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Sindipetro-NF vende botijão de gás pela metade do preço na Praça do IPS

Ação teve objetivo de mostrar que é possível pagar preços menores pelos gás de cozinha e pelos combustíveis no Brasil

Campos
Por ASCOM
20 de fevereiro de 2020 - 11h45

Ação em Campos aconteceu na manhã desta quinta (Foto: Divulgação)

Em greve desde 1º de fevereiro, os petroleiros realizaram, na manhã desta quinta-feira (20), uma ação de venda de 250 botijões de gás a preço subsidiado, na Praça do IPS, em Campos dos Goytacazes. A unidade foi vendida a R$ 40,00. Cada pessoa só poderá comprar um botijão, por ordem de chegada ao local da venda.

Assim como fez com a ação da Gasolina, realizada na manhã dessa quarta-feira (19), em Macaé, o objetivo é mostrar que é possível pagar preços menores pelos gás de cozinha e pelos combustíveis no Brasil, se o governo e a Petrobras mudarem a forma de cálculo do valor de venda, atualmente preso ao mercado internacional.

A dona de casa Joelma da Silva Machado, 60 anos, chegou às 4h30 à Praça do IPS para ação marcada para às 9h, e garantiu o primeiro lugar na fila. Ela mora com quatro filhos, entre 24 e 29 anos, três deles ex-empregados de empresas do setor petróleo que prestam serviço à Petrobrás na Bacia de Campos. Todos têm formação técnica, mas apenas um está em um emprego formal, no Porto do Açu, em São João da Barra. Outro, que embarcou na Bacia de Campos até 2017, ganha agora a vida dirigindo para a empresa Uber. Os outros dois tentam colocações no mercado.

O valor do gás, que tem variado em Campos entre R$ 70,00 e R$ 80,00, faz muita diferença em seu orçamento muito apertado. Um botijão em sua casa, segundo Joelma, dura pouco mais de um mês. Na ação do Sindipetro-NF o produto está sendo vendido a R$ 40,00, com limitação de uma unidade por pessoa, até 250 botijões. Às 9h, já havia uma fila com 150 pessoas aguardando o início da venda subsidiada, quase sempre com histórias muito semelhantes, de emprego há até um tempo recente e de desemprego atual.

Essa realidade foi destacada pelo diretor do Sindipetro-NF, Sérgio Borges, durante uma fala aos moradores participantes da ação. Ele lembrou que esse desemprego é fruto de uma opção política que retira da Petrobrás o papel de indutora do desenvolvimento nacional, e que essa é uma razões que levam os petroleiros a estarem mobilizados.

O sindicalista também procurou ser didático para explicar a ação do gás, que é uma forma de conscientizar a população sobre o erro da política do governo para o preço dos combustíveis. “A gente ganha o nosso salário em Real, a gente consome os nossos produtos em Real, a gente está aqui numa feirinha, algumas pessoas já devem ter comprado aqui com os vendedores alguns legumes, verduras, tudo em Real. Por que a gente vai pagar um preço de botijão de gás em Dólar? Que maluquice é essa?”, questionou.

Borges explicou ainda o modo como o preço do gás, o desemprego, a queda dos royalties do petróleo, têm relação com opções equivocadas para a economia do País e para o setor petróleo. Ele lembrou que a Petrobrás está reduzindo os seus investimentos, vendendo ativos, diminuindo a produção nas refinarias, e que isso gera impactos no dia a dia das pessoas, chamando a comunidade a estar atenta a estes temas.