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Economia após a pandemia

Prefeitáveis falam sobre como incentivar a recuperação após combate ao novo coronavírus

Política
Por Marcos Curvello
30 de março de 2020 - 6h00

O Jornal Terceira Via publica, neste domingo (29), a terceira matéria da série de reportagens com pré-candidatos a prefeito de Campos. O tema da semana é Economia, assunto que obriga um debate que tenha em perspectiva a recuperação do município após a pandemia de cronavírus. E as consequências de médio e longo prazo do combate ao covid-19 sobre a cadeia produtiva local, o agronegócio e o comércio e as formas de contorná-las pautam as falas.

Mais uma vez, oito pré-candidatos responderam ao pedido de posicionamento feito pelo Jornal Terceira Via: Alexandre Tadeu (REP), Caio Vianna (PDT), Cláudio Rangel (PMN), Gil Vianna (PSL), Lesley Beethoven (PSDB), Marcelo Mérida (PSC), Rafael Diniz (CDN) e Roberto Henriques (PCdoB). O contato foi feito por meio de telefone, e-mail, aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais.

Além de pré-candidatos declarados, a equipe de reportagem procurou, também, nomes considerados presença provável nas eleições municipais de outubro. Citados com frequência nas listas de pretendentes ao Executivo municipal em 2020, o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) participação na corrida pela Prefeitura de Campos.

Já o PT ainda não havia apresentado uma pré-candidatura até o fechamento desta edição. Três nomes postulam a vaga: a presidente do diretório municipal da sigla, Odisséia Carvalho, o sindicalista Hélio Anomal e petroleiro José Maria Rangel. O Jornal Online Terceira Via encaminhou o pedido de participação a Odisséia, que afirmou que a legenda ainda não se reuniu em decorrência da quarentena contra o coronavírus e se posicionou em nome da legenda.

ALEXANDRE TADEU (REP)

As consequências do covid-19 em Campos e no restante do Brasil são inimagináveis. O país se recuperava lentamente de um longo período de crise e, de repente, é abatido por uma pandemia com efeitos físicos e econômicos. Mesmo se nossa economia estivesse equilibrada, os impactos ainda seriam desastrosos. Há tempos nossa cidade necessita de uma economia liberal, que abra portas para novas empresas, garantindo emprego e renda, e que, ao mesmo tempo, valorize, preserve e fortaleça o comércio local. A isenção de impostos em troca de investimento em capacitação e qualificação profissional garantiria ao campista oportunidade no mercado de trabalho. A mão de obra local tem que ser priorizada. Campos precisa caminhar com as próprias receitas, sem dependência dos royalties. É possível. Basta trocar o atual modelo de administração política por uma gestão econômica liberal.

CAIO VIANNA (PDT)

O orçamento público, ainda que esteja em queda, é um importante componente no fluxo de renda. Só que o dinheiro tem que ser otimizado dentro do nosso município e precisamos criar mecanismos para isso. Defendemos formatos de licitações públicas e obras que priorizem ou estimulem as empresas locais. Nos últimos anos, empresas como a Odebrecht foram contempladas com contratos bilionários e deu no que todo mundo já sabe. Levou o dinheiro, corrompeu autoridades e deixou obras inacabadas. Não comprou um tijolo nas cerâmicas locais. Trazia tudo de fora. Queremos uma cadeia produtiva. Empresas que produzam aqui e forneçam para empregadores locais. É desta forma que se cria um círculo virtuoso na economia, como a cidade vivenciou no governo Arnaldo Vianna. Pergunte à população qual foi o governo que mais fomentou a economia em nossa cidade, fazendo o dinheiro circular.

CLÁUDIO RANGEL (PMN)

A economia de um município deve ser tratada com muita responsabilidade pelo gestor público municipal. É preciso montar uma equipe de profissionais que saibam lidar com o atual momento econômico do município. Campos não pode depender somente dos royalties do petróleo. Temos um solo e um subsolo muito produtivos, que podemos explorar de várias maneiras, inclusive na agricultura. Os produtores rurais do nosso município devem ser valorizados e preciso fazer com que os produtos da nossa terra sejam colocados nas nossas escolas e nos nossos hospitais. Sabemos que estamos em um momento difícil para a economia não só no município de Campos, mas de todo o mundo, em decorrência do coronavírus. Após este momento difícil e conturbado, temos que manter os pés no chão e trabalhar. Porque é com trabalho que se vence todos os momentos difíceis.

