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Pré-candidatos falam sobre Saúde

Jornal Terceira Via inicia neste domingo série de reportagens com prefeitáveis de Campos

Geral
Por Marcos Curvello
15 de março de 2020 - 6h00

Campos dos Goytacazes na mira de candidatos nas eleições municipais

O Jornal Terceira Via dá início a uma série de reportagens com pré-candidatos à Prefeitura de Campos. As reportagens serão publicadas semanalmente e vão reunir os posicionamentos de cada um deles sobre seis temas, começando por Saúde, neste domingo (15), e continuando, nos próximos, com Educação, Economia, Infraestrutura, Transporte Público e Programas Sociais, respectivamente.

Tanto pré-candidatos declarados quanto nomes considerados presença provável nas eleições municipais de outubro foram procurados pela equipe de reportagem. O contato foi feito por meio de telefone, e-mail, aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais. Foi pedido que eles se posicionassem, em textos de no máximo 10 linhas, sobre cada um dos temas. Oito responderam: Alexandre Tadeu (REP), Caio Vianna (PDT), Cláudio Rangel (PMN), Gil Vianna (PSL), Lesley Beethoven (PSDB), Marcelo Mérida (PSC), Rafael Diniz (CDN) e Roberto Henriques (PPL).

Citado com frequência nas listas de pré-candidatos ao Executivo municipal em 2020, Wladimir Garotinho (PSD) foi procurado pela reportagem, mas não retornou às tentativas de contato até o fechamento desta edição. O deputado federal é tido como potencial representante do grupo político comandado por seu pai, o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), na corrida pela Prefeitura de Campos.

Outro que também é lembrado na maior parte das listas de prefeitáveis de Campos é o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD). Ele, porém, negou ao Jornal Terceira Via pré-candidatura à Prefeitura de Campos. A desistência teria acontecido em razão da boa avaliação que faz de seu desempenho na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e das incertezas que cercam um pleito e o futuro econômico do município.

Desde então, ele vinha atuando como principal articulador da pré-candidatura de Caio Vianna (PDT), de quem acabou se afastando recentemente. Atualmente, ele trabalha para dar corpo a uma pré-candidatura do ex-juiz campista Pedro Henrique Alves pelo Solidariedade.

Por fim, o PT não havia apresentado uma pré-candidatura até o fechamento desta edição. Três nomes postulam a pré-candidatura: a presidente do diretório municipal da sigla, Odisséia Carvalho, o sindicalista Hélio Anomal e petroleiro José Maria Rangel. O Jornal Online Terceira Via encaminhou o pedido de participação a Odisséia, que se posicionou em nome da legenda.

Alexandre Tadeu (REP)

Vejo a saúde pública como um dos mais complexos problemas da cidade. É difícil falar em solução sem antes- resgatar o respeito e a dignidade dos servidores. São eles a essência para o bom funcionamento do serviço. É preciso antes de tudo garantir salários compatíveis e condições de trabalho à categoria. A relação com os hospitais contratualizados tem que ser de cooperação e respeito. Não é possível uma saúde pública funcionando decentemente em Campos sem o apoio da Santa Casa, Álvaro Alvim, Plantadores de Cana e Beneficência Portuguesa.

 

 

Caio Vianna (PDT)

Será uma das áreas mais delicadas a ser enfrentadas . A Saúde nos últimos anos consumiu um orçamento de R$ 798 milhões em 2018, R$ 740 milhões em 2019, mas os usuários continuaram com dificuldades de atendimento. Unidades Básicas de Saúde foram fechadas, médicos estão em greve, falta material de trabalho e medicamentos para os pacientes. Ainda temos hospitais contratualizados com repasses em atraso. Não existem soluções milagrosas, mas será inevitável reavaliar esse sistema. A situação do município é muito grave e com componentes trágicos: retração na economia global e queda de arrecadação. A cidade precisará estabelecer um grande pacto para enfrentar esta situação adversa, além de buscar uma ampla parceria parlamentar em todos os níveis, principalmente na Câmara Federal.

Cláudio Rangel (PMN)

É necessário ampliar o atendimento na atenção básica. Temos que colocar todos os postos de saúde para funcionar, se possível 24 horas, com clínico geral e as outras especialidades só durante o dia. É preciso ter mais postos e mais médicos no Programa Saúde da Família. Não pode faltar, em hipótese alguma, remédios nos postos de saúde. É preciso reformar todos os postos que existem no município e abrir outros nas localidades onde ainda não tem. É mais que necessário ter essa ampliação! Já na área de média e alta complexidade, primeiro temos que fazer uma reforma estrutural nos hospitais e nos postos avançados. Depois, temos que suprir as necessidades essenciais, que são os medicamentos e os materiais necessários para curativos e procedimentos cirúrgicos. Temos que colocar tudo o que já tem na área da saúde de Campos para funcionar e ampliar o que tem que ser ampliado.

