Se fosse um filme, e o cinema estivesse lotado, o famoso bonequinho do jornal O Globo teria duas atitudes, ou seja: os bonequinhos que apoiam Bolsonaro iriam aplaudir de pé, e os contra sairiam do cinema, falando horrores.
O conteúdo do vídeo tem alguns pontos aparentemente não republicanos, e o mais grave deles é a questão exatamente que envolve Sérgio Moro, pois o Presidente Bolsonaro deixa claro que iria intervir em qualquer ministério.
A Polícia Federal, com o passar do tempo, passou a ser uma polícia judiciária, que não se reporta a Presidência da República e sim ao juízo ou ao MP. Neste caso, o vídeo não surpreende, pois isso já tinha vazado.
Chama a atenção o demasiado excesso de palavrões, quase todos proferidos pelo Presidente, que nunca escondeu sua opção por esse tipo de linguagem, o que é deselegante, mas não constitui nenhum crime.
Retoricamente, o ministro da Educação utilizou um recorte pesado ao dizer que se dependesse dele, os membros do STF estariam todos presos, e esse é outro ponto não republicano.
As narrativas que se seguem têm a orelha de Bolsonaro, o nariz de Bolsonaro, os olhos de Bolsonaro e principalmente a língua de Bolsonaro, ou seja, não decepcionou seus eleitores, pois foi autêntico e nem escandalizou a oposição.
Se o Procurador Geral da Justiça estivesse apurando palavrões, certamente ofereceria denúncia. Se estiver apurando o que disse o ex-ministro Moro, tem um razoável material na mão, mas é preciso prudência. O resumo do vídeo: é fraco e cheira arquivamento.