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Republicanos deixa base Witzel e pede que integrante da legenda saia de secretaria

Partido de Crivella divulgou nota em que cita "irregularidades e desvio de recursos na Saúde"

Estado do RJ
Por Redação
28 de maio de 2020 - 13h30

Governador Wilson Witzel, no Palácio Guanabara. (Foto: Philippe Lima/Agência O Globo)

O Republicanos — partido do prefeito do Rio, Marcelo Crivella — anunciou que está deixando a base do governador do RJ, Wilson Witzel (PSC).

Em uma nota nas redes sociais, a legenda informou que a decisão da bancada “foi unânime” e que o secretário estadual de Trabalho e Renda, Jorge Gonçalves — um de seus quadros —, “apresentará sua carta de renúncia” a Witzel.

O diretório regional faz menção aos fatos da Operação Placebo, deflagrada na última terça-feira (26), sobre suposta fraude em contratos do estado para o combate à Covid-19.

“Desejamos que todas as irregularidades e desvio de recursos da saúde do Estado do Rio de Janeiro sejam esclarecidos”, diz o texto, assinado por Luis Carlos Gomes, presidente regional da sigla.

“A corrupção já é abominável em qualquer circunstância, porém, mais terrível ainda em meio ao caos e sofrimento da pandemia, com milhares de registros de infectados e óbitos”, emenda.

Reforço de bolsonaristas

Parte da bancada bolsonarista do RJ foi para o Republicanos depois da cisão no PSL — caso do senador Flávio Bolsonaro, do deputado estadual Dr. Serginho e do vereador Carlos Bolsonaro.

Na Alerj, quatro dos 70 deputados são do Republicanos.

Em reação à Operação Placebo, Witzel disse ser vítima de perseguição política e acusou Jair Bolsonaro e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

“Chegou ao meu conhecimento que essa investigação partiu de dentro do gabinete do procurador-geral da República, com aquiescência do presidente da República”, afirmou.

A Operação Placebo

Witzel e a primeira-dama, Helena, são investigados sobre suspeitas de fraude na saúde durante a pandemia de Covid-19.

Nesta terça (28), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na residência oficial do governo e na casa onde morava, no Grajaú.

A ordem foi expedida pelo Superior Tribunal de Justiça depois do depoimento do ex-subsecretário estadual de Saúde, Gabriell Neves.

Gabriell foi preso na Operação Mercadores do Caos, do MP do RJ e da Polícia Civil fluminense, que investiga suposta fraude na compra de respiradores pelo governo.

O ex-subsecretário ouvido por promotores, que encaminharam a documentação para o Superior Tribunal de Justiça.

Os contratos do governo Witzel na pandemia somariam mais de R$ 1 bilhão, entre a montagem de hospitais de campanha e aquisições de respiradores, máscaras e testes rápidos.

A TV Globo apurou que, em uma das conversas interceptadas pela Polícia Federal, investigados afirmaram que teriam que negociar com o “01 do Palácio” — uma possível referência ao governador Wilson Witzel.

Os investigadores buscam provas de que o governador saberia do esquema do operador Mário Peixoto, preso pela Lava Jato no dia 14 de maio, suspeito de fraudes relacionadas a hospitais de campanha.

Mário Peixoto seria sócio oculto de várias empresas que possuem contratos com o governo do RJ. Uma delas é a Átrio Rio, envolvida em denúncias relacionadas a contratos emergenciais.

Fonte: G1