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Aulas recomeçam nesta segunda com desafios na rede municipal

Expectativa é de que alterações na política educacional reflitam positivamente no Ideb

Educação
Por Redação
3 de fevereiro de 2020 - 13h23

Laboratórios foram reabertos (Foto: Divulgação)

Nesta segunda (3), cerca de 54 mil alunos e aproximadamente cinco mil professores da rede pública municipal de Campos dos Goytacazes voltaram às aulas nas 236 unidades escolares mantidas pela Prefeitura (155 escolas e 81 creches). Nos últimos três anos foram implantadas novas políticas educacionais pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Smece) — como o fim da aprovação automática dos estudantes e o aumento da carga horária — o que deve impactar de forma positiva no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município, já que na última avaliação, com resultado divulgado em 2018, o desempenho dos alunos da rede municipal foi mais baixo em relação à análise anterior.

Em 2017 a Smece pôs fim à aprovação automática dos alunos. Isso impede que estudantes concluam o Ensino Fundamental sem domínio das disciplinas básicas, como ocorria anteriormente. Na prática, agora os alunos só “passam de ano” se forem bem nas avaliações bimestrais. Segundo o secretário de Educação, Brand Arenari, a aprovação automática, além de prejudicar os estudantes, maquiava os números do Ideb, já que aprovação é uma das bases de cálculo usadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para determinar o desempenho de cada município.

Brand Arenari, secretário de Educação (Foto: Silvana Rust)

“Considero esta uma das mais importantes reformas que fizemos na Educação do município.  Rompemos com a política de aprovação automática para os anos finais do Ensino Fundamental já no nosso primeiro ano, por entendermos que era cruel com os nossos jovens. Estávamos formando uma legião de estudantes que chegavam ao final do ensino fundamental sem domínio mínimo da leitura, escrita e de operações básicas de matemática. Entretanto, nos anos iniciais, nos 1º e 2º anos, por fazermos parte do Bloco Alfabetizador do governo federal, não podíamos reprovar os alunos. Após muito debate com nossos pedagogos, decidimos que era hora de sairmos deste sistema, criarmos o nosso, dando mais autonomia ao professor. Não podemos mais ter crianças que terminam o primeiro segmento de ensino fundamental sem dominar as linguagens básicas necessárias para prosseguir na vida escolar”, destacou o secretário.

Ainda em relação às alterações na política educacional da rede municipal, desde o início do ano letivo de 2019, os estudantes do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) contam com mais aulas de Português e Matemática. O aumento na carga horária das duas disciplinas básicas foi de quatro para seis tempos semanais cada. De acordo com Brand, a medida tem o objetivo melhorar o nível dos estudantes, recuperando a defasagem existente e nivelando à carga horária praticada na rede particular.

“Este também foi um passo importante na redução da defasagem histórica dos nossos alunos. Com seis tempos semanais em Português e Matemática, nivelamos ao número de aulas praticado em boa parte das escolas da rede particular”, avaliou.

Aulas em tempo integral

A rede municipal ganhou em 2019 dois Centros Municipais de Educação Integral (Cemei). Os antigos Cieps do Parque Aurora e Francisco Portela, em Travessão, foram totalmente remodelados para abrigar as duas primeiras unidades do projeto, que consiste em oferecer Educação em tempo integral aos estudantes. Além do conteúdo regular curricular, o Cemei tem oficinas culturais, esportivas, de língua estrangeira, reforço escolar e estudos direcionados à formação profissionais.

Educação de Jovens e Adultos

Brand Arenari destacou que também houve investimento na Educação de Jovens e Adultos (EJA) Aumento do número de vagas saltou de 2 mil para 4 mil. Por meio de uma parceria com o Instituto federal Fluminense (IFF) estudantes da EJA tem acesso a cursos profissionalizantes na instituição e já concluem o ensino fundamental qualificados para o mercado de trabalho. A Secretaria de Educação firmou ainda um convênio com a Superintendência de Trabalho e Renda para que estes jovens tirem carteira de trabalho e sejam encaminhados às vagas de emprego.

(Foto: Divulgação)

Melhoria

De acordo com a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Smece), desde 2017 mais de 30 unidades escolares foram construídas ou reformadas. O órgão divulgou que mais de três mil atendimentos de manutenção em creches e escolas e cerca de 100 plantas arquitetônicas sendo feitas, a partir de medições das unidades. Houve a reabertura de 50 laboratórios de Informática e 10 de Ciências

“Além de problemas estruturais, praticamente nenhuma unidade escolar possuia planta arquitetônica, o que tornava impossível determinar com precisão a capacidade de alunos que cada uma comportava, por exemplo. A equipe de estagiários de arquitetura e engenharia do departamento de Infraestrutura já fez a medição de mais de 100 unidades escolares, parede por parede. Muitas plantas arquitetônicas foram concluídas, outras estão em andamento. Com isso, foi possível à secretaria ampliar o número de vagas”, disse a Smece em nota.