Neste mês se comemora o Dia Mundial das Abelhas. No último dia 20, apesar da pandemia do novo coronavírus, a data não passou em branco entre os pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. A pesquisadora Maria Cristina Gaglianone é referência nacional em polinizadores. Nesta sexta-feira (22), a autora e organizadora de vários livros educativos sobre o universo das abelhas destacou a importância dos insetos na natureza. Maria Cristina coordena uma série de estudos sobre abelhas, em Campos, no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, (PPG-ERN).
“A preservação das florestas e manutenção das áreas de conservação na nossa região são fundamentais para manter as populações de abelhas de modo a garantir as futuras árvores e a produção de alimentos nas áreas rurais”, comenta.
O Comitê Científico da Associação Brasileira de Estudos das Abelhas mantém uma plataforma disponível na internet. Em pesquisa recente, foram selecionadas 14 espécies que melhor contribuem para a produção agrícola do País. Os cultivos polinizados pelas espécies de abelhas selecionadas foram consultados também no Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil e no livro A Polinização Agrícola por Insetos no Brasil.
As abelhas são essenciais para os agricultores, garantem pesquisadores. Produtores de laranja, tomate, maçã, goiaba, maracujá e outros 31 alimentos vegetais indicados, podem ser os maiores beneficiados ao tomar conhecimento da importância desses polinizadores.
“Com essa informação, os produtores podem direcionar planos de manejo de cultivos agrícolas e adotar práticas para manter essas abelhas protegidas e próximas às plantações. Assim, elas realizam a polinização, melhorando o rendimento e a qualidade dos frutos e sementes”, explica a bióloga Kátia Aleixo.
Na Uenf, estudiosos sobre abelhas associam a estrutura de vida do inseto aos hábitos humanos que precisam ser revistos. “Quanto mais estudo as abelhas. mais percebo o quanto são interessantes e importantes para a manutenção da vida de várias espécies de plantas e animais na terra, inclusive a vida humana”, opina a bióloga e doutoranda Sonia Guimarães.
O pesquisador Wilson Frantini considera que, em tempos de pandemia do Covid-19, as abelhas fazem repensar a maneira da sociedade viver e encarar objetivos pessoais e sociais.
“Abelhas são reconhecidas por viver em sociedade, e são de fato muito boas nisso. Espécies sociais de abelhas mantém colônias com centenas de milhares de indivíduos trabalhando de forma extremamente organizada. O estilo de vida desses insetos se diversifica entre as mais de 20 mil espécies conhecidas. Vivendo em sociedade ou em ninhos com apenas uma fêmea cuidando de seus ovos; ninhos a base de resina, barro ou cera, em pequenos buracos na madeira, no solo, ou no tijolo do muro da sua casa, distribuídos em cinco dos seis continentes da terra”, conclui Frantini.