protocolo, desde o uso de máscara até o distanciamento social. Mas, isso não aconteceu.

Não podemos criticar a retomada da atividade econômica, mas temos que admitir que algumas medidas são equivocadas, e, assim, a pandemia no Brasil tende a aumentar.

Ontem, a Bolsa de Valores dos Estados Unidos derreteu quando o número de casos voltou a crescer de forma assustadora. E os cientistas afirmam que o repique foi consequência da reabertura quase que geral. Em suma, as perguntas prosseguem sem as devidas respostas.