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Risco de ruptura do dique principal em Três Vendas mobiliza autoridades federais, estaduais e municipais

Trânsito na BR-356 foi interrompido

Campos
Por Redação
29 de janeiro de 2020 - 13h32

Um helicóptero da Maria e outro da Polícia Civil abasteceram a localidade com água potável (Foto: Carlos Grevi)

Marinha do Brasil, defesas civis do Estado do Rio e de Campos dos Goytacazes, além de diversas secretarias municipais, concentram esforços, desde a madrugada desta quarta-feira (29), na localidade de Três Vendas, em Campos, por conta do risco iminente de ruptura total do dique principal que contém as águas do Rio Muriaé. O rio recebeu grande volume de água vinda das cidades do Noroeste Fluminense, que também enfrentam alagamento. Até o momento, 37 famílias de Três Vendas já foram removidas, mas as autoridades tentam evacuar a localidade. Apesar do risco, os moradores se recusam a deixar suas residências.

O dique da Boianga, considerado secundário, que também fica em Três Vendas, se rompeu no final da tarde de terça e acabou sobrecarregando o dique principal. Apesar das obras de reforço realizadas pela Prefeitura de Campos no dique principal, ele também cedeu parcialmente na terça e ameaça alagar a localidade, assim como há risco de ruptura de um trecho da BR-356 (Campos-Itaperuna), que teve o trânsito interrompido. Por mais que o nível do Muriaé esteja baixando, o volume da água ainda é grande.

O chefe de gabinete da Defesa Civil Municipal, major Leandro Paiva, explicou que a BR-356, no trecho de Três Vendas, é um grande dique, chamado de dique principal, que ajuda a conter as águas do Rio Muruaé em época de cheia.

“Esse dique principal se rompeu parcialmente e há risco de ruptura total dele. Se isso acontecer, em menos de quatro horas Três Vendas ficará alagada. Por isso concentramos esforços para reforçar a estrutura desse dique. Também estamos tentando convencer os moradores a deixarem suas casas, mas a maioria se recusa”, ressaltou major Leandro Paiva.

Enquanto as obras eram realizadas, houve um princípio de tumulto, já que moradores da localidade não concordaram com a forma adotada pela Prefeitura para conter o dique principal. “A Prefeitura demorou muito para começar essa obra. Sem falar que estavam colocando terra para reforçar a estrutura, e terra é facilmente levada pela força da água. O certo seria colocar pedra também”, disse o morador Manoel Carlos Casanova.

A Guarda Civil Municipal está no local orientando os motoristas para que não sigam viagem pela BR-356, já que a estrada corre o risco de ceder. Apenas carros oficiais que atuam no socorro à localidade estão autorizados a passar.

Evanildo já se preparou para uma possível ruptura do dique (Foto: Carlos Grevi)

Evanildo dos Santos já enfrentou duas enchentes em Três Vendas e se preparou para a terceira, caso o dique principal se rompa. Ele estocou mantimentos e levou todos os pertences para o andar superior da casa.

“Na última enchente, a água atingiu cerca de quatro metros em minha casa. A defesa Civil está orientando para que todos deixem suas casas, mas é difícil abandonar tudo por causa do risco de roubo. Os moradores já estão até acostumados com essa situação”, disse Evanildo.

No final da manhã, um helicóptero da Marinha do Brasil e outro da Polícia Civil pousaram em um campo de futebol em Três Vendas. Eles estavam carregados com água mineral e foram descolados da Região Noroeste Fluminense para Campos.

Voluntários ajudaram a descarregar os helicópteros (Foto: Carlos Grevi)

Máquinas reforçam a estrutura do dique (Foto; Carlos Grevi)

 

Nível do Rio Muriaé está alto (Foto: Carlos Grevi)