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Secretário Estadual de Saúde estuda multar quem descumprir medidas restritivas

Países como Estados Unidos e Argentina adotaram a medida para conter o avanço do coronavírus

Estado do RJ
Por Redação
9 de abril de 2020 - 8h21

Secretário estadual de Saúde, Edmar Santos

O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, disse nesta quarta-feira (8) que uma das medidas estudadas pelo governo é a aplicação de multas para quem descumprir a recomendação de ficar em casa durante a pandemia do coronavírus.

“Em relação à Região Metropolitana e à capital, estou muito preocupado. O governo está hoje debruçado nas medidas que são cabíveis do ponto de vista legal. A Alerj está estudando também a possibilidade de algum dispositivo que venha a dar suporte”, disse o secretário em entrevista ao RJ1, da Rede Globo.

Segundo ele, as multas foram já adotadas em vários países do mundo.

“Isso já foi aplicado em vários países do mundo inteiro, na Europa, Estados Unidos e Argentina. Essa seria uma possibilidade a ser discutida. Nenhuma delas foi discutida qual vai ser. Mas tá claro pra gente hoje que se a gente não empurrar as pessoas para dentro da casa teremos sim um desbalanço entre necessidade de hospitais e disponibilidade de leitos em um período mais à frente”, frisou.

O estado do Rio de Janeiro chegou a 92 mortes causas pelo novo coronavírus, 3 a mais do que o número divulgado na terça-feira (7) pela Secretaria Estadual de Saúde. As 3 mortes aconteceram em Duque de Caxias, segundo informou a prefeitura do município.

O estado tem também 1688 casos confirmados e outros 78 óbitos sob investigação. Ao todo, 48 cidades já confirmaram casos de coronavírus.

Flexibilização

Sobre a flexibilização de circulação em cidades onde não há casos confirmados de Covid-19, o secretário afirmou que o protocolo é o mesmo que foi adotado no início da pandemia.

“Não está tendo afrouxamento em área que está tendo caso. O mesmo protocolo que foi adotado no início está sendo adotado em outras regiões do estado. Ao longo do caminho vai acontecer isso. Os municípios vão ter casos positivos e vão ter que voltar para o processo ampliado. Isso está previsto na medida”, disse.

E enfatizou: “O risco agora é não ter coragem de tomar medidas mais duras para a capital e a Região Metropolitana. Acho que isso é que faz a coerência, inclusive, entre as duas ações”.

Subnotificação

Segundo Edmar, é possível que haja subnotificação em municípios que ainda não confirmaram casos da Covid-19.

“Isso aconteceu no mundo inteiro. A gente está testando todo mundo que interna. (…) Instituindo a medida ampliada, ainda é o momento correto e antecipado para fazer como a gente adotou no estado. Então, não tem contradição da técnica e por isso que a gente fez isso nesse momento com tranquilidade”.

Profissionais de saúde

Em relação ao crescente número de profissionais de saúde contaminados, que estão na linha de frente da pandemia, Edmar Santos explicou que a capacitação é uma preocupação.

“Na nossa rede estadual, a gente tem hoje 2,2% de profissionais afastados. (…) A gente está muito preocupado com a questão do treinamento dos profissionais e a possibilidade de eles terem acesso aos EPIs [Equipamentos de Proteção Individual]”, falou.

Segundo ele, o estado está abastecido e vem dando suporte ao município, que estaria com dificuldades.

“É preciso que a gente tenha uma estratégia ao longo do caminho. Parte dela é que o polo têxtil de Petrópolis já mudou para começar a fazer tramitação de máscara e capote e será muito importante ao longo do caminho já que a gente tem dificuldades de compra no mercado internacional. O próprio Ministério da Saúde tem tido dificuldade em abastecer os estados”.

Sobre a qualidade do material, o secretário afirmou que a compra tem sido feita seguindo as orientações dos órgãos de certificação.

Fonte: G1