 

Gil Vianna (PSL)

A Saúde deve ser prioridade dentro da gestão política. Não há administração se não houver articulação e uma busca contínua por parceria. O município de Campos necessita trabalhar junto aos Governos do Estado e Federal, como forma de trazer investimentos e alcançar resultados positivos para a nossa população. Como parlamentar, tenho buscado recursos para que isso seja uma realidade em nossa cidade. Campos carece de reformulação no sistema de saúde pública, priorizando as unidades hospitalares, incluindo as redes contratualizadas, seus profissionais e os insumos necessários para oferecer atendimento digno e humano. O Hospital Ferreira Machado, referência regional em emergência vermelha, que possui risco de morte, é o grande exemplo para que a Saúde de Campos seja revista de forma urgente. Com gestão e planejamento, é possível transformar esse momento crítico do nosso município.

Lesley Beethoven (PSDB)

Saúde será a nossa maior prioridade! O PSDB, sendo vitorioso nas eleições, adotará as seguintes ações: solicitaremos ao Governo Federal dois hospitais de campanha para aumentarmos a capacidade de atendimento, desafogando o atendimento do Hospital Ferreira Machado e do HGG; faremos o “Mutirão da Saúde”, com a ida de médicos e equipe de apoio a todos os distritos de Campos, para acabarmos com a espera por consultas e exames simples; será feito o acerto de contas com os hospitais contratualizados; implementaremos o “Corujão da Saúde”, programa aplicado pelo Estado e pela Prefeitura de São Paulo (ambos Governados pelo PSDB) com extremo sucesso, utilizando a rede particular para consultas e exames; traremos para Campos o SAMU, para resolvermos de uma vez por todas os problemas de atendimento às pessoas que necessitam de ambulância e atendimento emergencial.

Marcelo Mérida (PSC)

A Prefeitura gasta por ano cerca de R$ 700 milhões em Saúde. E não há retorno para quem mais precisa: há falta de remédios nos postos, filas para marcar consultas e meses de espera para conseguir ser atendido ou fazer exames. HFM e HGG estão lotados, com pessoas em macas nos corredores, e não há condições de trabalho para os profissionais. Hospitais filantrópicos reclamam constantemente do atraso da Prefeitura. É necessário tratar o público com responsabilidade, gestão e união para mudar esse quadro. O caminho é gerenciar melhor recursos humanos, financeiros e materiais. Informatizar sistemas, qualificar profissionais e otimizar serviços. É preciso conhecer o paciente e seu histórico. Construir diálogo com União e Estado, buscar parcerias, como a que temos proposto ao Governo do Estado, para apoiar o HGG e os hospitais filantrópicos. E vamos chamar a sociedade para participar deste desafio.

Rafael Diniz (CDN)

Termos ainda mais responsabilidade com os recursos para atender melhor a população dentro da nova realidade financeira do município. Continuaremos avançando no sistema de regulação, com a regulamentação, fiscalização, controle e avaliação de todo o trabalho realizado na rede municipal. Graças ao trabalho que iniciamos, em 2018 Campos foi reconhecido pelo Conasems como o melhor município do Brasil em Regulação do SUS. Criamos o Marca Fácil, sistema que facilitou a marcação de consultas e que será aprimorado, para acabarmos de vez com as filas. O programa Saúde Distrital, implantado na região norte, chegará a todo o município. O programa de reforma e modernização das UBSs e UPHs será ampliado, ajudando a desafogar o HFM e o HGG. Vamos manter e expandir o incentivo ao esporte e à atividade física, inclusive para os idosos e pessoas com deficiência.

 

Roberto Henriques (PCdoB)

Com o aumento dos royalties, a partir de 1998, Arnaldo Vianna implantou um modelo gastador, seguido por Mocaiber, Rosinha e Rafael Diniz, que renunciaram aos bons princípios de gestão e também à captação de recursos possíveis, como o aumento do valor per capita pago pelo SUS. É preciso um inventário profundo, que apresente o custo/benefício do dinheiro aplicado. Campos gastou, ano passado, cerca de R$ 750 milhões e ofereceu Saúde de péssima qualidade. Como postulante a prefeito, não posso dar respostas simplistas a problemas complexos, nem só criticar. Por isso, me coloco à disposição dos servidores, do Conselho Municipal, da rede contratualizada e dos usuários. Me comprometo ser o que fui para a Saúde quando estive prefeito, em 2008: presidente de um colegiado solidário, que valoriza as ações coletivas como saída para a construção de uma política de Saúde eficaz.

Wladimir Garotinho (PSD)

Eu nunca anunciei que sou pre candidato, quem diz isso é a imprensa. Estamos trabalhando em um projeto coletivo, debatendo alternativas para a cidade. No momento oportuno, o plano de trabalho produzido será apresentado.

PT

Um dos muitos sistemas deficitários no governo Diniz, a saúde merece ser priorizada de maneira urgente pela prefeitura de Campos. O reflexo claro da falta de preocupação com o povo campista por parte de Diniz é o descaso com os trabalhadores dos hospitais. Durante seu governo, atrasos de salários e falta de insumos básicos de trabalho tem feito com que os hospitais estejam operando com muitas dificuldades e expondo ao risco médicos, pacientes, enfermeiros e terceirizados. O PT defende o investimento no funcionamento e abertura de mais Unidades Básicas de Saúde no interior da cidade, junto da estruturação do PSF (Programa de Saúde da Família), que, na figura do Médico da Família, tem potencial de prevenir doenças e garantir acompanhamento médico.