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Guerra do sacolé liga o alerta de educadores em Campos

Apesar de reclamações e, até mesmo medo, PM afirma que não há crime na prática da atividade

Campos
Por Redação
17 de fevereiro de 2020 - 11h04

Foto: JTV

Uma brincadeira que ganhou as ruas em várias cidades chegou também em Campos: a guerra do sacolé. A atividade, marcada pela internet e praticada geralmente por jovens em locais próximos de escolas, tem ligado o alerta de muitas pessoas. Em Campos, vídeos circulam nas redes sociais com imagens da ação. Em um dos vídeos, um grupo informa que usa corante e água dentro dos saquinhos de sacolés e que quer apenas se divertir. Porém, há quem diga que algumas pessoas usam lama, urina e até mesmo fezes e esgoto para atacar os rivais.

Na última semana, dezenas de jovens se reuniram próximo ao Colégio Estadual Constantino Fernandes, no bairro do Jóquei Clube. Com os rostos cobertos por blusas para não ser identificados, os integrantes do grupo gritavam pela rua para que ninguém se aproximasse. Receosos, alguns comerciantes da área chegaram a baixar as portas dos comércios.

“Eu trabalho aqui há anos e nunca vi essas pessoas, não são estudantes daqui. Ficamos todos muito assustados e não estávamos entendendo o que de fato ia acontecer, até que eles foram para o campo de futebol aqui perto e começaram a se atacar em dois grupos”, contou uma testemunha que não quis se identificar.

Para Odisseia Pinto de Carvalho, coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a brincadeira, considerada de mau gosto, é apavorante. “Já estamos recebendo denúncias sobre essa brincadeira de mau gosto do sacolé. Nosso trabalho é fazer orientação dentro das unidades escolares e também aos pais dos alunos. É inadmissível que uma atitude como essa esteja acontecendo no nosso município. É apavorante. Infelizmente as redes sociais acabam espalhando essas ações e facilita para que as pessoas ajam de forma errada”, lamentou.

Ainda de acordo com a coordenadora do Sepe, é necessária uma intervenção dos órgãos de segurança para conter estes casos que estão ocorrendo na cidade.

“É uma situação em que a pessoa fica totalmente vulnerável. Estão jogando urina e fezes nas pessoas e não respeitam nem o policiamento. A gente precisa dos órgãos responsáveis para inibir esse tipo de ação. É algo negativo. Quando os alunos não são nossos, temos que pedir apoio da Ronda Escolar da Polícia Militar. É uma situação séria que a gente precisa conter”, comentou Odisseia.

O que diz a PM – Apesar disso, para o comandante do 8º Batalhão de Campos, o tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro Barbosa, embora a ação seja considerada algo de mau gosto, não há crime na atividade.

“Nós temos sido chamados e orientamos para que os jovens tenham cuidado, porque na brincadeira podem ir para a rua e ter algum tipo de problema. Orientamos que os pais conversem com as crianças. Só há crime se alguém sair lesionado, se algum veículo for danificado. Tirando isso, é uma brincadeira. De mau gosto, mas é uma brincadeira. Torcemos para que isso acabe rápido para que tudo possa voltar ao normal e estamos com o 190 à disposição da população”, informou.

O tenente-coronel Luiz Henrique divulgou um vídeo para a reportagem em que um jovem explica que a brincadeira é feita com água e corante, e que o intuito é apenas brincar. Já um outro vídeo mostra um segundo grupo participando da guerra no bairro Jóquei. Confira abaixo: