Proteção familiar
Para a professora, Maria Vitória dos Santos, de 55 anos, foi mais fácil conseguir iniciar o processo. Com uma máquina de costura em casa e já tendo habilidade para recortar e arrematar o tecido, diante da possibilidade, ela revolveu tentar produzir algumas peças para a utilização caseira por todos os membros da família, em caso de necessidade. “A medida que não conseguia mais encontrar os pacotes com máscaras descartáveis para vender nas drogarias, comecei a pensar em como poderia proteger minha família em uma situação de emergência. Sabendo costurar já fica mais fácil, o que demora um certo tempo é o corte, já que é preciso ajustar o tamanho da máscara. Depois do molde feito, o processo é mais rápido. Basta ter tecidos e linhas à mão. Uma vez feita, é só lavar e reutilizar sempre que for necessário”, explica.
As máscaras caseiras também estão sendo feitas para doação. Pacientes do setor de nefrologia em tratamento de hemodiálise do Hospital Dr. Beda receberam kits com produtos de higiene, como álcool gel, e máscaras. A Associação Amigos do Rim, pensando no paciente renal e na sua baixa imunidade decidiu distribuir os itens para a proteção ao vírus, segundo a presidente Greice Vasconcelos. “Diante desse momento atípico, veio essa vontade em meu coração. Graças a Deus tenho muitos amigos. Dei a ideia a uma amiga de confeccionar as máscaras caseiras para doarmos aos pacientes e assim tem sido feito”, conta.
Greice ainda explica que já foram doados 130 kits. Outros cinquenta já estão prontos para a distribuição, mas a meta da associação é fazer no mínimo 400. “Fazemos a distribuição nas duas clínicas de hemodiálise da cidade. Meu sentimento é de solidariedade. De amenizar as dores. O tratamento do renal já é doloroso e o sentimento de nos colocarmos no lugar do outro nos faz crescer a cada dia. Se alguém desejar nos ajudar com doação de material é só acessar as nossas redes sociais @amigosdorim”, frisa.
União e engajamento
A colunista do Jornal Terceira Via, Amanda Coutinho, junto com os seus colegas do curso de moda da Universidade Candido Mendes (Ucam) em Campos, também tiveram a iniciativa de começar a produzir máscaras de proteção para quem precisa. “A ideia partiu da nossa coordenadora, a Morena Mendes, que passou a orientação em nosso grupo e nós alunos decidimos aceitar o desafio e produzir máscaras para quem realmente não tem condição de adquirir. Então, entramos em contato com o nosso professor, Wyster Marins, que tem um ateliê para que a gente tivesse onde produzir o material”, comenta.
A influencer também pediu ajuda nas redes sociais para conseguir mais tecidos e assim continuar a produção. Segundo ela, inicialmente, as peças foram feitas a partir de uma doação feita por uma loja do ramo. “Agora, precisamos de mais tecido, pois seguimos a recomendação da Organização Mundial de Saúde que pede que as máscaras sejam forradas, ou seja, gastamos mais tecido do que a gente achou que gastaria. Quem se interessar em doar para o projeto, basta entrar em contato pelos números (22) 99743-4243 ou (22) 99945-3344 e fazer a doação”, declarou.
Saiba como fazer uma máscara
Para ser eficiente como uma barreira física, a máscara caseira precisa seguir algumas especificações, que são simples.
– É preciso que a máscara tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja dupla face;
– As máscaras caseiras podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente.
– Se a sua família é grande, saiba que cada um tem que ter a sua máscara;
– Esta deve ser usada por cerca de duas horas. Depois desse tempo, é preciso trocar.
– Amarração deve ser feita acima das orelhas e abaixo da nuca. Desse jeito, o pano estará sempre protegendo a boca e o nariz e não restarão espaços no rosto;
– Use a máscara sempre que precisar sair de casa; Ao retornar, lave as peças usadas com água sanitária. Deixe de molho por cerca de dez minutos e depois da secagem, a máscara poderá ser usada novamente.