GIL VIANNA (PSL)

Campos tem se tornado menos atrativa para grandes empresários, que deixam de instalar empreendimentos na cidade. Com isso, a população sofre ainda mais com a baixa no mercado de trabalho. Recentemente, sinalizamos uma retomada econômica, com redes novas do ramo alimentício, outras reformulações, além da ampliação dos voos no Aeroporto Bartolomeu Lisandro. Mas, são possibilidades que levariam tempo para apresentar resultados. Agora, nos deparamos com um momento difícil. A questão humana é, sem dúvida, a mais importante e a saúde é prioridade. Na Alerj, temos trabalhado em união para que famílias sejam respaldadas economicamente e municípios recebam ajuda para o combate ao coronavírus. Mas, ainda é cedo para falar sobre medidas de recuperação após a pandemia. O momento é de reflexão e sabedoria para vencermos essa situação.

LESLEY BEETHOVEN (PSDB)

A preocupação deve ser também com a sobrevivência das famílias! As ações precisam ser inteligentes. Fechar o comércio, trancar o povo em casa, sitiar a cidade, resolve? Crianças, adultos e idosos precisam sobreviver no dia a dia. Há municípios convertendo merenda escolar em cestas básicas para distribuir aos alunos, mas há aqueles que estão restringindo a passagem de caminhões! O setor produtivo é um encadeamento complexo e com extremo cuidado precisamos manter as fábricas e serviços funcionando para repor os produtos vendidos a população. Do contrário, haverá desabastecimento e uma tremenda inflação. As medidas não podem ser ditadas por uma única cabeça ou grupo pequeno, resultando em decretos frios. Defendo soluções conjuntas entre Prefeitura e entidades como FIRJAN, CDL, ACIC e quem mais possa construir soluções. As “vidas” precisam “sobreviver”!

MARCELO MÉRIDA (PSC)

Sou lojista, da iniciativa privada, e acredito no diálogo. A crise do covid-19 mudou a relação entre governos e a sociedade. Defendo um novo pacto federativo, de verdade, com menos Brasília e mais Brasil. O PSC luta pela construção de pontes. Estamos fazendo isso com o Estado: como presidente da Federação Estadual das CDLs, apresentei ofícios ao Governo do Rio e à Associação Brasileira de Shoppings, pedindo medidas para proteger o emprego e atividade econômica. Vamos trabalhar para apoiar as vocações de Campos, o agronegócio, o varejo e serviços. A indústria vai renascer, através da Zona de Atração de Empreendimentos, para aproveitar a influência sobre o Porto do Açu. E apoiar os micro e empreendedores individuais, oferecendo qualificação, buscando linhas de crédito e inserindo eles na rede negócios do Programa Público de Compras Locais, o Pro Local.

(PT)

Muito antes do coronavírus, o cidadão campista já vinha sofrendo com o fim de muitos postos de trabalho. A falta de estímulos aos setores produtivos, a perda de arrecadação dos royalties do petróleo e a má gestão de Diniz empurraram o trabalhador para o mercado informal, onde não tem seguridade e. Uma gestão responsável se preocupa primeiramente com o povo campista, e é por isso que o PT defende a implantação do orçamento participativo, onde é possível traçar estratégias com a sociedade para vencer mazelas, como a desigualdade e o manejo equivocado das verbas. Fomentar e gerar empregos através de parcerias público-privadas é também um compromisso do PT, pois sabemos que, por falta de gestão, a cidade está sofrendo um esvaziamento de postos de trabalho.

RAFAEL DINIZ (CDN)

Nossa prioridade, agora, é cuidar da saúde da população e salvar vidas. Após esta pandemia, precisamos voltar nossas atenções ainda mais para setores vitais da economia, como a agricultura, capaz de gerar milhares de empregos e produzir alimentos. Ampliaremos nossa política de incentivo à diversificação agrícola e aos pequenos produtores, além de consolidar o Polo Agroalimentar do Norte Fluminense. Também vamos ampliar o Fundecam – em especial o microcrédito, que no nosso governo já ajudou a manter e gerar mais de mil empregos. Lançaremos novos editais para o Viva a Ciência, o Viva a Ciência na Empresa e o Programa Municipal de Apoio a Startups, que vêm dando excelentes resultados. Outra meta será a implantação de quatro Zonas Especiais de Negócios (ZEN), projeto que já está em andamento.

ROBERTO HENRIQUES (PCdoB)

Os abalos nos mercados globais e a paralisação da economia mundo afora e no Brasil, em consequência da pandemia do covid-19, atingem também nosso município, que convive com perdas de receita desde 2015. Ainda não temos como medir os prejuízos pós-pandemia. Mas, sabemos que será preciso esforços conjuntos do Governo Federal e Estadual na macro-economia e que atuemos unidos na economia do município e da região para que tenhamos força de atração junto às iniciativas do presidente da República e do governador. Será inadiável Campos voltar a preparar projetos de captação de recursos financeiros, como fiz, no início dos anos 90, como Presidente da Fundação da Infância, junto à LBA, CBIA, Correios, BB e OIT. Esses recursos foram importantes para manutenção do Programa Municipal de Creches, de repasses a entidades filantrópicas e de programas para jovens e adolescentes.