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Brasileira que estava de férias na Itália critica despreparo e falta de orientação para quem volta ao Rio

'Não passamos por nenhum ponto de controle da vigilância sanitária', declarou.

Estado do RJ
Por ASCOM
22 de março de 2020 - 9h51

Alguns brasileiros que viajaram ao exterior têm encontrado problema para retornar ao país. Muitos ainda criticam a falta de orientação e controle para o retorno de pessoas que estavam de férias ou a trabalho em áreas muito afetadas pelo coronavírus.

Um dos casos foi o da brasileira Priscila Keller, que passou vários dias em Roma, na Itália, sem conseguir sair da cidade. E quando finalmente conseguiu retornar ao Brasil, por conta própria, diz que não observou qualquer cuidado no desembarque internacional do aeroporto do Rio Janeiro com o controle de casos suspeitos do novo coronavírus.

Priscila também enfatizou que muitos locais do aeroporto italiano disponibilizava álcool em gel para os passageiros, que receberam máscaras, de uso obrigatório, para embarcar no avião. Já na chegada ao Brasil, a falta de prevenção, segundo ela, preocupa.

“Ao chegarmos em um voo da Itália no aeroporto do Galeão não passamos por nenhum ponto de controle da vigilância sanitária. Nem ao menos aferiram com um termômetro, um simples termômetro, a temperatura corporal dos passageiros para saber o estado de saúde. Nenhum assistente social se preocupou em pedir nossos contatos, nenhum monitoramento das pessoas, por onde elas passaram; Eu, por exemplo, visitei Milão, Bolonha, não recebi nenhum folder ou esclarecimento sobre quarentena nos foi dado”, afirmou a brasileira.

Até a manhã deste domingo (22), o Rio de Janeiro tinha 119 casos confirmados do novo coronavírus e três registros de mortes por causa da doença. Ao menos 13 mil pessoas morreram por complicações da Covid-19 em todo o mundo; mais de 307 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus.

Priscila também ressaltou que o freeshop, que é passagem obrigatória para quem chega de viagem pelo aeroporto do Galeão, estava aberto e muitos vendedores abordaram os passageiros.

“Percebi um total despreparo e descaso das autoridades públicas brasileiras com a questão do coronavírus. Isso me preocupa muito, porque a Itália que está respeitando as normas da organização Mundial de Saúde, com tanto rigor, ainda tem centena de mortos todos os dias, eu me pergunto o que será do Brasil”, questionou.

A brasileira passou uma temporada na Itália em um apartamento alugado em Roma e também criticou a falta de apoio do consulado e da embaixada brasileira. Segundo ela, o retorno ao Brasil aconteceu depois que ela, por conta própria, conseguiu uma passagem em uma companhia aérea italiana que estava organizando voos para repatriar brasileiros.

“Não recebemos nenhum apoio, nenhuma orientação do consulado brasileiro, nem da embaixada brasileira. Passei por três controles policiais que se certificaram que eu era brasileira, que minha residência era no Rio de Janeiro, para eu poder sair do país. E em todo momento dentro do aeroporto da Itália éramos informados para manter uma distância de segurança sanitária de um metro dos outros, que isso é muito importante”, destacou a brasileira.

Sobre o controle no aeroporto internacional Tom Jobim, a Anvisa esclareceu que todos os casos suspeitos da Covid-19 a bordo de aeronaves ou navios são tratados conforme o regulamento sanitário internacional.

O Itamaraty informou que está trabalhando com total prioridade para viabilizar o retorno dos viajantes brasileiros que enfrentam dificuldades em países estrangeiros.

Fonte: G1