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Paradas e quase abandonadas

Prédio da UFF erguido próximo à Beira-Rio e que agora, na fase de tratamento final, beira ao descaso

Editorial
Por Aloysio Balbi
2 de fevereiro de 2020 - 7h00

Prédio da Universidade Federal Fluminense com obra parada (Foto: Carlos Grevi)

A reportagem especial desta edição mostra como obras necessárias em Campos estão maculadas pelo abandono, ao ponto de nem ficarem prontas e já se despontam como ruínas. O caso mais emblemático é o campus da Universidade Federal Fluminense – UFF- um imenso prédio erguido próximo a Beira-Rio e que agora, na fase de tratamento final, beira ao descaso.

Ambicionado pelo mundo acadêmico, o campus da UFF em Campos seria o maior depois do de Niterói onde a universidade federal foi fundada e que tem a sua sede. A obra já consumiu milhares de reais, e na fase de acabamento praticamente parece que já a consideram acabada no pior sentido da palavra.

Na ponta do lápis, já se gastou no campus mais do que se gastaria para concluí-lo. Será uma vergonha para a cidade se a obra continuar agonizando, perdendo consistência a cada ano que passa. Com a crise financeira do país, dificilmente elas serão retomadas em curto prazo.

Precisaria que Campos jogasse todo o seu peso político para obrigar o governo federal a resolver de vez essa questão. Mas parece que nos últimos anos o peso político de Campos foi lipoaspirado e a cidade parece não ter voz ativa em Brasília para cobrar o que conquistou.

Polo regional universitário, essa obra é necessária. Os estudantes da UFF fazem seus cursos em um lugar inadequado e a expansão vem na forma de contêineres que são adaptados para virarem sala de aula. O poeta Vinícius de Moraes fala de insensatez e pergunta “se foi para desfazer porque que fez?”. Na região existe histórico de obras como essas que tragaram dinheiro e se intoxicaram, nunca sendo inauguradas como o prédio da escola da Marinha em Atafona (SJB).

Todos esperam que a história não se repita, não só no caso do campus da UFF, mas como de diversas outras obras nas esferas municipais, estaduais e federais que foram iniciadas e estão paradas em Campos, como trata a reportagem.