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Confusão entre militantes de esquerda e apoiadores de Bolsonaro marca palestra do petista José Dirceu em Campos

Apoiadores de Bolsonaro estiveram no local e houve um princípio de tumulto com direito a empurra-empurra e troca de ofensas

Política
Por Redação
6 de fevereiro de 2020 - 10h24

Uma confusão tomou conta do auditório do Sindicato de Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), na noite desta quarta-feira (5), durante uma palestra do ex-ministro chefe da Casa Civil e petista José Dirceu, em Campos. Apoiadores de Bolsonaro estiveram no local e um princípio de tumulto se instaurou no local com direito a empurra-empurra e troca de ofensas.

Dirceu esteve em Campos para lançar seu livro, “Memórias de Zé Dirceu”. Além disso, o ex-político, que é condenado na operação Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro a 30 anos de prisão, participou de um debate com os sindicalistas do petróleo sobre a greve dos trabalhadores da Petrobrás, que completa seis dias nesta quinta-feira (6) em todo o país. Os petroleiros reivindicam a não privatização da estatal, além dos preços abusivos de combustíveis nos postos de gasolina de todo o Brasil.

De acordo com os organizadores da palestra, os militantes da direita entraram no local disfarçados trajando roupas e bonés de sindicatos como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Dirceu não se mostrou surpreso nem tampouco assustado com a situação. O petista relatou que já havia passado por situações parecidas pelo país, citando casos como os de Itabuna (BA) e Campinas (SP) em que o ex-ministro sofreu ataques com carros de som e tentativa de proibição de entrar em um determinado prédio por manifestantes contrários aos seus ideais.

O ex-ministro José Dirceu (Foto: Reprodução)

Carlos Victor de Carvalho, popularmente conhecido como CVC, que é um dos líderes da Associação Direita Campos-RJ, conversou com a equipe de reportagem do Jornal Terceira Via e relatou a intenção dele e de seu companheiro Wander Júnior de comparecerem a reunião.

“Eu e Wander, líderes da Direita Campos-RJ, estivemos presentes no evento público do Sindipetro para observar, questionar e demonstrar nossa insatisfação com a presença de José Dirceu, braço esquerdo de Lula, ex-presidiário e condenado a 24 anos de prisão. Fomos de forma pacífica, apenas com a intenção de debater e fazer alguns questionamentos. Quando chegamos lá, fomos recebidos por olhares atravessados por parte dos sindicalistas, que começaram a filmar com os seus celulares para tentar nos intimidar”, contou.

CVC também contou que teve seu boné roubado e que foi agredido com um soco além de terem jogado café quente em seu braço de forma intencional.”Eles vieram pra cima, nos xingando e chamando de fascistas. Até que um apoiador do movimento sindical roubou meu boné. Depois disso os seguranças do local pediram que a gente saísse para evitar uma confusão maior. Foi aí que no meio de todo o tumulto, um dos presentes me deu um soco na costela muito forte, agrediu Wander, além de jogarem café quente na gente e vários objetos”, relatou.

De acordo com o Carlos Victor, ele foi até o Hospital Ferreira Machado(HFM), onde fez um raio-x na costela por conta das fortes dores, mas não houve fratura. CVC foi medicado e já se encontra em casa.

O Jornal Terceira Via entrou em contato com o Sindipetro-NF e aguarda uma posição do órgão sobre o ocorrido nesta quarta.